Algo novo está brotando III

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  20:30 da noite e Gustavo chega ao meu endereço que eu havia passado. Abro a porta e me deparo com ele segurando algumas sacolas:

👨🏻‍💻 - trouxe comida japonesa pra gente, caso você goste! Eu posso trocar por outra coisa se você não gostar!

💁🏽‍♀️ - tudo bem, adoro comida japonesa. Vem, vamos entrar!!

Ao entrar percebi que ele estava confortável em estar ali:

👨🏻‍💻 - uma gracinha o seu cantinho, é bem a sua cara! E esse fofuxo aqui?

Fez um carinho no meu gato e eu achei engraçado, era a primeira vez que meu gato estava na presença de um estranho e reagiu bem e aceitou o carinho. Ficamos na cozinha conversando enquanto eu preparava a pipoca. Gustava era prestativo e não ficava parado me olhando fazer as coisas, eu fazia a pipoca e ele retirava a comida japonesa da sacola para colocar em um recipiente mais adequado, colocou cerveja em nossos copos e antes perguntou se eu beberia cerveja. Concordei que sim! Queria ter uma noite leve e sem aborrecimento da minha cabeça!

Começamos o filme dividindo uma bacia gigante de pipoca, meu gato ficou ali deitado em nosso meio, ele havia gostado mesmo de Gustavo. ronronava a cada carinho que Gustavo fazia em sua cabeça. Eu estava totalmente confortável com sua presença. No meio do filme a gente pausava para discutirmos certas incoerências de algumas cenas.

Comemos, bebemos e tivemos uma noite descontraído. O filme acabou e já estava tarde, Gustavo me ajudou a recolher e lavar toda a louça da bagunça que fizemos e logo após disse que precisava ir pra casa. Pedi que ele ficasse mais um pouco, poderíamos tomar o resto da cerveja que sobrou:

👨🏻‍💻 - se você está pedindo, fico sim!

Nos sentamos no sofá novamente e começamos a falar sobre vários assuntos, conversamos tanto que chegou em um momento que apenas não tinha mais o que dizer. Havíamos tomado todo o resto da cerveja. Fazia um silêncio confortável, mesmo que a gente não tivesse nada a dizer, eu pude perceber a mudança do clima:

👨🏻‍💻 - você sabe que eu te acho uma pessoa super interessante, né?! Você é linda, luta por causas, estudiosa...

Nesse momento minha cabeça retornou ao passado e eu pensei "nem sempre fui assim"...

Naturalmente nos aproximamos para o beijo, e antes ele se certificou se eu realmente queria aquilo pelo fato de ter bebido algumas cervejas. Deixei claro que queria por livre e espontânea vontade e começamos a nos beijar. Em algum momento do beijo comecei a sentir meu estômago revirar, senti aquele fantasma voltando para me asssombrar, talvez fosse normal me sentir assim, afinal, era meu primeiro beijo após o fim daquela relação conturbada.

Gustavo percebeu meu desconforto e perguntou se estava tudo bem. Então dedici me abrir, mesmo com medo eu queria ter coragem, mesmo com medo dele ne julgar, mesmo com medo dele se afastar. Lentamente comecei a contar tudo enquanto ele me ouvia de forma atenta. Não menti e muito menos omiti como tudo aconteceu, queria ser honesta com ele. Contei sobre ter conhecido um homem católico e como transformei isso em uma relação problemática, contei sobre o meu ego em querer fazer aquele homem pecar, contei sobre a dependência emocional, sobre minha agressividade e meu descontrole e como tudo acabou de forma dolorosa. Em momento algum disse o nome do homem, prometi que nunca mais aquele nome sairia de minha boca.

Gustavo ouviu a minha história e eu me senti liberta de um elefante que eu estava carregando nas costas, comecei a chorar e ele me acolheu com um abraço. Jurei a ele que eu não era mais aquela pessoa, que estava procurando redenção em algo que desse sentido a minha vida.

Ele entendeu meu lado, me abraçou, me acolheu e disse que estava tudo bem, que ele me conheceu de forma encantadora e manteria esse encanto. Deixei claro o meu interesse, e também deixei claro que gostaria de tentar de forma lenta. Ele concordou com tudo. Eu aueria tentar algo que valesse a pena, estava disposta a tentar mesmo dando passos lentos. Ele também estava disposto a florir dentro de mim. Eu me senti aliviada.

Horas mais tarde Gustavo foi pra casa, se despediu com um selinho. Eu fiquei tão feliz que pulei em cima do sofá, estava feliz pois sentia que uma nova página em minha vida estava começando.

Desejo visceral (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora