𝑿𝑿𝑿𝑽𝑰𝑰. 𝑪𝒂𝒍𝒐𝒓𝒐𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆

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Nego com a cabeça, notando que esse drama que ele fazia não era apenas um personagem, era um modo de vida

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Nego com a cabeça, notando que esse drama que ele fazia não era apenas um personagem, era um modo de vida.

- Não. Não começa com essa merda toda, Kaulitz - fecho meus olhos ainda em negação, com medo de ceder a ele ao mesmo tempo que sinto raiva dele. - Não vem com esses jogos ridículos. Eu quero explicações. Quero saber o que está acontecendo. Quero saber onde estou. Quero saber de tudo, de tudo... Menos de você.

Ele ri enquanto tira uma jaqueta de couro que usava como sobretudo, tão sínico como nunca antes.

- Se poupe disso, Lilith - ele pega sua blusa que me fez querer ele aqui, mas que agora, me faz querer matá-lo. - Nem você acredita no que está dizendo

Sua língua brinca com o metal em sua boca enquanto ele se aproxima da cama onde estou tentando me levantar.

- E quem é você pra saber no que que acredito ou deixo de acreditar? Deus? - deixo-me entrar, parcialmente, no jogo de troca de tiros.

Seu silêncio como resposta me faz questionar se é realmente seguro estar numa sala sozinha com ele. Volto a pensar em como sinto ódio dele. Volto a pensar em como ele não teve piedade ao matar meus pais e ao me perseguir depois disso. Volto a relembrar de tudo o que ele fez por mim na noite da Purificação. E volto a pensar em seus lábios me tocando. Volto a pensar em nossas peles se roçando.

- Lilith... - ele começa a cantarolar. Seu tom sai como uma cantiga de ninar. E então, um dejavu me assombra. - Oh, Lilith...

Sua voz soa natural, como anjos cantando para quem entrou no Jardim de Éden. Mas seus olhos por cima do óculos trazem a sensação de que você deve queimar no inferno e sentir sua pele derretendo. Agarro o lençol abaixo de mim, na intenção de me manter firme na realidade e em minhas intenções. Sinto medo. Sinto vontade de chorar. Sinto vontade de beijá-lo. Sinto vontade de correr, correr de toda a realidade, fugir de tudo, mas não dele.

- Não tenho paciência e disposição pra isso, Tom - fecho meus olhos, focando na vírgula ou no ponto final que nossa decisão - Eu só quero paz, Tom... Paz de você, de tudo o que vivi, da noite que pareceu uma década. E respostas.

Sua sobrancelha se levanta levemente. Sua língua passa por seus lábios, os molhando e os corando. Ele se vira de costas pra mim, colocando o óculos no bolso de sua calça e se sentando na poltrona na qual fica de frente pra mim, me deixando com a visão perfeita e excitante de Tom.

Ele levanta as mãos em sinal para que eu prossiga.

- O que aconteceu depois que... - não sabia exatamente o que aconteceu comigo, então tento procurar a palavra certa para o que aconteceu. Ele apenas assente demonstrando que entendeu a pergunta.

- Quando te joguei da piscina, esperei até que você aparecesse lá de baixo e me insultasse, mas não aconteceu, e você não retornou - sinto seu semblante mudar instantaneamente, como se uma sombra estivesse pairando sobre sua alma, como se as lembranças estivessem o perseguindo noite após noite. Ele mal me encara, seus olhos olham para tudo, menos para os meus - Mergulhei a procura de você, e quando te vi, estava morta, totalmente sem vida em meus braços.

The Purge | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora