Capítulo 2 - O Hotel

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Após caminhar as três ruas com a mala gigante, parei diante do hotel cintilante da senhora Walter, no final da rua. O prédio é composto por canteiros em derredor da entrada. As portas são de vidros com madeira escura, iluminado com luminárias amarelas dando um contraste perfeito. O chão é todo de madeira e as paredes com concretos e pedras grandes que deixam tudo mais rústico e moderno. Adentrei sentindo o piso ranger com meu peso e sapatos juntamente com a mala pesada. Na recepção, assim que entrei o lustre era o que mais chamava a atenção de todo o lugar, ele fica bem no centro, não era o tapete redondo cor creme, não era os sofás de couro, não era as grandes janelas que se destacavam com os primeiros pingos da chuva, era o lustre.

— Você sabia que esse lustre tem uma história fascinante? —  me sobresaltei com o susto, observando a senhora de cabelos curtos e ondulados nas pontas, misturados com preto e grisalhos se aproximar. Suas vestimentas era uma camisa social branca, sua calça era de alfaiataria verde musgo e seus sapatos um carmim marrom claro. Ao julgar, essa poderia ser a senhora Walter, elegante e bonita, algo dizia que ela era bem vaidosa, e que sua idade aparenta ser bem mais que 49 anos. Encarando o lustre que pendia no teto com suas luzes cintilantes ela prosseguiu — Ele pertenceu a minha bisavó, Arabella o nome dela, ela dizia que ele era mágico.

—  Mágico? Como assim?  —  perguntei confusa e sorrindo um pouco.

—  Ela dizia, sempre que alguém se casava na família, uma luz do lustre se apaga, e sempre que alguém estava prestes a ter uma grande mudança em sua vida, uma luz acendia  —  ela se aproximou, os braços cruzados e um sorriso em seus lábios pintados de nude.

—  E você acreditou nisso?  — perguntei impossível de parar de admirar o lustre, intercalando meu olhar para ela e para o mesmo.

—  Eu não sei... mas desde então, sempre que estou em casa, sinto que o lustre observa tudo. É como se ele guardasse os segredos da nossa família  —  ela olhou para o lustre  —  Quem sabe, talvez ele esteja esperando por mais histórias para contar  —  ela deu de ombros.

—  De outras pessoas?  —  a encarei.

—  De outras pessoas  —  ela piscou pra mim e retornou para trás do balcão  —  O que eu posso fazer por você, senhorita....

—  Mia  —  me apressei caminhando para mais perto — Eu vim em busca de um quarto para passar a noite.

—  Pretende ficar quanto tempo aqui?  —  ela abriu uma gaveta com diversas fichas de clientes, era tudo bem rústico como sempre pensei, mas havia um computador branco, um interfone, vários telefones e entre outras coisas que dava um ar de moderno, era uma mistura fascinante, além dos quadros de histórias de antepassados e a construção do imóvel.

—  Eu não sei bem  —  coloquei meus fios rebeldes atrás da orelha.

—  Temos um pacote em promoção  —  ela fechou a gaveta me encarando por um momento, se aproximou do computador e começou a digitar  —  duas quinzenas, uma quinzena, um mês...

—  Uma semana por enquanto, posso mudar depois?  —  engoli em seco.

—  Claro, basta vir a recepção e faremos a mudança, se não eu, um dos nossos funcionários.

Walter preparou tudo e optei pelo pagamento em cartão de débito. Ela me deu as chaves dizendo que o café da manhã é sempre às setes horas, que há toalhas limpas no quarto, junto com lençóis e fronhas dentro do maleiro na parte de cima do guarda roupa e se precisasse bastava usar o telefone ao lado da porta do quarto com os números fixados na parede, agradeci e subi devagar com a mala pelas escadas de madeira, cada pisada era um rangido misturado com o vento frio da chuva que cai torrencialmente do lado de fora.

No topo da escadaria, a grande janela de vidro dava vista para toda a cidade de duskwood, onde estava banhanda pela chuva. No mesmo momento, me perguntei se uma dessas luzes das casas poderiam ser a casa dos meus amigos, uma lágrima teimosa quis escorrer pelo meu rosto quando me perguntei se Jake poderia estar aqui, ou se aquilo era fruto da minha desilusão amorosa, afastei os pensamentos da cabeça e segui meu caminho, o grande prédio continha cinco andares, e o meu era o último, na última porta, no final do corredor, o quarto 50. Cinco andares, dez quartos cada um, 50 quartos ao total.

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Olá eu estava escrevendo essa história em outra plataforma mas migrei para o wattpad, peço perdão pelos primeiros capítulos seremos curtos e pelos erros ortográficos ☕

Tiktok: evduskmoon.

A Promessa do Jake Onde histórias criam vida. Descubra agora