Capítulo 1: O Soberano Determinado

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Enquanto Alaric contemplava o mapa à sua frente, ele escutou o som familiar de passos ecoando pelo salão. Dama Isolde, sua conselheira mais próxima e de confiança, adentrou a sala com um olhar firme, mas carregada de preocupação. Seu manto escuro ondulava com o vento que entrava pelas janelas do grande salão do trono, e suas mãos estavam estreitas.

"Majestade", começou ela, aproximando-se da mesa, "os batedores confirmaram que há movimentações nas florestas próximas. Os elfos parecem estar preparando defesas. Eles sabem que algo está por vir."

Alaric franziu a testa. Ele já sabia que os elfos não cederiam facilmente, mas essa notícia apenas se solidificou o que ele temia: uma guerra estava prestes a estourar. "E quanto aos bandidos?", ele perguntou, mudando o foco da conversa.

"Capitão Rurik continua sendo um problema", respondeu Isolde. "Seus saqueadores atacaram outra caravana ao norte. Ele está desestabilizando nossa economia, prejudicando tanto os comerciantes quanto o fornecimento de suprimentos para o exército."

Alaric cerrou os punhos. Os ataques de Rurik foram uma dor de cabeça crescente, mas ele sabia que o verdadeiro perigo estava nas mãos dos elfos. O povo de Elyndra já começou a espalhar seus rumores sobre a antiga magia élfica, e as florestas que circundavam as terras humanas pareciam cada vez mais ameaçadoras.

"Se não fizermos algo agora", continuou ele, sua voz dura e decidida, "eles vão invadir o coração do nosso reino. Não podemos ficar à mercê dos caprichos de Elyndra e de seu comandante Thalion."

Isolde hesitou por um momento, então falou com uma voz cautelosa: "Majestade, talvez exista outra solução. Talvez devêssemos tentar uma negociação antes que uma guerra devaste ambas as nações. Os elfos também temem a destruição de suas florestas sagradas. Podem haver um caminho para evitar o conflito direto."

Alaric balançou a cabeça, frustrado. Ele não era cego para as complexidades da situação, mas a diplomacia com os elfos sempre fora um jogo arriscado. Cada acordo parecia frágil, e a desconfiança entre os dois povos havia crescido ao longo das gerações.

"Não posso confiar neles, Isolde", ele respondeu, olhando diretamente em seus olhos. "Eles vão usar qualquer brecha para nos enfraquecer. Elyndra pode parecer sábia, mas seus conselheiros querem fim. E Thalion... ele anseia pela nossa destruição."

Isolde se calou, observando seu rei. Sabia que ele carregava o peso de muitas decisões difíceis, mas temia que essa guerra poderia ser o fim do reinado de Alaric, ou pior, o fim de Liden como eles conheciam.

"Prepare o exército", tentou Alaric, finalmente quebrando o silêncio. "Mas mantenha nossos espiões atentos. Quero saber de cada movimento dos elfos antes de decidirmos o próximo passo."

Ele se virou, fitando o grande estandarte de seu reino suspenso na parede. Era o símbolo de sua força, mas também uma lembrança do sacrifício que viria se ele decidisse avançar contra os elfos.

"Se essa guerra vier", murmurou ele, mais para si mesmo do que para Isolda, "ela será rápida e segura. Não podemos permitir erros."

Isolde assentiu, sentindo o peso daquelas palavras. Ela sabia que o tempo de decisões havia chegado, e o destino dos dois reinos estava em jogo. Enquanto o crepúsculo caía sobre o castelo, uma sombra pairava sobre o futuro de Alaric e seu povo. Uma guerra se aproximava, e ninguém sabia ao certo se eles saíssem vitoriosos ou devastados.

Com o coração pesado, Isolde saiu do salão, deixando Alaric sozinho com seus pensamentos e o vasto mapa de Liden.

4o

Liden: A Guerra das RaçasWhere stories live. Discover now