Pov.chaeyoung
Enquanto conversávamos, percebi que a luz do dia estava começando a desaparecer, e a sala foi gradualmente preenchida por uma penumbra suave.
-Ah, está ficando tarde- comentei, olhando pela janela. -Acho que vou para casa.
Dahyun franziu a testa, preocupada. -Você tem certeza? Posso te levar. Não quero que você fique sozinha depois de tudo o que aconteceu.
-Não precisa se preocupar, Dahyun- respondi, tentando transmitir confiança. -Eu consigo ir sozinha. Está tudo bem.
Ela hesitou, mas logo sorriu, sabendo que não adiantaria insistir. -Se você tiver certeza... mas, por favor, quando chegar em casa, me manda uma mensagem, tá? Só para eu saber que você chegou bem.
-Claro, eu prometo- disse, sentindo-me grata pela preocupação dela. -Obrigada por tudo hoje. Você realmente me ajudou.
Dahyun sorriu, e eu pude ver a preocupação em seus olhos se dissipar um pouco. -De nada! E lembre-se, estou sempre aqui se precisar conversar.
Levantei-me, dando-lhe um abraço apertado antes de sair. Enquanto caminhava para casa, a brisa fresca da noite me envolvia, e eu não pude deixar de pensar no que Dahyun havia dito. A ideia de gostar de Mina ainda ecoava na minha mente, mas eu precisava de tempo para entender tudo isso.
Quando finalmente cheguei em casa, peguei meu celular e enviei uma mensagem rápida para Dahyun:
"Cheguei bem! ❤️"
Respirei fundo, tentando relaxar. O dia tinha sido intenso
Depois de enviar a mensagem para Dahyun, fui para o banheiro e liguei o chuveiro. Enquanto a água esquentava, me olhei no espelho e um sentimento de insatisfação começou a crescer dentro de mim.
O reflexo mostrava uma imagem que eu não gostava. Meu corpo era delicado, e, por algum motivo, isso me incomodava. Eu sempre quis ser mais forte, mais confiante, como as pessoas que admirava. A ideia de ser vista como frágil me deixava inquieto.
-Por que eu não consigo me sentir bem comigo mesmo?- murmurei, passando a mão pelo meu cabelo. A água começou a cair, e eu entrei no chuveiro, tentando deixar para trás esses pensamentos negativos.
Enquanto a água escorria pelo meu corpo, me perguntei se algum dia conseguiria aceitar quem eu sou. A pressão para ser diferente, mais forte, parecia sufocante. Eu queria me sentir confortável na minha própria pele, mas a verdade era que me sentia preso em um corpo que não parecia refletir quem eu realmente era.
Fechei os olhos, tentando me concentrar na água quente, mas a insegurança ainda estava lá. Lembrei das palavras de Dahyun, sobre ser honesta comigo mesmo. Será que eu estava apenas fugindo da verdade?
Depois de um tempo, decidi que precisava mudar essa perspectiva. Se eu realmente queria me sentir melhor, precisava aprender a amar cada parte de mim, mesmo as que não gostava.
Saí do chuveiro, me enxugando e olhando novamente para o espelho. Desta vez, tentei ver além das inseguranças.
-Eu sou mais do que isso- falei para mim mesmo, tentando encontrar um pouco de coragem. -Eu sou forte, e vou aprender a amar quem eu sou.
Com essa nova determinação, vesti um pijama confortável e me sentei na cama, respirando fundo. Sabia que o caminho para a aceitação seria longo, mas estava disposto a tentar.
Enquanto me sentava na cama, o peso dos meus pensamentos aumentava. Olhei para a parede, tentando organizar tudo o que estava sentindo. A verdade é que, em muitos momentos, eu não me sentia como uma mulher. A sensação de estar preso em um corpo que não parecia refletir quem eu realmente era me deixava angustiado.
-E se as pessoas soubessem?- pensei, a ansiedade crescendo. -O que minha família diria? E a Dahyun?
A ideia de abrir esse lado de mim para alguém me deixava paralisado. Eu sabia que Dahyun era uma amiga incrível, mas e se ela não entendesse? E se isso mudasse a forma como ela me via? As perguntas giravam na minha cabeça, e a pressão aumentava.
Decidi que era melhor me fechar. Era mais seguro assim. Se eu não falasse sobre isso, ninguém precisaria saber. Poderia continuar vivendo a vida que esperavam de mim, mesmo que isso significasse sufocar uma parte tão importante de quem eu sou.
-Eu só preciso ser forte- murmurei para mim mesma, tentando encontrar consolo nas palavras. -Ninguém precisa saber do que estou passando.
Levantei-me e fui até a janela, olhando para a noite estrelada. O silêncio lá fora era reconfortante, mas a solidão dentro de mim parecia mais intensa.
-Vou me proteger- pensei, decidida. -É mais fácil assim.
Com essa resolução, voltei para a cama e puxei os cobertores, tentando me aquecer e me esconder do mundo. A batalha interna ainda estava lá, mas eu estava determinada a enfrentar isso sozinha, pelo menos por enquanto.
No dia seguinte, a luz do sol começou a entrar pela janela, e eu ainda estava enrolada nos cobertores, tentando ignorar o mundo lá fora. De repente, ouvi a batida suave na porta, seguida pela voz da minha mãe.
-Chaeyoung, querida, está na hora de acordar!- ela chamou, com um tom carinhoso.
Senti um misto de gratidão e ansiedade. A última coisa que eu queria era ter uma conversa profunda hoje. Respirei fundo e respondi, tentando esconder meu estado de espírito.
-Já estou acordando, mãe!- gritei de volta, enquanto me espreguiçava e tentava me preparar para o dia.
Ela entrou no quarto, trazendo um sorriso no rosto. -Bom dia! Você dormiu bem?
-Mais ou menos- respondi, forçando um sorriso.
Ela se aproximou da cama e, enquanto me olhava, disse: -Você é tão linda, sabe? Uma verdadeira mulher.
Naquele momento, meu coração disparou. A palavra "mulher" ecoou na minha cabeça, e eu não consegui evitar a correção.
-Mãe, na verdade, eu prefiro que você não me chame assim. Pode me chamar de "Filha" ou só pelo meu nome- disse, tentando ser firme, mas respeitosa.
Ela pareceu confusa por um instante, mas logo assentiu. -Claro, querida. Desculpe se ofendi.
Senti um alívio ao ver que ela estava disposta a ouvir. -Obrigada, mãe. Só... só quero que você saiba que estou tentando entender quem eu sou.
Ela sorriu, colocando a mão em meu ombro. -E eu estou aqui para te apoiar, não importa o que você descobrir.
Agradeci a ela com um olhar, e embora a conversa tivesse sido breve, eu sabia que era um passo importante. O dia ainda seria desafiador, mas pelo menos tinha o apoio dela, mesmo que eu ainda estivesse lutando para me entender.
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Entre eu e você-michaeng (GP)
Fiksi PenggemarSon Chaeyoung uma bolsista em uma escola de filhinhos de papai mimados onde tem a sua maior bully Myoui Mina a filha do diretor