Desejo visceral (CONCLUÍDO)

O destino segue sendo o pior inimigo III

Eu estava me sentindo completamente ridícula, triste, confusa e com uma imensa vontade de chorar. Havia vomitado na presença de toda a família de Gustavo, me senti vulnerável ao demonstrar meu desconforto diante de Otávio, pois isso deixou claro pra ele que essa ainda era uma ferida aberta. Eu estava envergonhada, como se tivesse estragado a noite que era pra ser perfeita.

👩🏻‍🦳 - querida, está tudo bem! Acidentes acontecem!

👨🏻‍💻 - mãe, eu acho que Elisa realmente não está bem, vou levá-la pra casa!

A todo momento eu pedia desculpas incansavelmente, morrendo de vergonha tentava deixar claro com a voz trêmula que havia adorado conhecê-los. Otávio me olhava e engolia seco, não havia aberto a boca para dizer uma palavra sequer. Ao me despedir abracei a mãe:

👩🏻‍🦳 - você é linda, adorei te conhecer. Não precisa ficar com vergonha, volte mais vezes, pois você é adorável".

Me despedi de todos timidamente após a vergonha que havia passado diante deles, novamente tive que tocar a mão de Otávio, toquei rapidamente e saímos pra fora. Gustavo me levou em casa, durante todo o trajeto pra casa eu sentia minha cabeça dando várias voltas, estava com vontade de chorar mas me segurava muito.

Chegamos em casa e Gustavo me fez companhia, foi quando comecei a chorar enquanto colocava as duas mãos no rosto, ele preocupado preparou um chá pra mim. Ele acreditava que o motivo do choro era por ter passado vergonha diante da família dele:

👨🏻‍💻 - está tudo bem meu amor, eles amaram você! Vai ficar tudo bem, foi só um acidente, vem cá!

Ele me tomou em seus braços e me acolheu até que eu parasse de chorar:

👨🏻‍💻 - se você quiser eu durmo aqui com você, te faço companhia pra você se sentir melhor.

No momento tudo que eu mais queria era estar sozinha, disse que não precisava e que já iria dormir. Me despedi de Gustavo com um abraço e um selinho e ele foi embora. Só bastou a porta fechar para que eu me acabasse em um choro profundo. Eu estava voltando a reviver Otávio dentro de mim, eu sentia muita dor no peito, as lembranças voltavam sem permissão, era comparável a uma faca de corte cego atravessando meu peito, lento mas extremamente doloroso.
Eu só conseguia me desesperar e perguntar a Deus por qual motivo ele estava a fazer isso comigo. Eu chorei, chorei, chorei até dormir, peguei no sono de tanto chorar. Algumas dores são inconsoláveis e somente o sono é capaz intervir, por hora. E Otávio ainda era uma dessas dores.