Cap.6 encontro

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A musica toca alto e eu danço como nunca na vida pensei dançar, movimentando meu corpo com as batidas eletrônicas. Meu cabelo esta molhado com o suor e eu agradeço mentalmente por não ter pintado meus olhos de preto naquela noite, Flavio dança ao meu lado de modo protetor como um irmão mais velho, não deixa nenhum outro homem se aproximar demais de mim.

--Estou com sede. -Grito me curvando em sua direção.

-Agua ou tequila. -Seu sorriso é enorme e cativante, isso faz com que eu sorrio de volta.

-Tequila. -Grito de volta e uma dúzia de pessoas grita tequila, dou mais risadas da animação constante de todos.

Flavio foi buscar nossas bebidas enquanto eu espero na pista de dança, me recuso a sair daquele lugar, continuo dançando ate prestar atenção em uma mulher que dança em minha frente. Seu cabelo preto esta úmido como o meu, sua pele morena brilhava cada vez que a luzes coloridas passavam por ela. Ela se aproxima de mim e continua a dançar, passando a mão no corpo e no cabelo, sua dança é tão sensual que resolvo imitar cada gesto seu. Passei a mão no meu cabelo e fui descendo suavemente até meus seios e parei na minha cintura, tentei fazer a coisa ser tão sensual quanto à dela. Estava gostando daquela brincadeira. A morena sensual chegou mais perto e a dança foi ficando mais lenta, seu corpo se colou ao meu, percebi o que ela queria e isso me deu um certo formigamento pelo corpo.

-Calma ai Juliana. A Bia aqui não curte não. -Flavio apareceu equilibrando dois copos de tequilas em uma mão e dois pedaços de limões na outra, me entregou um e ficou entre mim e a morena sensual.

-Ah Flay você cortou o meu barato, viu só o quanto de gatos se aproximaram enquanto eu e a ruivinha dançávamos? -olhei ao redor e notei que vários homens nos observando, um cara mais lindo do que o outro.

-Bia esta é Juliana. Juliana esta é Beatriz, a novata que te falei por telefone.

-Prazer Bia. -Ela grita para mim através da musica alta se inclinando na minha direção, ofereci meu rosto para ela para que depositar um beijo em no mesmo, porem Juliana foi mais rápida e me deu um selinho nos lábios.

-Ju, Ju eu já disse que nossa amiga aqui não curte. Não liga para ela Bia, Juliana não pode ver um homem bonito que não se controla, mais também não pode ver uma mulher atraente que se joga em cima.

-Há sua biba sem vergonha, escuta aqui, estamos aqui para dançar e beber ou para jogar conversa fora. -Juliana disse e então me puxou mais a multidão que dançava funk no meio da pista. -Você sabe dançar né. - Afirmei com a cabeça e fomos dançar mais um pouco. O efeito do álcool já estava me deixando tonta e o salto alto não ajuda em muita coisa, meus pés estavam formigando e doendo por conta das horas que passei em pé e minha coxas ardiam como se tivesse feito caminhada o dia todo.

-Vou ao bar um pouco, preciso sentar. -Gritei para Juliana, Flavio que estava dançando com um menina muito linda, algo no seu olhar me dizia que ele não seja completamente Gay. Eles acenam com a cabeça e eu vou dançando até uma cadeira afastada da pista.

-Uma agua, por favor. -Peço ao barman que trás prontamente uma garrafa de agua, fico ali sentada por alguns minutos observando as cenas que até então só havia visto em filmes, agora os vestidos e saias curtos estavam super curtos, dava até para ver a calcinha de algumas meninas, calcinhas vermelhas e pretas em maioria, algumas nem se importavam outras tentavam arrumar a roupa, os homens olhavam para elas como se fossem gaviões a procura de carne para se alimentar.

Eu ri internamente ao pensar que não conseguiria ser assim mesmo se eu quisesse. Minha cara de menininha não ajudava muito na questão de ser sexy. Continuei sentada observando os casais se beijando e alguns até alternando de boca em boca meus olhos passavam de rosto em rosto procurando alguém que estivesse tão quieto quanto eu naquele momento.

