Capítulo único

26 3 27
                                    

também postada no spirit e ao3. arte exclusiva no twitter: steelmooncakes.

*

Sempre que Yone olhava para Kayn, ele podia analisar, mesmo sob as calças frouxas, que Kayn tinha belas coxas.

Algo que Yone também não podia negar, além da beleza das coxas do Shieda, era que ele tinha uma grande queda por ele. Começou como um sentimento bobo, algo que Yone pensou poder ignorar, mas foi ficando cada vez pior e, portanto, tornou-se inevitável não sentir as tais borboletas no estômago sempre que via Kayn.

Yone esticou as pernas, molhando-as com a água corrente do rio. Ele suspirou e olhou para cima, admirando as nuances alaranjadas do céu ao entardecer.

O pensamento das coxas desnudas de Kayn subiu-lhe à cabeça, e ele suspirou. Já havia perdido as contas de quantas vezes tinha pensado em morder as coxas de Kayn. Morder, lamber, acariciar, foder.

Com isso em mente, o sangue logo lhe subiu as pernas, e Yone viu-se obrigado a tirar suas vestes e entrar no rio, embora estivesse esperando por Kayn para banharem-se juntos. Nada sexual, para sua infelicidade. Apenas como amigos.

Yone entrou na água morna, sentindo-se aquecido. Seu pau contraiu, ansiando por um toque.

Ele caminhou até o meio do rio, o suficiente para que seu torso fosse coberto e, portanto, não fosse observado que se tocava.

Sua mão subiu e desceu rapidamente em seu falo, ao ponto em que Yone soltou um suspiro de satisfação. Em sua mente, pensamentos sujos sobre Kayn prevaleciam e, meu Deus, Yone queria tanto tocá-lo.

— Ei, cara, você entrou no rio sem eu? Que merda, achei que tivéssemos um acordo. — Aquela voz. A voz de Kayn.

Yone assustou-se e, como um passe de mágica, seu pau amoleceu. Yone largou-o e se virou para o tão desejado futuro amante, mas ainda amigo.

— Fiquei com calor, então acabei entrando logo. Foi mal. — Yone desculpou-se.

Kayn soltou um suspiro.

— Então vira de costas aí que eu não vou tirar minha roupa na sua frente, não. — reclamou.

Yone deu uma risada e obedeceu, virando-se para o lado contrário. Ao mesmo tempo, sentia o efeito da consciência de que estaria ao lado de Kayn, desnudo, e não poderia tocá-lo. Só o pensamento de ver Kayn nu, porém, foi o suficiente para que seu pênis endurecesse novamente.

Foi só quando ouviu um splash! que Yone voltou a olhar para Kayn. Dentro da água, o outro homem tinha um sorriso ladino, como um gato sorrateiro.

Para evitar que sua ereção fosse descoberta, Yone abaixou-se na água, ficando somente com a cabeça para fora enquanto seus longos cabelos flutuavam.

Kayn se aproximou dele, nadando suavemente.

Yone sempre tinha notado aquelas cicatrizes abaixo do peito de Kayn, mas nunca se importou – ou sentiu-se íntimo – o suficiente para perguntar do que tinha sido aquela cicatriz. Enfim, talvez isso entrasse para a lista de coisas que ele nunca saberia.

— Tá achando a água boa? — Kayn indagou.

— Até que sim, está bem morna. É aconchegante. — Yone respondeu.

— Por que você tá só com a cabeça fora da água? Você anda com os peitos de fora e tá com medo que eu veja seus peitos? — fez piada. Yone riu.

— Não, é que achei a água tão boa que resolvi que queria dar um mergulho.

— Mas você não tá mergulhando — Kayn apontou. — Na verdade, você tá parecendo um sapo.

Sufocamento ígneo [Kayone]Onde histórias criam vida. Descubra agora