15.

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Diego corria pela sala, organizando a mesa de jantar com lugares para cinco pessoas, inicialmente, de acordo com seu planejamento do brunch que serviria para Larissa, Lennon, Bruno e, claro, Amaury. Sua irmã, que estava envolvida nos planos, não poderia encontrá-los de manhã, então se resolveria com ela mais tarde.

A mesa posta, seguindo inspirações que achou no Pinterest, compunha torradas, patês, croissants, frios, um belo bolo de cenoura, café e um espumante. Tudo encomendado, é claro.

Passariam as primeiras horas do dia ali, depois, todos juntos, iriam até a casa dos pais de Diego, onde haveria uma reunião à tarde, que poderia se estender ao jantar, para que a família Martins Bahia conhecesse Thiago.

Muitas coisas poderiam dar errado no dia, várias delas o deixavam ansioso, mas decidiu, como aprendeu em terapia, resolver um problema por vez, usando muito exercício de respiração, e se concentrando que, todos que veria hoje, eram pessoas que ele amava e o amavam, então, tudo daria certo no final.

O primeiro incêndio do dia seria o brunch. Recebia os amigos com um sorriso nervoso, as duas vezes que precisou abrir a porta. Larissa chegou sozinha, trazendo em mãos uma bandeja com brigadeiros, que foi muito bem vinda. Em seguida, Lennon e Bruno chegaram juntos, com uma flor de salame e uma porção de palmito. E, por último, Amaury.

Ele não precisou abrir a porta para Amaury, que usou sua chave para entrar no apartamento 12, encontrando os amigos já sentados à mesa, e seu lugar em frente ao de Diego. Em uma mão, cortes de frutas; na outra, um pequeno buquê de margaridas.

“Passei na feira para comprar frutas frescas e tinham margaridas lá de novo.”

O preto começou a falar, as entregando na mão de Diego e deixando um beijo no topo da cabeça ruiva.

“Deixei o outro na água lá em casa para levar para sua mãe mais tarde. Acho que ela vai gostar, não é?”

“Ela vai amar. Obrigado, Maury.”

Diego sorriu, recebendo um abano de mão do outro. Amaury passou cumprimentando cada um da mesa, até se sentar e encarar o ruivo.

“Então, patroa, por que nos chamou aqui?”

Disse, Lennon, servindo seu pratinho com croissant e alguns frios.

Diego sentiu a ansiedade bombear o peito, as mãos ficarem geladas e o rosto esquentar. Respirava pesado, buscando as palavras certas que, mesmo já tendo treinado tanto, pareciam fugir agora.

“Então…”

Começou, passando uma mão na outra em um sinal físico do seu nervosismo. Todos o olhavam, e ele precisou fechar os olhos e respirar fundo antes de prosseguir.

“Eu sei o que cada um de vocês pensa do meu casamento.”

Todos se entreolharam, incapazes de negar qualquer coisa, mesmo que para tranquilizá-lo, mas o ruivo já esperava por isso.

“Eu sei que é tudo repentino, sei que me acham um maluco, mas vocês sabem também que são família para mim, cada um de vocês, e eu estou agradecido de estarem me apoiando, mesmo não concordando.”

Amaury levou a xícara de café com leite aos lábios, quase para conter as palavras que iam contra o “apoiar” que Diego falara. Os outros três, ainda em silêncio, só assentiam. O preto sabia que ninguém ali concordava, sabia, também, que Lennon estava ao seu lado sobre tentar reconquistar Diego, mas, acima de tudo, sabia que nenhum deles deixaria de estar lá para o ruivo.

Inclusive, ele próprio.

“Então, já sabendo que sou muito grato à vocês, preciso fazer um convite. Larissa, você sabe que nunca outra pessoa passaria pela minha cabeça para ser minha madrinha, além de você e a Bianca. Mas eu queria saber se, além de madrinha, você aceita fazer a minha roupa… eu pago, é claro!”

don't say yes to him Onde histórias criam vida. Descubra agora