Sem sucesso.

Quem estaria em uma balada cheia de gente se divertindo e ficaria sentado em um canto afastado bebendo agua. Acho que ninguém. Continuei avaliando tudo e todos até que meu olhar parou em um rapaz, bom rapaz não. Meu olhar parou em um homem, passei uns cinco minutos avaliando cada pessoa ali que não me dei conta que estava sendo avaliada. Assim que percebeu que eu notei a sua presença ele fez menção de se aproximar, me cumprimentou a distancia com um gesto de cabeça cuja qual eu retribui no mesmo instante, acho que minha receptividade foi o que faltava para ele se aproximar.

-Boa noite. - Ele disse se sentando ao meu lado.

-Boa noite. - Respondi sorrindo para ele, de todos os homens que vi aqui hoje, este com certeza é o mais lindo, parecia um deus grego sentado na minha frente, seus sorriso perfeito me encantou de imediato, seus olhos verdes escuros brincavam ao me examinar de cima a baixo. Continuei sorrindo para ele até me da conta do que eu estava fazendo, estava flertando descaradamente com um desconhecido.

-Você esta sozinha aqui, ou posso acompanha-la em uma bebida.

-Até duas se você quiser. -Sua resposta foi um sorriso encantador. Mais o que eu estava fazendo, resolvi deixar meu lado sóbrio e recatado para lá, não seria demais eu dar uma flertada com o senhor do sorriso perfeito.

-Posso saber seu nome?

-Bia, quer dizer Beatriz, mais pode me chamar de Bia. E o seu? -Pergunto sem tirar os olhos do seu.

-Thiago. Prazer Bia, você é nova por aqui estou certo?

-Sou sim, primeira vez que venho aqui. -Respondo

-Não digo aqui, digo em São Paulo. -Faço cara de assustada mais sei que ele descobriu isso pelo sotaque de interior.

-Como você sabe? -Continuo fazendo cara de espanto e ele ri. -É o sotaque né! -Ele ri novamente.

-Sim é o sotaque, então o que a senhorita deseja beber.

-Por enquanto só agua. -Dito isso percebo que preciso ir ao banheiro urgentemente. - Mais antes preciso dar um pulinho ao toalete, você sabe aonde fica.

-Sou tão chato assim que você já quer fugir de mim?

-Claro que não. -Dou um sorriso de desculpas. -É que realmente eu preciso ir ao banheiro.

-Se você seguir por este corredor sairá em frente aos toaletes. Rosa é o feminino e o azul o masculino.

-Muito obrigada. -Me levanto e lhe dou um beijo no rosto. A musica era mais fraca naquele lado do salão então dava para ouvir os murmúrios das pessoas conversando na fila, olho para trás e vejo Thiago me observando discretamente, esbarro em alguma coisa e só não caio pois sou amparada por braços fortes que me seguram.

-Calma docinho, precisa de ajuda.

-Desculpe. -Murmuro para o homem que me segura

-Nossa que menina mais linda que tal um beijo de agradecimento.

-Não senhor, estou apertada pode me da licença por favor. -O aperto que antes era para me amparar se tornou forte demais, a mão daquele homem era grande. Ele me colocou contra a parede e passou a mão na minha bunda subindo pela minha cintura e apertou os meus seios. Tentei sair de seu aperto mais não consegui. Congelei ao me lembrar de Lucio e sua mãos pesadas em cima de mim, sinto as lágrimas queimarem meus olhos e escorrerem pelo meu rosto. Em um minuto aquele louco estava me apalpando e no outro estava no chão, uma multidão se aglomerou ao meu redor, mais só consegui olhar para aqueles olhos.

-Você esta bem? -Thiago me pergunta enquanto o senhor babaca se levanta do chão com a boca sangrando.


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Mais um capitulo para vcs. <3

Boa leitura e não deixem de comentar o que estão achando. A opinião de vcs são muito importante

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