Capítulo 1

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Alfonso Herrera

Mas que semana de merda eu tive. Às vezes parece que estou cercado de idiotas e que sou o diretor de um jardim de infância, e não o CEO da maior rede de sex shops do país. Não essas lojas de esquina que têm em toda cidade, não. Vendo sexo caro para mocinhas de família rica e esposas de empresários que não estão nada satisfeitas com a ausência do marido que provavelmente está mais ocupado fodendo a secretária que dando conta da própria mulher. Ofereço fantasias, promessas, sedução e horas de diversão suja e quente. E ajuda muito que seja a minha cara junto com os produtos, porque se tem uma coisa que eu sei que sou é a promessa de uma foda muito satisfatória.

Sexo é a minha vida, e eu sou muito bom no que faço. E é exatamente de uma foda que estou precisando agora, porque estou puto da vida, estressado e precisando extravasar. Não tem nada melhor do que uma bela mulher gemendo debaixo de mim para resolver isso. Meu celular toca quando estou chegando na garagem privativa do prédio onde moro. Atendo sem olhar o visor.

— Está com as bolas presas no trabalho de novo ou vai me dar a honrada sua companhia? — meu irmão pergunta. Aperto o botão do alarme e destravo o carro. Coloco o celular no viva-voz e jogo no banco do passageiro antes de ajustar o retrovisor. — Minhas bolas presas no trabalho são o que bancam sua vida de farra, seu inútil — respondo, colocando o cinto e dando a partida. Christopher é dez anos mais novo que eu, mas mais parece um adolescente. Quando assumi a empresa da família depois que nosso pai morreu, não éramos nem de longe o império que somos hoje. Trabalhei muito e agora, dez anos depois, sou um dos homens mais ricos do país aos quarenta anos. Christopher nunca quis saber de nada e gasta mais tempo torrando o dinheiro da família com farra e mulheres. Onde tem uma festa, sei que meu irmão está no meio, e hoje isso vai vir a calhar.

— Onde você está?

—  Não acredito que o poderoso Alfonso Herrera vai finalmente festar comigo!  — ele debocha. Acelero o veículo pelas ruas vazias da orla carioca a essa hora da noite. Saí da empresa tem pouco mais de uma hora e agora, quase meia-noite, não tem quase nenhum carro na rua. — Vai se foder, Christopher. Se não me disser onde está, vai ter que bancar as bebidas desses seus amigos inúteis. Quem perde é você.

Ouço Christopher resmungar no telefone. Ele sabe que não pode me contrariar, e eu adoro essa sensação de controle. Desligo a ligação quando paro em sinal de trânsito depois que meu irmão me diz o nome da boate onde está e, poucos minutos depois, estou lá.A fila do lado de fora está enorme, mas não me dou ao trabalho de ir para lá. Largo o carro de qualquer jeito no estacionamento VIP e jogo a chave para o manobrista antes de seguir até a entrada privativa. É um lugar normalmente frequentado por celebridades com quem não me importo e empresários que usam uma boa garrafa de uísque para fechar um negócio. Já vim aqui algumas vezes exatamente para isso, mas hoje só tem um negócio que estou interessado em fechar e é com alguma das garotas sempre muito dispostas a se divertir que encontro facilmente pelas pistas de dança. É de uma boa trepada no banheiro que estou precisando. Preciso socar meu pau em uma boceta gostosa para não socar a cara de alguém. O segurança abre passagem sem nem se dar ao trabalho de pedir por identificação, e a porta dá acesso direto a uma área bem reservada da boate. Não é difícil encontrar meu irmão e o seu grupinho de sempre.

— Alfonso! — Ele tira uma garota do seu colo e praticamente a joga para lado quando se levanta para vir até mim, tropeçando de bêbado.

Meu irmão passa um braço ao redor do meu ombro e aponta para a pista de dança com a outra mão.

— Bem-vindo à melhor parte da vida! — grita por cima da música eletrônica alta. Sei bem como funciona essa "melhor parte da vida" de Christopher. Das poucas vezes em que encontrei com ele aqui, só me sentei em um dos sofás confortáveis reservados por cordões de isolamento, esperei me servirem uma bebida e apreciei a vista um pouco antes de encontrar alguém que chamasse minha atenção na pista de dança e pedir para uma das funcionárias trazer a garota até mim. Só que antes mesmo que eu possa me sentar, bato os olhos em uma mulher.

Uma virgem resgatada pelo CEO - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora