𝓨𝓸𝓾𝓻, 𝙵𝚘𝚛𝚎𝚟𝚎𝚛 𝘢𝘯𝘥 𝙀𝙫𝙚𝙧

꧁•⊹٭𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 19٭⊹•꧂

Não sei quanto tempo passei desacordada, mas quando meus olhos se abrem, a luz do ambiente fere a minha visão.

Eu não estou na casa de campo de Kael.

KAEL!!!

Me recordo de tudo.

Levando em um pulo.

Ou era isso que eu esperava.

Afinal, eu não estou deitada, estou amarrada em um tipo de parede.

As mãos, pés, cintura e até mesmo meu pescoço, estão envoltos com uma cinta. Meus pés não tocam o chão, e está tudo tão claro que minha cabeça dói.

E agora, estou vestindo um top e um short branco, como uma combinação horrorosa com esse lugar.

A minha frente, está o homem culpado disso tudo.

O homem que atirou em Kael e o deixou para trás.

Geoberto.

Esse é o nome dele.

— Bom dia, bela adormecida. - ele zomba e se levanta da cadeira de metal em que estava sentado.

— O que você fez com ele? — pergunto.

Ele ri.

— Sabia que você estragou todos os meus planos de férias?

— É mesmo? Que peninha! ONDE ELE ESTÁ?

Geoberto tira uma pequena agulha do bolso.

— Eu acredito que ninguém lhe ensinou modos, Senhorita Emily Carson.

Logo depois, ele fura minha pele exposta com aquela agulha, apenas a ponta.

Solto um grunhido.

— Ele está no mesmo lugar em que você o deixou.

Não. Aquela casa é afastada de todo o restante do mundo, ele estava ferido...

Não.

— Quero que saiba que tudo isso, é culpa sua.

Ele puxa a agulha.

Uma gota minimalista de sangue escorre pela minha coxa.

Isso só pode ser um pesadelo.

Pior do que todos os que vivenciei no último ano.

— Eu não pretendo ser bonzinho como aquele idiota foi — ele me ronda como um maldito predador. — Me diga... que tipo de magia negra você usou para derrubar um dos meus melhores fantoches?

— Não vai querer saber.

Ele fura meu braço agora com aquela mesma agulha. Solto um grito de dor.

— Acho que você terá que aprender como as coisas funcionam na prática, vadia.

Ele guarda a agulha e vai até a porta do outro lado da sala, o vejo conversar com um homem que se veste como um cientista que trabalha em um laboratório. Máscara, avental, toca, tudo.

O tempo que passo sozinha é mínimo até aquele homem com quem Geoberto falou voltar com uma maleta preta.

Ele passa para trás de mim, ouço um ruído como se ele houvesse depositado várias coisas em uma mesa.

Não posso ver com tantas cintas me prendendo aqui.

Ele volta para minha frente com uma seringa.

— Isso vai te ajudar a não desmaiar tão rápido.