Meus olhos pareciam fechados, por mais que eu forçasse minha vista ao máximo. Tentei mexer meus braços, mas foi em vão, pois quando meus dedos encontraram uma parede, não alcançava nada que pudesse me tirar dali. Não consegui sair do lugar. Estava presa.
O calor começou a me sufocar e os pingos de suor escorriam por meu pescoço. Senti todo meu corpo molhado.
Preciso me acalmar. Quanto mais eu me desespere mais rápido eu posso morrer. Só Deus sabe onde eu estou.
Por que eu estou aqui?
Não fazia sentido. Tentei lembrar do último lugar que estive, mas só conseguia me recordar dos olhos de meu pai. Droga. Isso não tinha nada a ver.
Se concentra.
Minha cabeça começou a me enganar. Por um instante senti algo gosmento em minhas mãos, mas a sensação logo desapareceu.
O que diabos está acontecendo comigo? Quem poderia ter me posto aqui? E qual o motivo disso?
Lembre-se, por favor.
Nada tirava os olhos negros e rígidos de minha mente.
Será que o vi antes de ser colocada aqui?
Me lembrei que tive uma discussão com ele alguns dias antes, mas faz tanto tempo. Ele havia bebido tanto e depois veio para cima de minha mãe, mas eu não podia atacá-lo, então sai de casa com ela e minha tia nos abrigou. Infelizmente, isso era tudo que eu me recordava. Tentei ao máximo controlar minha respiração para que não me faltasse o ar.
Graças a Deus não sou claustrofóbica, ou já tería surtado, Encostei as mãos e senti as quatro paredes que me delimitavam, era um material liso e gelado. Notei que meus pés só estavam protegidos por meias fininhas e escorreguei um pouco quando fui me mexer. Parecia a parede de um freezer.
Suspirei e pus-me a ajeitar meu corpo de modo que meus joelhos encostavam em meu peito. Chutei nada acontecia. ao máximo, mas
Estava presa e nem ao menos conseguia mexer um pouco. Voltei a ficar como estava e me encolhi, abraçando meus joelhos.
O tempo ali se arrastava e não consegui identificar quanto tempo fiquei naquela posição, mas minhas pernas ficaram dormentes. No entanto, depois de algum tempo todo meu corpo começou a adormecer.
A sensação era agoniante. Perdi todo o movimento domeu corpo. Tudo estava dormente, quase fechei meus olhos e esperei que o pior acontecesse. Felizmente, a sensação logo cessou e foi uma enorme alegria poder mexer minhas pernas.
O que será que está acontecendo comigo?
Minha mente está começando a me enganar e não creio que o melhor vai acontecer depois disso. Será que está começando a faltar oxigênio nesse lugar? É o mais provável.
Respira.
Senti meu corpo repleto de suor.
Vamos. Lembre-se de algo. Não posso simplesmente ter acordado num lugar desses. Não me lembro nem de ter saído de casa, pois estava esperando minha mãe chegar.
Um instante, eu não recordava disso há minutos atrás. Será que fui dopada e a droga já está perdendo efeito? Céus, que seja isso. Preciso sair desse lugar. Isso não pode ser real. E se for um pesadelo?
De repente, como se para me tirar de meus pensamentos, uma tosse infernal queimou meu peito a cada segundo e não cessava até que ouvi um barulho do lado de fora. Uma porta estava sendo aberta. Gritei sobre a tosse e senti meus pulmões arderem, mas ninguém parecia me escutar. Isso se fosse realmente alguém que tivesse aberto a porta.