- Ela continua linda. - Kurono falou. Ele estava sentado em uma das espreguiçadeiras da área da piscina.- Ela não mudou nada. - falei me aproximando e sentando na do lado da que ele estava. - Bem, ela ficou presa em coma temporal. Uma parada assim.
- É, ela me contou.
- Por isso que você demorou? - perguntei.
- Sim... - ele riu sem graça para a piscina.
- Ai, meu Deus! - eu rir. - Isso não é pedofilia?
- Está maluca? - ele me olhou com os olhos arregalados. Levantei os ombros em resposta. - Ela tem 18 anos. Bem, tecnicamente, ela teria a minha idade, 24 anos. De qualquer forma, não.
- Está bem... - fiz um bico, e logo rio do desespero dele.
- Qual vai ser a proxima? - ele perguntou ignorando o meu riso. Fiquei seria assim que processei sua pergunta.
- Tem um lugar que eu tenho que ir antes. Na verdade, você tambem tem que ir. - falei olhando para a piscina. - Você vai voltar para a outra realidade e ficar la. Até for a hora de você trazer a outra [Nome] para cá.
- Por que temos que ir para lá? Por que não podemos ficar aqui e mandar ele para lá, e então, destruí a maquina daqui para que ele não volte mais? - ele me questionou.
- Aqui esta um caos, Kurono. Nada aqui vai voltar a ser como era antes. Nem meus amigos, nem o Japão. Mesmo que eu queira concerta as coisas aqui, mesmo que as coisas fiquem boas, eu não me vejo mais aqui. Quero recomeçar. - o olhei. O vi concorda com a cabeça e sussurar um " É, tem razão." Olhei para a janela, onde ficava o escritório do meu pai. - Eu só estou tentando achar a felicidade que tiraram de mim.
- De nós. - eu senti que agora ele olhava para a mesma direção que a minha.
- E além do mais, não podemos nos esquecer da mamãe. Ela esta viva na outra realidade. - virei minha cabeça para ele. Seus olhos mudaram da janela para mim. - Não podemos trazer ela para cá. Ela não entenderia e não se sentiria bem ao saber que os filhos dela daqui, não são os mesmo de lá.
- E isso, não esta errado?
- Errado, como? - o questionei.
- Tipo, seremos o Kurono e [Nome] falsos. Não seremos de lá... - o continuei o olhando confusa. - Não seremos os verdadeiros, mesmo se agimos como os verdadeiros...
- Você já ouviu o teoria do Navio de Teseu? - o perguntei. Seus olhos vagaram pelo chão e logo voltaram para mim, e logo me deu a resposta com o balançar negativo de sua cabeça. - O Navio de Teseu é um artefato em um museu. Com o tempo suas tábuas de madeira apodrecem e são trocadas por novas tábuas. Quando não resta qualquer tábua original, ele ainda é o Navio de Teseu?
Ele não falou nada, mas mantinha uma expressão confusa em seu rosto. Então eu continuei.
- Além disso, se as tábuas podres que foram removidas, forem restauradas e remontadas sem a parte podre, esse seria o Navio de Teseu?
- Nenhum é o verdadeiro Navio. Os dois são o verdadeiro Navio. - ele falou pensativo.
- Então, estamos de acordo. - sorri para ele.
- Talvez... a podridão seja as coisas horrendas que nosso pai nos obrigou a fazer, ou esse mundo caótico criado por ele. E as tábuas novas sejam aquele novo mundo. - Kurono falou.
- Certamente, nós somos os verdadeiros Kurono e [Nome] pois acreditamos que somos. - ele concordou com a cabeça. - E eles vão acreditar que somos também.
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Ruínas - Imagine Izuku Midoriya (BNHA)
Action[Nome] é filha da um vilão. Enviada para U.A. para monitorar e estudar cada estudante que um dia deseja ser um herói. Mal ela sabia que iria se apaixonar pelo queridinho do Número 1, Izuku Midoriya. - ... Me ame como uma heroína. - Izuku me olhava...