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O silêncio predominara o ambiente por alguns minutos, os mesmo onde Simone se permitiu admirar a beleza angelical de Rebeca. O silêncio fora interrompido pela voz rouca da garota de olhos brilhantes.
- Você acha que a mamãe vai demorar? - Rebeca perguntou, bocejando novamente.
Simone já havia perdido as contas de quantas vezes vira Rebeca bocejar somente nos últimos dez minutos.- Ela já deve estar chegando. Por que não descansa um pouquinho? Teve um dia exaustivo e ainda tem algumas boas horas para ele acabar. - Simone disse serenamente.
- Porque a mamãe me põe para dormir e se deita comigo. - Rebeca explicou. - Ela me conta histórias igual o papai fazia.
- Ela já deve estar vindo. - Simone disse, levando sua mão até os cabelos de Rebeca e acariciando.
- Você pode me pôr para dormir igual a mamãe faz? - Pediu com a voz fraca, seus olhos quase se fechando já tamanho era seu sono.
- Claro. - Simone disse.
- Eu só, bem, não sei como ela faz isso. - Confessou um pouco embaraçada.
- Deita aqui comigo. - Rebeca instruiu e Simone a olhou receosa, mas os olhinhos castanhos pelo sono a fizeram acatar seu pedido.
Simone subiu gentilmente na cama e se deitou ao lado de Rebeca, vendo a garota se mover e se deitar sobre seu peito.
- Hoje eu vi um montão de gente, Si. - Rebeca disse, tendo os seus olhos já fechados.
- Por isso está tão cansada, imagino. - Rebeca moveu a cabeça em positivo.
- Pode me contar uma história? - Ela pediu baixinho e Simone levou uma mão ao cabelo dela, acariciando seu couro cabeludo lentamente e sorriu diante do pedido. - Era uma vez uma linda princesa...
Quando Rosa retornou ao quarto seu sorriso se abriu de uma forma terna, pois se deparou com Rebeca dormindo sobre Simone. Ela deduziu que Rebeca lhe pedira que contasse uma história. Oh, como ela amava histórias!
O mais bonito de tudo era que Simone também dormia pacificamente, tendo um braço sobre as costas de Rebeca, como se a protegesse dos males do mundo.
A mulher sentiu-se apenada por ter que acordar Simone, deduziu que a menina havia dormido pouco, única e inteiramente por ter passado a noite no hospital com ela e Rebeca.
- Querida... - A mulher chamou, balançando seu corpo delicadamente. Simone deu um salto, acordando assustada: Olhos arregalados e coração disparado.
- Oh, céus. Eu sinto muito. - Simone se aprontou em dizer. - Ela queria que eu...
- Contasse uma história. - Rebeca completou sorrindo. - Eu sei, não se preocupe. Obrigada por isso. - Disse tranquilizando Simone. - Só te acordei porque suponho que queira comer algo e que precise voltar para a suas aulas práticas. - Os olhos de Simone se esbugalharam e ela verificou seu relógio de pulso, se desvencilhando cuidadosamente de Rebeca e descendo da cama.
- Obrigada por ter me acordado. Preciso realmente ir. - Simone disse, bocejando. Ainda se sentia muito cansada, mas o que poderia fazer?
- Obrigada você por ter cuidado dela para mim. Ela odeia ficar sozinha.
- Imagino. Ela disse que hoje viu várias pessoas. - Simone comentou, vendo Rosa assentir.
- Sim. O psiquiatra, a psicóloga, a imprensa, vários médicos diferentes. Por isso eu adiei de ver o fisioterapeuta, que no caso agora é você. - Rosa disse com um sorriso fraternal.
- Imagino que todos estejam querendo vê-la.
- Ela não liga, mas quando a imprensa perguntou se ela se sentia preparada para voltar para a vida, incluindo a vida amorosa, bem, ela começou a chorar.
- Perguntaram isso? - Simone se sobresaltou. - Como se atreveram? Eles não sabem que ela...
- Oh, querida, eles sabem, mas esses ratos fazem de tudo por audiência. Eu proibí a entrada deles aqui após isso. - Simone assentiu, já mais calma.
- Eu saio em quatro horas. - Simone informou um pouco constrangida pelo que se atreveria a dizer. - Quero que a senhora vá para a casa hoje, coma bem, tome um relaxante banho e descanse. Ficarei com ela.
- De maneira alguma. - Rosa disse séria. - Sei o quanto está cansada, querida.
- Mas pelo menos eu dormi algo. Amanhã começamos a fisioterapia, ela precisará de todo o seu apoio, se dormir estará cem por cento. - Simone disse.
- Mas você é a fisioterapeuta, também precisará estar cem por cento. - Rosa rebateu.
- E estarei. Dormirei pela madrugada aqui enquanto ela também dorme. - Simone explicou. - E caso eu não esteja cem por cento, de qualquer forma, eu não estarei sozinha, terei o acompanhamento do senhor Cowell. - Rosa suspirou e olhou para a filha.
- Tem certeza? - Indagou. - Digo, você já fez demais por ela e...
- Tenho. - Se antecedeu em dizer, vendo Rosa lhe fitar.
- Qualquer coisa, por menor que seja, você me liga. - Ela disse, vendo um sorriso se abrir no rosto de Simone.
- Vou precisar do número do seu telefone. - Três batidas na porta, que já estava aberta, fizeram as duas olharem na direção do som.
- Senhora Andrade? - A voz de Mateus perguntou apenas por perguntar, afinal sabia quem era a mulher.
- Pois não?
- Eu gostaria de falar com a senhora sobre a fisioterapia. - Rosa franziu o cenho.
- Já conversei com Ruppert e com Simone. Tudo já está acertado.
- Senhora, eu sei que você adora Simone. - Ele começou, se aproximando, falando como se a garota não estivesse ali. - Mas comigo teremos um avanço mais rápido e eficiente. - Rosa assentiu e sorriu.
- Oh, fico muito feliz em saber que auxiliará Simone então. - Ela disse, vendo o homem entortar a boca em desaprovação.
- Eu quis dizer que sugiro que eu seja o fisioterapeuta principal. - Ele foi direto, fazendo Simone suspirar e colocar suas mãos no jaleco.
- Bem, acredito que eu não pago uma parcela astronômica por mês para este hospital para o senhor me sugerir algo, quando claramente o chefe do hospital já me certificou de que Simone é capaz.
- Ela é, porém...
- Ela ser capaz já é o suficiente para mim. Obrigada. - Ela disse séria. - Nos vemos amanhã e, como eu disse, que bom que estará lá para auxiliar Simone.
- Rosa, nos vemos mais tarde. - Simone disse um tanto constrangida por Mateus, vendo a mulher assentir. Os olhos marrons se direcionaram para Rebeca e ela sorriu ao ver a expressão serena em seu rosto. Caminhou até a garota e se inclinou, deixando um beijo em sua testa, fazendo Rosa sorrir.
Definitivamente Simone cuidaria bem de sua filha na fisioterapia, mas algo em seu interior dizia que aquele cuidado ultrapassava a barreira do profissionalismo e Rosa, absolutamente, gostava daquilo.
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me desculpem qualquer erro, não esqueçam de deixar a estrelinha e seu comentário <3
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Em um piscar de olhos - REBILES
FanfictionRebeca Andrade tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o cam...