Estou encolhida no sofá de Atlas, exausta da mudança.
No nosso sofá.
Ainda preciso me acostumar.
Pedi para Theo e Josh me ajudarem a desempacotar o resto das minhas coisas e das coisas de Emerson, pois Atlas trabalha até tarde esta noite. Eu acordo cedo, ele chega tarde, mas é incrível que agora teremos mais um do outro, mesmo que seja só de passagem.
E temos os domingos juntos.
Mas hoje é sexta e amanhã e sábado, os dois dias mais ocupados de Atlas, então estou entretendo Josh e Theo até minha mãe voltar com Emerson. Nós três estamos assistindo a Procurando Nemo, que já está quase no fim.
Sinceramente, não achei que eles fossem aguentar ver tudo, pois estão na idade em que os pré-adolescentes tendem a fugir dos desenhos da Disney. Mas estou aprendendo que a geração Z é uma espécie diferente. Quanto mais tempo passo com esses dois, mais acho que eles se distinguem de todas as gerações que os antecederam. São menos suscetíveis à pressão dos outros e apoiam mais a individualidade. Tenho um pouquinho de inveja deles.
Josh se levanta quando os créditos começam a subir na tela.
- Gostou?
Ele dá de ombros.
- Foi bem engraçado, considerando que começou com o massacre brutal de todo aquele caviar.
Josh leva o saco vazio de pipoca para a cozinha, mas Theo ainda está encarando a televisão. Ele balança a cabeça devagar.
Ainda não superei a descrição de Josh do início do filme...
- Eu não entendi - Theo comenta.
- O comentário sobre o caviar?
Ele olha da televisão para mim.
- Não. Não entendi por que Atlas te disse aquilo de finalmente chegar à costa. Não foi nem uma frase do filme. Ele me disse que foi por causa de Procurando Nemo. Passei o filme inteiro esperando alguém falar essa frase.
Tenho certeza de que terei de me acostumar a muitas coisas agora que moro com Atlas, mas o fato de que ele conversa com esse menino sobre o nosso relacionamento provavelmente vai ser uma das coisas às quais nunca vou me acostumar.
A confusão nos olhos de Theo desaparece de repente. - Ah. Ah. É porque quando a vida fica difícil, eles continuam a nadar, então Atlas estava dizendo que a vida não vai mais... saquei. Sua mente ainda está a mil por hora atrás de seus olhos. Ele começa a balançar a cabeça enquanto se levanta do chão. - Ainda acho que foi brega murmura. Seu celular vibra na hora em que ele fica de pé. - Preciso ir, meu pai chegou.
Josh volta para a sala de estar.
- Não vai dormir aqui?
- Hoje não posso, tenho uma coisa pra fazer amanhã de manhã.
- Também quero fazer uma coisa amanhã - diz Josh.
Theo está se calçando e hesita:
- É, não sei.
- Aonde você vai?
Os olhos de Theo se voltam para mim rapidamente, depois para Josh de novo.
- A uma parada - diz ele baixinho, mas também como se fosse um alerta.
- Uma parada? - Josh inclina a cabeça.
- Por que está todo estranho? Que tipo de parada vai ser? Uma parada LGBTQIA+?
Theo engole em seco como se talvez ele e Josh não tivessem conversado sobre isso, então fico nervosa por ele. Mas depois do tempo que passei com Josh nos últimos meses, sei que ele valoriza sua amizade com Theo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
É assim que começa
RomanceLily e Ryle acabaram de chegar a um acordo civil para a guarda conjunta da filha, Emerson, quando Lily repentinamente esbarra em Atlas, quase dois anos após terem se falado pela última vez. Feliz que o timing finalmente parece estar favorável para q...