𝑿𝑿𝑿𝑽𝑰𝑰𝑰. 𝑸𝒖𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒄𝒐𝒎𝒐 𝑭𝒐𝒈𝒐

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AUTORA: recomendo que a música colocada no capítulo seja escutada quando sentir que tudo está começando a e encaixar nela... se é que me entendem.
boa leitura, tarados.

Entro na sala onde Lilith está hospedada com o copo de água em uma mão e um buquê de rosas, já estava na hora de trocar as plantas que estão no vaso. Rosas vermelhas e cor-de-rosa claro, achei que era bom mudar o preto nessa semana.

Sinto uma leve preocupação e um medo enorme sobre como vou contar pra ela que agora é propriedade de um dos meus inimigos, por pura vingança, causada pelo meu pai. Além de todo o dinheiro, herdei seus inimigos e a raiva que eles sentem por aquele homem morto.

Quando abro a porta, o desespero percorre minhas veias. A janela estava aberta e o vento soprava para dentro, balançando as cortinas ferozmente. Lilith não estava na cama. Lilith não está na poltrona. O envelope está encima da cama, aberto.

- Não... Porra, não! - murro a porta para tentar me acalmar e não pensar no pior - Lilith! 

Grito a procura dela, sentindo um luto precoce por apenas não estar vendo a mulher que eu amo, a mulher que sente dor por minha culpa. 

- Lilith! Aparece. - meus olhos começam a arder e vou até a janela, sentindo as gotas de chuva molharem todo o meu rosto. Olho para baixo em completo pavor, não vejo nada além dos meus carros, os carros de quem trabalha ou está hospedado aqui. - Por favor... Eu imploro.

Sussurro para qualquer força divina que poça existir. Não sei se acredito em Deus de fato, mas nunca rezei tanto para que ele me mostrasse onde ela está.

- No banheiro! - escuto a voz de um anjo estupido gritar, abafado por conta da porta fechada do banheiro de luxo que havia junto ao quarto. Filha da puta.

Solto um longo, longo suspiro para tentar me recompor e manter a postura de quem sou de fato, ou pelo menos, de quem finjo ser. Tenho que admitir que antes de Lilith aparecer, eu era duro como pedra, e nunca me preocuparia tanto assim com alguém que não fosse meu irmão, mas ela causa isso em mim, ela causa muitas coisas que nunca senti tão intensamente antes. Ela tem um poder sobre minha alma que nunca poderia ter uma pequena noção do tamanho, porque nem mesmo eu tenho. As circunstâncias na qual conheci Lilith foram, de longe, aceitáveis, mas marcantes foram, pra cassete. Se pudesse voltar atrás, voltaria, para poupá-la de tudo que causei. Mas sou egoísta, e se tivesse a chance, ao mesmo tempo, faria tudo o que fiz no Expurgo se repetir. A observo tempo o suficiente para saber que ela é tão maluca e problemática quando eu. Sou obcecado por ela por tempo necessário para perceber que ela gosta do mal, ela gosta do lado obscuro que acendi nela a pouco mais de um ano, apesar de não querer ter o feito. 

Olho de relance para as rosas que trouxe e me pergunto porque não posso ser assim com ela, porque não posso ser tão vivo e lindo, porque meu amor não pode ser puro e delicado como as flores, e não como as rosas muchas e podres que jogo fora. Poderia colocar a culpa na minha infância de merda, cheia de status e fama em troca de sangue e punhos vindo em minha direção. Mas não. Eu era assim. Eu era como um animal, um animal que caça qualquer bicho inferior para tentar se sentir superior, nem que seja minimamente. 

The Purge | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora