Séculos atrás, uma grande guerra acontecia e devastava tudo pela frente. Cansados de tanta luta e sangue derramado, um tratado foi selado entre os dois reinos, os dos humanos e os das criaturas poderosas, acabando com a rebelião.
Uma enorme muralha...
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A grande e principal sala de jantar do castelo estava iluminada por candelabros de cristal presos nos suportes das paredes de granito bem polido, refletindo a luz das centenas de velas junto com o lustre que pendia no teto do salão.
A mesa real, longa, imponente e luxuosa estava coberta com pratos delicados de porcelana, copos de cristal e talheres de ouro que reluziam sob a luz suave.
O jantar havia sido servido e a mesa estava repleta de comidas, iam do cervo que caçaram hoje de manhã até às frutas exóticas, pães e vinho nas taças que tilintavam a cada brinde fútil. As risadas falsas e elegantes, e os murmúrios de conversas entre os nobres se misturavam ao som de talheres sobre pratos, tudo se estendendo pela sala de jantar real.
Estava sentada ao lado do príncipe Louis, o homem que viraria meu marido em breve.
Ele estava vestido elegantemente como sempre, sua postura impecável e seu sorriso ainda continuava lindo, a cada vez que o concedia para alguém, fazendo com que as damas o olhassem admiradas. Elas não tinham nenhuma vergonha, o encaravam descaradamente e me senti um pouco incomodada.
Eu entendia o motivo de tamanha admiração, o herdeiro do trono era muito bonito e atraente. Sua aparência física era impressionante e arrancava alguns suspiros, Louis era forte e alto, o corpo parecia uma obra prima, seus cabelos loiros, olhos verdes e sua pele bronzeada o davam mais destaque ainda.
Era muita perfeição para uma única pessoa, isso me fazia duvidar se ele era realmente tão perfeito assim. Mas quando ele sorria para mim, tudo isso sumiu de minha mente.
Beberiquei o vinho e olhei ao redor, vendo todos os rostos familiares – membros influentes da corte, nobres que ditavam as regras e tomavam decisões importantes para o reino junto ao rei, e criados servindo todos nós.
O jantar fluía normalmente, e Louis, sempre o anfitrião perfeito, mantinha todos entretidos com suas histórias sobre as viagens para o continente do sul de duas semanas atrás. No entanto, eu estava perdida em meus próprios pensamentos, distante.
Me peguei imaginando como seria minha vida como princesa e, mais tarde, rainha. A responsabilidade, o peso das expectativas... Isso me assombrava mais do que qualquer medo infantil dos monstros do outro lado da muralha.
— Está tudo bem? — perguntou Louis, em um tom baixo, notando a expressão pensativa em meu rosto. Me trazendo de volta a realidade.
— Sim. — respondi com um sorriso automático.
— Você está estranhamente quieta esta noite. — comentou Louis, se inclinando e ficando mais perto de mim. — Tem algo a incomodando. Posso sentir isso do outro lado do salão, Alyssa. — afirmou.
