De uma delicadeza, de um sentimento

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Ao longo dos dias fui percebendo como Gustavo estava florescendo em mim, nossa relação evoluia de forma lenta e cheia de companheirismo. Ainda não tinhamos formalizado como namoro, na verdade era mais um "se conhecendo melhor".
Quanto mais evoluia, mas eu tinha certeza que meu ciclo traumático estava quase se encerrando. Ele era o tipo de homem que sempre chegava na minha casa com sacola de compra, ajudava a lavar os pratos, levava a pizza, beijava a testa antes de dormir. Nesse tempo já havíamos tido um contato íntimo sexual, eu me abri com confiança, foi maravilhoso e eu comecei a ter certeza que gostaria de ter um namoro com Gustavo.
Ainda íamos ao voluntariado, faculdade juntos, eu ainda não havia conhecido a sua família e não tinha pressa. Mas ele sempre deixava claro como eu deveria conhecer o irmão dele, ele não tinha papas na língua para elogiar esse irmão, dizer que era um homem inteligente, bondoso, humano e eu ficava admirada "claro, então a lindeza vem de família".

Gustavo cuidava de mim, tinhamos a noite da pizza e meu gato começou a se apegar com Gustavo. O tipo de cara que sempre dizia "está tudo bem, podemos tentar novamente" caso algo desse errado. Eu estava florescendo, cada vez mais Otávio estava se tornando um fantasma distante e cada vez mais distante...
Eu tinha certeza que estava feliz, ele me fazia pensar pra frente, sabe? Me fazia ter mil e uma idéias, me fazia ter vontade de ser uma pessoa melhor a cada dia. Finalmente eu estava sabendo o que é respirar amor, afeto e respeito. Comecei a perceber que por influência dele eu havia me tornado mais aberta com outras pessoas, mais risonha e sociável. As vezes eu chorava por não acreditar que estava numa fase leve da vida. Pra mim significava tanto! Eu estava em um momento estável da vida, tudo perfeitamente nos eixos. A faculdade ia bem, o voluntariado e eu tinha um amor leve e com cheiro de bolo de chocolate aos domingos.
Conversávamos por horas e horas, era nítida nossa conexão emocional. Eu adorava estar perto de Gustavo, a sensação era comparável a brisa leve de um sábado de manhã. Eu me sentia privilegiada por estar com ele, passei a me sentir merecedora desse amor. É como se eu tivesse começando a apagar totalmente o passado da minha mente. O passado parecia irrelevante perto do presente. Comecei a pensar com firmeza que o que ficou pra trás, vou deixar pra trás!

Desejo visceral (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora