Pont of view: Marília.
O sol começava a surgir no horizonte, pintando o céu com tons alaranjados e dourados, quando Marília despertou em seu pequeno ateliê na praia. O som suave das ondas servia de trilha sonora para sua rotina matinal, algo que ela valorizava profundamente. Ainda de pijama, ela abriu a janela, deixando o vento fresco encher o espaço com o cheiro salgado do mar.
Pegou sua xícara favorita e preparou um café simples, que tomou enquanto observava o nascer do sol. Seus pensamentos vagavam entre suas pinturas, as conversas recentes com Maraísa e a paz que havia sentido ao passar o dia anterior com a família.
Depois de lavar a xícara, Marília organizou rapidamente o ateliê, empilhando telas, arrumando pincéis e guardando os tubos de tinta que ainda estavam espalhados pela bancada. Sentia que aquele dia seria produtivo, mas antes de tudo, queria aproveitar os pequenos momentos, sem pressa.
[...]
Marília decidiu caminhar até a feira local, que acontecia todas as quartas-feiras no centro da cidade. Era um evento simples, mas repleto de vida: barracas coloridas, vozes animadas dos feirantes, risadas de crianças correndo entre os corredores apertados.
Ela parou em uma barraca de frutas e escolheu algumas mangas e laranjas. O feirante, um senhor simpático que a conhecia desde criança, sorriu ao reconhecê-la.
— Marília! Faz tempo que não te vejo por aqui. Como estão suas pinturas? — ele perguntou, empacotando as frutas.
— Estão indo bem, senhor João. Tenho trabalhado bastante — respondeu, devolvendo o sorriso. — E a feira? Sempre movimentada, né?
— Ah, sim. É o coração da cidade, você sabe disso.
Marília pagou pelas frutas e continuou caminhando, sentindo-se conectada com aquela simplicidade. Parou para comprar flores em outra barraca, escolhendo girassóis que agora iluminavam seus braços como um pequeno raio de sol portátil.
[...]
Depois da feira, Marília resolveu ir até o parque da cidade, um lugar que sempre a inspirava. Levou consigo um caderno de desenhos, sentando-se em um banco à sombra de uma árvore.
Enquanto os pássaros cantavam e o vento balançava suavemente as folhas, ela começou a desenhar. Traços delicados formavam paisagens, mas também figuras humanas — um reflexo das pessoas que haviam marcado seu dia e sua semana. Entre os rostos que surgiam em sua mente, Maraísa aparecia com frequência.
Houve momentos em que Marília parava de desenhar e apenas observava o movimento ao redor: um casal caminhando de mãos dadas, crianças brincando com seus pais, um cachorro perseguindo uma borboleta. Tudo parecia se encaixar em uma harmonia que ela queria capturar em suas obras.
[...]
Já era tarde quando Marília voltou ao ateliê. Preparou um almoço simples com os ingredientes que comprara na feira e colocou os girassóis em um vaso no centro da mesa. A luz do sol, entrando pela janela, iluminava as flores, e ela não pôde evitar um sorriso ao notar como aquele pequeno detalhe deixava o ambiente mais acolhedor.
Decidiu pintar novamente, desta vez inspirada pelos traços que fizera no parque. As cores vivas da feira e a energia tranquila do parque estavam refletidas em cada pincelada. Um fundo em tons de verde e amarelo, formas que lembravam o movimento das pessoas que vira mais cedo, e, no centro, um toque de azul profundo — a cor que, para ela, representava tanto a calma quanto o mistério.
[...]
Ao final do dia, Marília sentou-se na varanda de seu ateliê com uma xícara de chá. O céu começava a mudar de cor novamente, agora com tons rosados e lilases, sinalizando o fim de mais um dia.
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Cores do coração - Malila.
FanfictionEm uma pequena cidade costeira, a jovem artista Marília de 20 anos, encontra inspiração em Maraísa, uma nova residente cheia de vida. À medida que se tornam amigas, Marília descobre que seus sentimentos por Maraísa vão além da amizade, revelando um...