Eu estava sentada no banco de trás do carro, ouvindo as batidas suaves de "Midnight Rain" preenchendo o silêncio da noite. A música parecia se misturar com o som delicado da chuva fina batendo contra o para-brisa, criando uma sinfonia melancólica que refletia o que eu sentia por dentro.
Do lado de fora, as luzes dos postes se desfaziam em pequenas gotas no vidro, enquanto o vento frio invadia o interior do carro, me fazendo arrepiar. O cheiro da chuva úmida entrava pelas frestas da janela, trazendo um frescor que contrastava com a quietude sombria do momento.
A cada nova batida da música, parecia que o tempo se estendia. As gotas de chuva escorriam lentamente pelo vidro, quase como lágrimas silenciosas, enquanto o vento varria as ruas vazias e deixava um rastro de solidão no ar. Apesar da tristeza que pairava, havia algo incrivelmente romântico naquela cena, como se o próprio universo estivesse conspirando para criar um cenário perfeito — uma mistura de nostalgia, desejo e quietude.
A música seguia seu curso, lenta, envolvente, e eu apenas me perdi naqueles segundos, observando o mundo lá fora sob a cortina de chuva e permitindo que o frio e a melodia me abraçassem.