Cuidada Por Você. (Médico/Agente FBI)

Capítulo 25

Sabia que é errado estar atraída por alguém que não suporto, mas eu o quero da mesma forma que o odeio e não consigo explicar esse fio invisível que nos chama um em direção ao outro e mesmo que ele tivesse acabado de sair ainda consigo sentir o poder dos seus olhos em minha pele, das órbitas azuis consumidas por um incêndio que apenas nós dois juntos poderia apagar. Uma escolha irreversível, já que ainda teríamos que conviver um na presença do outro. Como é possível algo assim? Como quero esmurrar outra pessoa ao mesmo tempo que também quero a boca dele em meu corpo ou senti os músculos evidentes em seu peitoral entre os meus dedos?

Suspiro jogando a minha cabeça para trás encarando o banheiro espelhado, a água quente traz um conforto significativo para o meu coração, o silêncio me abraça e me rodeia levemente, seguro entre os dedos um pouco de espuma e brinco com as bolhas que se formam entre os meus dedos. Estar sozinha nunca foi algo ruim para mim, sempre fui assim encontrando conforto em meu isolamento. Gosto da paz, do barulho inconstante dos meus pensamentos, das histórias que crio ou lembro de ter lido.

Adoro revisitar o passado com apenas um fio de uma lembrança e de tantas coisas para girar em minha mente é a cena anterior de minutos atrás que vem até mim. A recordação dos seus dedos em meu fios, enquanto ele os trançava, a sensação quente do calor das pontas digitais em minhas madeixas. Esperava tudo da parte dele, mas sei que nada me preparou para vê-lo prendendo o meu cabelo com uma gaze. E, não posso negar que foi satisfatório o fato dele não ter nenhuma chucha perdida por aqui, nas entrelinhas era um indício que ele não recebia visitas femininas em seu apartamento e aquilo me agradou, mesmo sabendo que não devia. 

Até agora consigo ver com clareza em minha memória o desejo dele em minha direção e aquele olhar vai ficar intrínseco em mim como o mais marcante que um dia já recebi. Não consigo esquecer aquele zumbido em meus ouvidos e nem o fogo ardente entre as minhas pernas, no entanto eu me nego a me consumir nesse ardor, me recuso a me dar um clímax pensando nele e não posso esquecer o quão idiota ele é.

Damon Vamerrer não é para mim.

Ele tem a maioria das características que eu abomino com o seu jeito controlador, possessivo, pragmático e rude. E, por mais que exista momentos que ele demonstra ser muito mais que isso, é muito perigoso arriscar e não sei se vale a pena tudo isso por uma noite intensa de sexo. Tudo que eu preciso é varrer o Damon do meu sistema e vou encontrar uma maneira para que isso ocorra.

Fecho os meus olhos e mesmo estando em um lugar incomum consigo baixar as minhas barreiras de segurança e me senti tranquila. Não posso negar que a sua presença me deixa segura e, é por isso que me perco naquela emoção tranquila de sossego e quando menos me dou conta estou sendo acordada pelos arranhões de garganta do loiro que me analisa em silêncio e para piorar toda a situação os meus seios estão completamente descobertos.

Porra!