24 | Marina

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Depois que saí do quarto do Roberto, entrei no meu quarto e me sentei na beirada da cama. Minha cabeça estava um turbilhão, e a sensação de desconforto não deixava o corpo relaxar. Não demorou muito para o Roberto aparecer atrás de mim, como se já tivesse previsto o que se passava na minha cabeça.

Ele parou na porta, cruzou os braços e me olhou por alguns segundos com aquele ar sério, mas que eu sabia que era só fachada. A voz grave que veio em seguida parecia mais curiosa do que irritada.

— Ficou com ciúmes, Nina? — Ele entrou no quarto, sem esperar por um convite, fechando a porta atrás da si. — Porque, se for isso, não tem nada a ver.

Eu levantei a cabeça e o encarei, tentando encontrar as palavras certas. Não era exatamente ciúmes, mas... era complicado. Como explicar?

— Não é ciúmes — comecei, com um suspiro, mexendo nos lençóis da cama pra disfarçar o desconforto. — Quer dizer, nem faria sentido eu sentir ciúmes da sua esposa, né?

Ele se aproximou, sentando-se ao meu lado, e por um segundo, o silêncio reinou. Mas não durou muito. Roberto nunca foi de deixar as coisas no ar, sempre ia direto ao ponto.

— Então o que foi? Tá se sentindo mal por achar que é o pivô da separação? — Ele falou de um jeito direto, mas sem julgamento, quase como se já soubesse a resposta.

Eu hesitei, mas acabei assentindo com a cabeça. Era isso, em parte. Não dava pra fugir desse sentimento, por mais que eu quisesse. E antes que eu pudesse continuar, ele soltou algo que me pegou de surpresa.

— Nina, a não ser que eu faça uma cirurgia pra substituir meu pau por uma buceta, tua irmã nunca vai me querer...

Não consegui segurar, soltei uma risada espontânea, alta, como se ele tivesse quebrado toda a tensão daquele momento com uma única frase. Olhei pra ele com um sorriso no rosto, balançando a cabeça.

— Você é impossível, sabia?

— Só tô falando a verdade — ele deu de ombros, mas o sorrisinho de lado entregava que ele tinha gostado da minha reação.

Eu me recostei na cama, tentando me acalmar depois da risada. Mas mesmo com a leveza que ele trouxe pro momento, aquela sensação estranha ainda rondava. O jeito como eles se abraçaram, a naturalidade daquilo... era complicado de processar.

Roberto parecia perceber que ainda havia algo mais.

— Fala, Nina. O que está te incomodando de verdade? — ele insistiu, a voz firme, mas sem perder o toque de suavidade que ele às vezes tinha quando era só a gente dois.

Suspirei, olhando pro teto.

— Eu não sei... Acho que é essa coisa toda, sabe? — admiti, minha voz saindo mais baixa. — Eu sei que você e a Rosane tão se separando, que isso já tava decidido, mas ver vocês dois ali, juntos... me deu um negócio.

Ele franziu o cenho, me olhando de um jeito que só ele sabia fazer, como se estivesse tentando entender cada detalhe da minha confusão.

— Um negócio como? — ele perguntou, me incentivando a continuar.

Eu olhei pra ele, sentindo meu peito apertar um pouco, tentando achar as palavras certas.

— É como se eu fosse... de fora. Como se eu estivesse vendo algo que não é meu, que não deveria ser meu. Mas, ao mesmo tempo, eu quero que seja. Entende? — Soltei de uma vez, deixando as palavras saírem sem filtro.

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