Entre eu e você-michaeng (GP)

Dor..

Pov.chaeyoung

Quando cheguei em frente à escola, vi Dahyun agitada, praticamente pulando de ansiedade. Ela estava olhando para o relógio e gesticulando, tentando me apressar.

-Chaeyoung! Você estava demorando! Precisamos entrar logo!- disse, puxando meu braço.

Mas, antes que eu pudesse responder, algo chamou minha atenção. No estacionamento, vi Mina usando a jaqueta de atleta de basquete do Bambam, e ele estava segurando sua cintura, escorado em seu carro, enquanto a beijava. A cena me pegou de surpreso, mas o que realmente me deixou nervoso foi a expressão no rosto dele. Havia algo ali que não parecia certo.

De repente, lembrei de como, na última vez que os vi juntos, Bambam havia levantado a voz para Mina em uma discussão. Agora, eles estavam agindo como se nada tivesse acontecido, como se tudo estivesse perfeito. Isso me deixou inquieto.

-Chaeyoung, vamos!- Dahyun insistiu, mas eu estava paralisado, sem conseguir desviar o olhar.

-Dahyun...- murmurei, sentindo o coração acelerar. -Olha...

Dahyun seguiu meu olhar e franziu a testa, percebendo a tensão. -Ah, não... Isso não!

-Eles estão fingindo que nada aconteceu!- eu disse, a voz tremendo. A raiva e a preocupação começaram a crescer dentro de mim. Como Bambam podia agir assim, sem se importar com o que havia acontecido antes?

-Você precisa se acalmar- Dahyun disse, tentando me puxar para longe da cena. -Não vale a pena ficar aqui!

Mas eu não conseguia simplesmente ignorar. A imagem de Mina sorrindo, enquanto Bambam parecia tão despreocupado, me deixava nervoso. Eu sabia que precisava entrar na escola, mas a dor e a confusão me faziam hesitar.

-Vamos, Chaeyoung!- Dahyun insistiu novamente. -Isso não é da sua conta!

Com um último olhar para a cena que me incomodava, finalmente me virei para Dahyun. -Certo, vamos entrar.

Enquanto caminhávamos em direção à entrada da escola, tentei afastar a imagem da minha mente. Mas a verdade é que ver Mina e Bambam juntos, agindo como se nada tivesse acontecido, me deixava com raiva de mina. O dia estava apenas começando, e eu precisava encontrar uma maneira de lidar com tudo isso.

Enquanto a aula prosseguia, a porta se abriu de repente, e Mina entrou, atrasada. Ela parecia um pouco desorientada, com os cabelos desarrumados e o uniforme de líder de torcida todo amassado. O batom estava borrado, e a expressão no rosto dela não passava despercebida.

Os olhares dos colegas se voltaram para ela, e um silêncio constrangedor tomou conta da sala. Eu a observei, sentindo uma mistura de preocupação e confusão. O que havia acontecido com ela?

Mina tentou se recompor rapidamente, ajeitando os cabelos e puxando o uniforme para tentar deixar tudo em ordem. Mas a forma como ela hesitou ao entrar e olhou para o chão mostrava que ela estava se sentindo vulnerável.

A professora a cumprimentou, mas Mina apenas murmurou um "desculpe" e se dirigiu para o fundo da sala, onde se sentou, ainda com a cabeça baixa. Meu coração apertou ao vê-la assim. A imagem de antes, com Bambam, contrastava tanto com a situação atual que eu não conseguia entender.

-O que aconteceu com ela?- pensei, angustiada. Eu queria ir até ela, perguntar se estava tudo bem, mas ao mesmo tempo, não queria invadir seu espaço.

A aula continuou, mas minha atenção estava dividida. Eu não conseguia parar de pensar em Mina e no que poderia ter acontecido. O que a levou a chegar assim? E o que estava acontecendo entre ela e Bambam?

Enquanto tentava me concentrar nas explicações da professora, a inquietação dentro de mim só aumentava. Eu sabia que, se quisesse, poderia tentar ajudar Mina, mas também tinha medo de me meter em algo que não era da minha conta. O dia estava se arrastando, e eu só queria entender o que estava acontecendo.

Enquanto a aula avançava, minha atenção não conseguia se desviar de Mina. De repente, notei um movimento rápido: ela tirou a jaqueta do uniforme de líder de torcida e a colocou de volta, como se quisesse esconder algo. Mas, mesmo assim, não consegui ignorar os chupões visíveis em seus ombros e braços.

Um nó se formou na minha garganta, e uma onda de nojo e indignação tomou conta de mim. Como Bambam podia fazer isso com ela? Aqueles marcas eram um sinal claro de que algo estava errado, e o que mais me incomodava era a forma como Mina parecia tão vulnerável, tão exposta.

-Isso não é certo!- pensei, a raiva crescendo dentro de mim. Eu queria gritar, confrontar Bambam e fazer com que ele visse o que estava fazendo. Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que precisava ser cuidadosa. Mina já estava passando por tanto, e eu não queria adicionar mais pressão.

Olhei ao redor, tentando encontrar alguém que pudesse entender o que estava acontecendo, mas a sala estava envolta em uma atmosfera tensa. Os colegas estavam distraídos, e a professora continuava falando, sem perceber a situação.

Decidi que precisava agir, mas como? O desejo de ajudar Mina crescia, mas eu também sabia que precisava respeitar seu espaço. O que eu realmente queria era que ela soubesse que não estava sozinha, que tinha alguém ao seu lado.

-Se ela precisar de mim, eu estarei aqui- pensei, determinada a ficar ao lado dela, mesmo que isso significasse esperar até que ela estivesse pronta para falar.

Em um impulso, decidi que não podia mais esperar. Levantei-me rapidamente e fui até Mina, sentando-me ao seu lado. Ela se assustou com minha presença repentina, e pude ver seus olhos se arregalarem por um momento.

-Oi- ela murmurou, mas a voz saiu tão baixa que mal consegui ouvir. O jeito que ela olhou para o chão me fez sentir uma pontada de tristeza.

-Oi, Mina- respondi suavemente, tentando quebrar o gelo. -Está tudo bem? Você parece... diferente hoje.

Ela hesitou, ainda evitando meu olhar. O silêncio entre nós era pesado, e eu podia sentir a tensão no ar. Queria que ela soubesse que estava ali para apoiá-la, mas não queria pressioná-la.

-Eu só...- Mina começou, mas a frase ficou presa em sua garganta. Ela respirou fundo, como se estivesse tentando encontrar coragem para falar.

-Se precisar de alguém para conversar, estou aqui- disse, tentando transmitir todo o meu apoio com a voz. -Você não precisa passar por isso sozinha.

Mina finalmente levantou os olhos, e vi uma mistura de gratidão e dor em seu olhar. Ela parecia prestes a dizer algo, mas então, de repente, olhou para o lado, como se estivesse tentando se proteger.

-Obrigada, Chaeyoung- ela disse, a voz ainda trêmula. -Só... não quero falar sobre isso agora.

Entendi que ela precisava de tempo. Mas, mesmo assim, a preocupação continuava a me consumir. Eu queria fazer algo, mas respeitar seu espaço era o mais importante naquele momento. Apenas me sentei ao seu lado, esperando que ela soubesse que eu estava ali, pronta para ajudar quando ela estivesse pronta para abrir seu coração.