A Casa

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Acordei com o som suave do vento balançando as folhas lá fora. Por um momento, não reconheci o ambiente ao meu redor. As paredes de madeira, o teto alto, a sensação de isolamento — tudo me lembrou que eu estava longe de casa. Respirei fundo e me espreguicei. Era meu segundo dia naquela casa, em Stowe, e o primeiro dia oficial de trabalho.

Levantei-me devagar, sentindo o chão de madeira frio sob meus pés. A casa estava silenciosa. Vesti uma roupa confortável, amarrei o cabelo em um rabo de cavalo rápido e desci até a cozinha, onde a lista de tarefas que ele havia deixado me esperava em cima da bancada.

"Varrer a casa, passar um pano nos moveis e recolher o lixo"

Típico. Objetivo e direto, assim como ele. 

Eu comecei a limpeza logo cedo. Não estava com fome, então decidi ocupar meu tempo varrendo a casa, o que parecia ser uma tarefa mais fácil para começar. Passei pela sala de estar e, em seguida, pelo corredor.

Depois de varrer o chão do primeiro andar por completo, peguei um pano e comecei a limpar os móveis. Cada peça parecia ter sido escolhida a dedo, mas nenhuma tinha sinal de uso recente. 

Subi as escadas com a vassoura em mãos, pronta para encarar o segundo andar. Os degraus também eram de madeira, e ecoavam um som suave a cada passo.

Quando cheguei ao topo, o corredor se estendia à minha frente. Comecei varrendo um quarto vazio, depois o banheiro, até chegar à última porta no final do corredor.

A porta abriu-se com um rangido leve, revelando um escritório modesto. Uma escrivaninha de madeira estava encostada à janela, que dava uma vista direta para a floresta. As cortinas estavam fechadas, deixando o ambiente na penumbra. Algumas prateleiras cheias de livros e uma cadeira de couro compunham o cenário.

Aproximei-me, notando o leve cheiro de papel e madeira envelhecida. Olhei ao redor, e foi então que percebi algumas bolas de papel amassadas no chão, como se tivessem sido descartadas apressadamente. — a quantidade de papéis amassados sugeria frustração. Eu deveria confirmar que eu podia descartar esses papeis, então decidi ler eles. 

Agarrei papel amassado no chão e, sem pensar muito, comecei a ler o papel que havia sido escrito em caneta preta.

𝘌𝘶 𝘰𝘣𝘴𝘦𝘳𝘷𝘢𝘷𝘢 𝘏𝘢𝘯𝘯𝘢 𝘥𝘦 𝘭𝘰𝘯𝘨𝘦, 𝘱𝘦𝘳𝘥𝘪𝘥𝘢 𝘦𝘮 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘱𝘳ó𝘱𝘳𝘪𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘯𝘴𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴. 𝘌𝘭𝘢 𝘊𝘰𝘮𝘦ç𝘰𝘶 𝘢 𝘥𝘢𝘯ç𝘢𝘳 𝘭𝘦𝘷𝘦𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘤𝘰𝘮 𝘢𝘴 𝘮ã𝘰𝘴, 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘤𝘢𝘣𝘦𝘭𝘰𝘴 𝘣𝘢𝘭𝘢𝘯ç𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘢𝘰 𝘳𝘪𝘵𝘮𝘰 𝘥𝘰 𝘷𝘦𝘯𝘵𝘰. 𝘌𝘶 𝘯ã𝘰 𝘲𝘶𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢𝘳 𝘥𝘦 𝘰𝘭𝘩á-𝘭𝘢. 𝘌𝘶 𝘲𝘶𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘵𝘰𝘤á-𝘭𝘢 𝘦 𝘣𝘦𝘪𝘫á-𝘭𝘢, 𝘤𝘰𝘮 𝘵𝘢𝘯𝘵𝘢 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘯𝘴𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘢 𝘧𝘪𝘻𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘦𝘴𝘲𝘶𝘦𝘤𝘦𝘳 𝘥𝘦 𝘴𝘶𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘢𝘯𝘵𝘪𝘨𝘢. 𝘘𝘶𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘵𝘰𝘳𝘯á-𝘭𝘢 𝘮𝘪𝘯nha, 𝘮𝘰𝘴𝘵𝘳𝘢𝘳 𝘦𝘮 𝘢çõ𝘦𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘶 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘧𝘢𝘻ê-𝘭𝘢 𝘨𝘰𝘻𝘢𝘳, 𝘢𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘤𝘰𝘮 𝘢 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘭𝘪𝘯𝘨𝘶𝘢. 𝘘𝘶𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘴𝘶𝘴𝘴𝘶𝘳𝘳𝘢𝘳 𝘴𝘦𝘶 𝘯𝘰𝘮𝘦 𝘦 𝘰𝘶𝘷𝘪𝘳 𝘦𝘭𝘢 𝘴𝘶𝘴𝘴𝘶𝘳𝘳𝘢𝘳 𝘰 𝘮𝘦𝘶, 𝘮𝘢𝘴 𝘦𝘭𝘢 𝘯ã𝘰 𝘧𝘢𝘻𝘪𝘢 𝘪𝘴𝘴𝘰, 𝘦𝘭𝘢 𝘴𝘦 𝘳𝘦𝘤𝘶𝘴𝘢𝘷𝘢, 𝘵𝘢𝘭𝘷𝘦𝘻 𝘦𝘶 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘢 𝘰𝘣𝘳𝘪𝘨𝘢𝘳? 𝘢𝘮𝘦𝘢ç𝘢𝘳? 𝘯ã𝘰... 𝘵𝘢𝘭𝘷𝘦𝘻 𝘦𝘶 𝘯ã𝘰 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘵ê-𝘭𝘢 𝘴𝘦𝘲𝘶𝘦𝘴𝘵𝘳𝘢𝘥𝘰"

A verdadeira obsessão. 🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora