garçon d'oro- jegulus

25- O damo e o vagabundo.

Era fim de tarde de domingo, e James não passava um segundo sem pensar em Regulus. Desde a festa de Sirius na sexta-feira, desde o beijo deles, cada mitocôndria em seu corpo respirava pelo seu Reggie.

E seu coração enlouquecido doía.

Ele se recordava perfeitamente do rosto de Regulus quando o desafio foi proposto. Seus olhos podiam ter brilhado e sua face podia ter permanecido calma, mas seu corpo tencionou. James, que sempre reparava nos mínimos detalhes dele, sabia que seu corpo enrijecia quando ele estava desconfortável e nervoso. Então, por mais que ele estivesse completamente faminto por ele, se obrigou a rejeitar. Além disso, ele não queria beijá-lo apenas por um mero desafio.

Regulus ficara mais frio de repente, e ele soube que precisava esclarecer a situação. Não aguentaria mais um dia vivendo daquela forma, pois achava que iria explodir de tanta paixão se não a demonstrasse logo. E teve certeza daquilo quando quase morreu de ciúmes ao ver uma amiga sua flertar com ele. Mesmo que felizmente o garoto fosse gay, ele não conseguiu ficar parado ao ver aquilo.

E após aquilo... Ah. James nunca se recuperaria daquele beijo.

A coisa é que, após Regulus ter o beijado, seus olhos, que antes o encaravam tão intensamente, haviam arregalado ao passo que suas sobrancelhas se juntaram. Ele havia saído de repente, sem espaço para conversa alguma. Isso confundiu completamente a cabeça de James, que sabia que o garoto também queria aquilo tanto quando ele. Um beijo daqueles não podia ter sido apenas um beijo.

Então ele tentou entrar em contato com Regulus. Mandou algumas poucas mensagens na manhã de sábado, mas havia sido completamente deixado no vácuo.

Com medo de ter estragado tudo, James enviou algumas dezenas de mensagens até aquele momento. Sabia que estava sendo extremamente irritante, tão insistente assim. Mas ele não conseguia evitar. Reggie não o respondia, e ele estava desesperado.

E o pior era que Regulus visualizava absolutamente todas as mensagens. Não responder era uma escolha dele. Isso cortava o coração de James de uma maneira inexplicável. Regulus poderia tê-lo bloqueado, assim pelo menos James saberia que ele queria total distância e que suas mensagens não estavam sendo lidas. Ou até mesmo preferia um texto maldoso, o chamando de sem noção e o xingando nas três línguas que o garoto sabia.

Mas aquilo era pior. James mandava uma penca de mensagens, mas nenhuma era suficiente para fazer com que Reggie respondesse. Ele se sentia um completo lixo ambulante. Como se fosse inútil, e nada do que ele dissesse seria bom o bastante para concertar a situação. Ele havia pisado na bola por não saber se controlar, e agora era idiota o suficiente para não conseguir ao menos concertar.

Sua mãe logo notou o incômodo do filho e perguntou o que era. Só que ele não sabia o que fazer. Não queria piorar a situação, e não tinha certeza se contar para ela seria uma boa ideia. Tentou guardar para si, mas foi inevitável falar que tinha a ver com Reggie.

James nunca havia realmente contado para sua mãe como se sentia sobre ele, mas tinha noção que não era o mais sutil ao esconder. Ela devia estar começando a perceber, pela forma apaixonada que ele falava sobre o garoto. Ela então se sentou ao seu lado e o puxou para um abraço caloroso, no qual ele se derreteu que nem sorvete no verão.

— Seja o que for, vai ficar tudo bem, meu filho.

— Espero que sim... — sua voz ficava meio abafada pelo ombro da mulher.

No jantar, ela pediu o cachorro quente que James tanto gostava, apenas para animá-lo.

James amava sua mãe. Aquele era o apoio que ele precisava. Mas, infelizmente, ele não se sentiria melhor até conseguir falar com Regulus. Peter sempre dizia que, nas fanfics que ele adorava ler, 80% dos problemas dos casais sempre são por falta de comunicação. Os dois ainda não eram un casal, mas ao ficar aquele tempo sem conversar com ele, James entendeu.