A notícia da revolta nas terras do norte caiu sobre o reino como um trovão. O castelo, que momentos antes estava envolto na tensão entre Jungkook, seu pai, e Jimin, agora fervilhava com a urgência de preparar o exército. Todos sabiam que aquela era uma ameaça real, e qualquer hesitação poderia significar a queda do reino.
Jungkook estava em seu quarto, olhando pela janela as tropas se mobilizando no pátio abaixo. A ansiedade apertava seu peito. Ele havia acabado de afirmar ao pai que estava preparado para o trono, mas agora, com uma guerra iminente, ele sentia o peso dessa responsabilidade se dobrar sobre ele.
— Você está bem? — perguntou Jimin, se aproximando de Jungkook e tocando levemente seu ombro.
Jungkook não respondeu de imediato. Ele olhou para o horizonte, onde o céu começava a se tingir com os tons alaranjados do pôr do sol, mas para ele, parecia mais como as chamas de uma guerra iminente.
— Estou tentando entender o que fazer a seguir — disse ele finalmente, com um suspiro pesado. — Tudo isso está acontecendo tão rápido. Eu sabia que meu pai um dia iria me forçar a aceitar o trono, mas não imaginava que teria que fazer isso em meio a uma guerra.
Jimin se aproximou ainda mais, ficando de frente para Jungkook e segurando suas mãos.
— Você não está sozinho nisso. Eu estou ao seu lado. Nós enfrentaremos isso juntos. — Ele olhou nos olhos de Jungkook, aqueles olhos escuros como a noite, que sempre o reconfortavam mesmo nos momentos mais difíceis. — E sei que, embora seu pai tenha escolhido o caminho da força, você fará diferente. Seu reinado será baseado na justiça, na sabedoria, e no respeito pelo povo.
As palavras de Jimin foram como um bálsamo para Jungkook. Ele sabia que a jornada seria longa e perigosa, mas ao lado de Jimin, tudo parecia mais suportável. Ele apertou as mãos de Jimin, agradecido pela força que ele sempre lhe transmitia.
— Eu só espero estar pronto — murmurou Jungkook, a incerteza ainda pairando sobre sua voz.
Na sala de guerra, o rei estava rodeado por seus conselheiros e generais. Mapa sobre mapa estava aberto na grande mesa de madeira, e o ambiente era preenchido por murmúrios tensos sobre estratégias e posições militares. Quando Jungkook entrou na sala, o silêncio tomou conta. Todos os olhos se voltaram para ele, muitos com dúvidas, outros com curiosidade sobre como o jovem príncipe lidaria com a situação.
— Você finalmente decidiu se juntar a nós? — perguntou o rei com um leve tom de provocação, sem sequer levantar o olhar dos mapas.
Jungkook sabia que aquele era mais um teste. Ele precisaria se posicionar, não apenas como príncipe, mas como líder.
— Estou aqui porque esta é minha responsabilidade agora — respondeu Jungkook, mantendo a calma. — O que sabemos sobre a revolta?
Um dos generais, um homem robusto e de barba espessa, tomou a palavra:
— Majestade, Príncipe Jungkook, ele começou, direcionando-se aos dois. — As terras do norte estão sendo tomadas por um grupo de dissidentes que rejeitam o governo atual. Eles são liderados por um homem chamado Kwon Yi-seul, um antigo comandante do nosso exército. Ele acredita que o reino se tornou fraco e corrupto, e está reunindo apoio de várias aldeias para lançar um ataque direto ao castelo.
Jungkook franziu a testa. Kwon Yi-seul era um nome que ele reconhecia vagamente, mas nunca imaginou que esse homem poderia se voltar contra a coroa.
— E qual é a força deles? — perguntou Jungkook, tentando entender o quão séria era a ameaça.
— Estão bem armados, e seu número cresce a cada dia. Estimamos que em breve terão um exército grande o suficiente para cercar o castelo e começar uma guerra longa e sangrenta, respondeu o general, a gravidade de suas palavras pesando sobre a sala.
O rei, impaciente, bateu a mão sobre a mesa.
— Então, o que estamos esperando? Devemos esmagá-los antes que ganhem ainda mais força! Não podemos mostrar fraqueza agora.
Jungkook, porém, tinha outra abordagem em mente. Ele sabia que a violência sempre fora a primeira resposta de seu pai, mas ele via as coisas de outra maneira.
— Se partirmos direto para a guerra, corremos o risco de perder mais do que apenas soldados. O povo já está insatisfeito, e uma batalha prolongada só vai agravar essa situação. — Jungkook olhou ao redor da sala, tentando medir as reações. — Precisamos de uma solução diferente. Talvez possamos negociar com eles, entender melhor suas queixas e, quem sabe, encontrar uma maneira de resolver isso sem derramar sangue.
O rei lançou um olhar fulminante para Jungkook.
— Negociar? Isso é fraqueza, garoto! Esses homens traíram a coroa, e traidores não merecem misericórdia.
Mas antes que o rei pudesse continuar com sua retórica de força, um dos conselheiros mais antigos, Lord Seung, um homem de cabelos grisalhos e sabedoria evidente nos olhos, falou:
— O Príncipe Jungkook pode estar certo, Majestade. Às vezes, a diplomacia é a melhor arma. Se pudermos evitar uma guerra, não estaríamos apenas salvando vidas, mas também mantendo a estabilidade do reino. Afinal, se o povo se voltar completamente contra nós, até mesmo uma vitória militar será uma derrota.
A sala ficou em silêncio, e o rei, embora claramente contrariado, parecia ponderar as palavras de Lord Seung. Jungkook sentiu uma pontada de esperança ao ver que, pela primeira vez, havia uma chance de seu plano ser considerado.
— E o que sugere, então? — perguntou o rei, relutante, mas disposto a ouvir.
Jungkook respirou fundo antes de responder:
— Eu sugiro que enviemos um mensageiro a Kwon Yi-seul com uma proposta de encontro. Vamos ouvir suas reivindicações e, se possível, tentar resolver isso sem violência. Se as negociações falharem, então nos prepararemos para a guerra, mas pelo menos teremos tentado um caminho pacífico primeiro.
O rei olhou para o filho por alguns longos momentos, o silêncio pairando pesado entre eles. Finalmente, ele assentiu, embora a contragosto.
— Faça como quiser, Jungkook. Mas lembre-se, se falhar, será você quem vai liderar nossos exércitos à batalha. E que o reino pague o preço de sua fraqueza, se for esse o caso.
Jungkook não respondeu. Ele sabia que esse era o único caminho que poderia seguir com a consciência limpa. E com Jimin ao seu lado, ele tinha a força de que precisava para enfrentar o que viesse a seguir.
Com as negociações agora em jogo, o destino do reino estava mais incerto do que nunca, e o peso da coroa começava a se fazer sentir sobre os ombros de Jungkook.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Azul como a cor dos seus olhos
Fiksi PenggemarJeon Jungkook um menino de 18 anos que não pretende virar rei nem tão cedo, mas acaba que ele precisa ouvir seu pai. Park Jimin um menino que mora na aldeia do reino de Jungkook, um menino que olhos azuis marcantes que chamaram a atenção de Jungkook...