Entre Amizades e Magia

O Começo de uma Nova Jornada

O sol brilhava suavemente sobre a estação de King's Cross, enquanto bruxos e trouxas se misturavam em meio à movimentação do dia. Entre eles, Harry Potter caminhava ao lado de seu padrinho, Sirius Black. O mundo de Harry havia sido muito diferente do que ele costumava ouvir de histórias. Ao invés de crescer com os Dursley, sofrendo nas mãos de tios cruéis, ele havia sido criado por Sirius, que nunca fora preso em Azkaban. Com Sirius ao seu lado, a vida de Harry tinha sido cheia de amor, risadas e aventuras.

Enquanto se aproximavam da plataforma 9¾, Harry sentia uma excitação nervosa. Pela primeira vez, ele estava prestes a embarcar para Hogwarts. Mas apesar de sua animação, havia uma pontada de tristeza ao pensar em deixar Sirius, que sempre estivera com ele.

"Você está pronto, garoto?" Sirius perguntou com um sorriso orgulhoso, colocando a mão sobre o ombro de Harry.

Harry olhou para seu padrinho e sorriu, embora seus olhos brilhassem com uma mistura de emoção e saudade. "Acho que sim, mas vai ser estranho sem você por perto."

Sirius riu suavemente e se ajoelhou para ficar na altura de Harry. Ele ajeitou o cachecol de Harry, uma pequena tentativa de prolongar o momento. "Eu sei que vai ser estranho no começo, mas você vai adorar Hogwarts. E não se preocupe, sempre que precisar de mim, estarei a uma coruja de distância."

Harry assentiu, tentando manter a compostura. Sirius havia sido mais do que um guardião; ele era a família que Harry sempre quis.

"Prometo que vou me comportar," disse Harry, embora com um sorriso travesso que Sirius conhecia muito bem.

"Comportar-se?" Sirius levantou uma sobrancelha, com uma expressão brincalhona. "Só espero que você não apronte muito. Só o suficiente para manter o espírito dos Marotos vivo." Ele piscou, fazendo Harry rir.

Sirius então se aproximou e o abraçou forte. "Cuide-se, Harry. E, acima de tudo, faça amigos verdadeiros. Pessoas que te amem por quem você é, não pelo que esperam de você."

Harry sentiu o calor do abraço de Sirius e retribuiu, absorvendo o momento. "Vou sentir sua falta, Sirius."

"Eu também, garoto. Eu também."

Com um último sorriso, Sirius ajudou Harry a empurrar o carrinho com sua bagagem em direção à plataforma. Ao atravessar a barreira mágica, Harry se viu no meio da movimentada Plataforma 9¾, onde o Expresso de Hogwarts estava esperando, com o vapor subindo das laterais do trem vermelho brilhante.

Antes de embarcar, Harry virou-se mais uma vez para Sirius, que acenava alegremente. O coração de Harry se encheu de gratidão. Ele sabia que, mesmo à distância, sempre teria o apoio do padrinho.

No Trem

Logo após se despedir de Sirius, Harry entrou no trem e começou a procurar um compartimento vazio. Ele mal podia conter sua empolgação pelo que o aguardava em Hogwarts, mas também estava ansioso para saber com quem dividiria essa nova experiência.

Enquanto andava pelos corredores, uma voz familiar chamou sua atenção.

"Harry!" Neville Longbottom, seu amigo de infância, acenava de dentro de um compartimento, com um grande sorriso no rosto. Ao lado dele estava Luna Lovegood, que, como sempre, tinha uma expressão sonhadora e carregava uma revista de seu pai.

Harry abriu a porta do compartimento e entrou, sentindo-se imediatamente à vontade. Neville e Luna sempre foram seus amigos mais próximos, compartilhando momentos únicos e aventuras que só eles entendiam. Eles eram a verdadeira definição de amizade, aquela que Sirius tanto incentivava.

"Neville! Luna! Que bom ver vocês aqui!" Harry disse, largando sua bagagem e se sentando ao lado deles.

Neville sorriu, ajustando a gravata torta. "Eu estava com medo de não te encontrar antes do trem partir."

Luna olhou para Harry com seus grandes olhos curiosos. "Eu sabia que você viria logo. O vento estava particularmente favorável hoje. Um bom sinal."

Harry riu. Ele adorava as peculiaridades de Luna. Para muitos, suas crenças sobre criaturas mágicas e fenômenos estranhos eram bizarras, mas Harry sempre as achou fascinantes. E mais do que isso, ele valorizava a sinceridade com que Luna falava sobre as coisas que acreditava.

"Vocês estão animados?" perguntou Harry, olhando para os dois. "É nossa primeira vez em Hogwarts. Imagino como vai ser."

Neville parecia nervoso, mas animado. "Estou um pouco assustado, para ser honesto. Ouvi dizer que há tantas coisas novas para aprender e... eu não quero ficar para trás."

Harry colocou a mão no ombro de Neville. "Você vai se sair bem, Neville. Somos amigos. Vamos ajudar uns aos outros."

Luna sorriu suavemente. "A casa para onde vamos não importa tanto. O que importa é que estamos juntos. Mas eu tenho a sensação de que Hogwarts guarda muitas surpresas para nós."

Harry concordou. "Tenho certeza de que vamos nos sair bem, em qualquer casa que formos."

Neville assentiu, embora ainda parecesse um pouco nervoso. Harry, conhecendo seu amigo tão bem, lembrou-se de como Sirius sempre lhe dizia para encorajar aqueles que precisavam de confiança.

Enquanto o trem avançava, o trio continuou conversando animadamente sobre o que esperavam de Hogwarts, as aulas que estavam ansiosos para ter, e até especulando sobre quais casas seriam escolhidos.

"O que você acha que vai acontecer?" perguntou Neville, sua expressão ansiosa voltando. "Você acha que vamos todos para casas diferentes?"

Harry ponderou por um momento. "Eu não sei. Mas o que Sirius sempre me disse é que o Chapéu Seletor leva em consideração quem você realmente é, não apenas suas habilidades. E eu sei que, independente da casa, ainda seremos amigos."

Luna, sempre otimista, acrescentou: "A magia de verdade está nos laços que formamos, não importa onde nos colocarem. Tenho certeza de que vamos nos encontrar muitas vezes pelos corredores."

A conversa fluiu naturalmente, e Harry se sentiu mais à vontade do que imaginava estar em sua primeira viagem para Hogwarts. Ele tinha amigos ao seu lado, uma figura paterna que o amava, e um futuro cheio de possibilidades pela frente.

Enquanto o trem avançava, Harry olhou pela janela, sorrindo ao pensar que, embora houvesse muitas coisas desconhecidas à frente, ele tinha o que era mais importante: amizade, apoio e a chance de ser quem ele realmente era. E isso, ele sabia, faria toda a diferença.