A uma Parede de Distância

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— Colocou a camisinha?

— Não se preocupa. — Assegurou, a invadindo por inteiro. — Só curte o momento!

Você não estava lá muito lúcida. A embriaguez era o que te guiava naquele momento. Na verdade, aquele era o único motivo que justificaria você estar transando com um desconhecido. Jamais faria aquilo se estivesse em sua plena consciência.

—Você nunca vai me esquecer... — O garoto falava ofegante em seu ouvido.

— Mais... Rápido.

Aquela também não estava sendo a melhor noite de sexo da sua vida. O desconhecido lhe garantiu que proporcionaria um prazer descomunal. E o que você sentia... Bem, era prazer, mas o rapaz poderia fazer melhor.

— Você é muito gostosa! — Ofegou, beijando o seu pescoço.

Após algumas estocadas, ele gozou. Saiu de você abruptamente, muito satisfeito.

Pelo menos ele estava saciado, ao contrário da garota (que infelizmente é você) frustrada ao seu lado. Estava tonta, com o estômago embrulhado e nem um pouco extasiada com o suposto "prazer" que ele a havia prometido.

Toda aquela propaganda foi ridiculamente enganosa.

— Nossa isso foi muito bom! — suspirou sonolento — Não concorda?

— Aham... — Mentiu, decepcionada. — Eu nunca me senti tão bem na vida!

Sua cabeça girava e seu corpo estava pesado, mas não era por ter contraído todos os seus músculos em decorrência de uma sensação arrebatadora. Não chegou nem perto disso, enquanto aqueles curtos minutos duravam.

Gostando da mentira deslavada que ouviu, sua companhia sorriu mostrando seus dentes perfeitos e fechou os olhos.

Você bufou, estava com raiva, confusa e excitada. Os pensamentos não ficavam nítidos na sua cabeça. Fechou os olhos para tentar torná-los mais claros e não demorou muito a cair no sono também.  

[...]

Algumas horas depois, você acordou; num misto de susto e confusão. Estava no seu quarto.

Como chegou lá? Não tem a mínima ideia.

Sua cabeça girava, assim como a cama, que se movimentava como uma porta giratória e tudo na sua mente parecia sem nexo.

Olhou as horas no celular, largado em cima da bolsa, na mesa de cabeceira: era uma da manhã. Virou para o lado vendo um rapaz loiro, completamente nu, dormindo desleixadamente. Entrou em pânico. Afinal, você também estava nua.

— Droga! — Praguejou, sentindo sua cabeça doer. — Ei, acorda...

Saiu mais depressa do que deveria de debaixo das cobertas, sentindo uma tontura momentânea. Agora seu quarto também parecia girar.

— Cara, levanta daí! — Aumentou o tom de voz.

Enquanto isso, você estava desajeitadamente vestindo a sua lingerie, um body de renda preto.

— Oi docinho! — Entreabriu os olhos e sorriu se espreguiçando. — Pronta pra mais uma rodada?

— Não.

A resposta foi imediata e sucinta. Vestiu o short de seda do seu pijama, que estava jogado no banco da sua penteadeira.

— Estou pronta para que você vá embora! Estávamos bêbados, não era pra ter acontecido! — Colocou as mãos na cintura.

— Correção, você estava bêbada. Eu estava completamente sóbrio.

Flashs da noite anterior lhe vieram à mente. Lembrou de vocês dois tirando a roupa. Dele se satisfazendo, da sua completa frustração e necessidade enquanto ele saia de cima de você; para desabar exausto ao seu lado e dormir.

Sob a Luz da Madrugada | Imagine BTS | MYGOnde histórias criam vida. Descubra agora