🌫...𝑵𝒐𝒄𝒆𝒏𝒔...🌊

🌫️ ...Nocens... 🌊 - Neuvillette

*Aviso: Contém alterações em relação à história original. Essa fanfic é contada através do ponto de vista do Soberano Hydro do jogo Genshin Impact então recomendo vocês terminarem a missão do Arconte de Fontaine último ato para se situarem melhor.

Observação: Peço para que relevem alguns erros de escrita! É a minha primeira história então não está 100%. Essa história não fala sobre nenhum shipp mas interpretem como desejarem.

Boa leitura meu amores!

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....No julgamento de Furina....

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...Nocens...

No exato momento em que, desapercebido, deixei meu olhar pairar sobre aquele pequenino cartão ao qual reservava a tão esperada sentença, resolvi ler o que estava escrito, afinal ao meu ver e de acordo com todos os anos exercendo a função de Juiz da Oraquína, nada que foi cometido havia sido tão grave. No entanto estava completamente enganado...

"Nocens" tradução da palavra "Culpado" para o Latim.

"...O que ela fez?..." Pensava comigo mesmo, remoendo esta pergunta que bagunçava de modo indevido a minha tão organizada mente, logo senti então meus batimentos cardíacos acelerarem, no mesmo instante a atmosfera até então indiferente havia ficado tensa, as badaladas do grande relógio antes insignificantes agora ecoavam cada vez mais lentas e melancólicas, um nó se formou em minha garganta impedindo-me de proferir tal julgamento.

Nada acontecia.

Silencio, ele que de modo doloroso mantinha-se presente à todo momento no então escuro palco azul cobalto, olho para minhas mãos procurando respostas mesmo ainda tentando entender suas devidas perguntas, noto minha visão turva e uma amargura em meu peito... Algo que dói, que estilhaça sem ao menos empunhar-me dignamente uma espada...Que em um ato de covardia vai corroendo minha alma, como o ácido mais forte desta devasta terra hipócritas... Simplesmente não consigo falar uma palavra sequer, Que male será este?...

Após um breve devaneio interno um tanto conflituoso, olho para os lados vendo as expressões de curiosidade dos cidadãos que assistem essa "dolorosa peça", engulo seco e reunindo os cacos restantes de minha alma em um suspiro profundo me preparo arrumando a gravata e endireitando a postura. Julgarei Furina, minha colega de trabalho, a garota que basicamente se tornou minha família, parte de mim, minha filha...Ou pelo menos julgarei quem ela com tanto louvor fingiu ser durante este teatro duradouro. Limpo minha garganta e mantenho meu olhar fixo ao vazio tentando amargar o sofrimento que minhas próximas palavras causarão à toda Fontaine e  principalmente a mim

-Hoje, perante todos os ilustríssimos cidadãos aqui presentes, declaro a Arconte Hydro culpada à pena de morte.

Em questão de segundo, vozes assustadas e de discórdia ecoam rapidamente pelo local, volto toda minha atenção sobre a reação de Furina que estava chorosa de cabeça baixa, isso foi como um xeque-mate que em uma jogada certeira atingiu minha fraca e inútil parte humana...

Uma forte tempestade se inicia sobre a Corte, ventos uivantes que passam rasteiros assobiando pelas vidraças das magníficas construções, indicando a gravidade do temporal...

Olho para cima, a Oraquína brilhando em tons variados de azul, algo que indica o inicio de sua sentença final...

Volto meu olhar para frente, o público havia desaparecido...

E no fim, os únicos que restaram foram eu e... Quem é ela?

Fico atordoado em ver uma jovem moça em minha frente. Ela é idêntica a Furina, mas conheço muito bem meus olhos mentirosos, ao mesmo tempo que eles indicam que é sim minha Arconte, surgem marejados clamando ao meu coração que não.

Sinto os mesmos arderem, os esfrego e noto que a ponta de meus dedos até agora envolvidos por minhas luvas ficaram... úmidas?

Lágrimas... Certamente são lágrimas...

Deve ser o excesso de hydro em meu corpo...

Mas, mesmo contra minha vontade, elas insistem em continuar caiando, me ajoelho no chão, uma onda de emoções reprimidas invadem minha mente como um devasto tsunami me causando calafrios, junto de um cansaço mental ao som da contínua tempestade atemporal.

Estou fisicamente acabado e mentalmente a ponto da loucura...

É como se depois de tudo, todo meu esforço e trabalho não tivessem valor algum.

Consigo escutar os risos e chacotas de quando havia acabado de chegar à Corte, memórias atordoantes de olhares de desprezo e palavras rudes preenchem minha mente, enquanto caio lentamente em meu precipício de dor, um local na qual eu mesmo fundei, escuro e aparentemente sem saída.

Volto para a realidade.

Sinto a jovem se aproximar de mim mas não consigo vê-la por conta de minha visão ainda borrada, meus olhos cada vez mais vermelhos e as lágrimas incessantes caindo sobre o gelado piso do palco.

-Hydro Dragon, Hydro Dragon, Don't cry...

Ela me diz em meio à um sorriso, _"Como consegue mantê-lo em um momento como esses?..." _ penso, enquanto sinto que gentilmente seca as lágrimas presentes em meu rosto. Essa frase... Me lembra aquela pequenina canção de ninar que os camponeses ensinavam à seus filhos tentando educá-los.

Como um estalar de dedos eu... finalmente compreendo!...

Quem está em minha frente é na verdade Focalors... Foi ela quem criou a cantiga... Ela que estava presa na Oraquína...A verdadeira Arconte.

Porém, antes mesmo de que eu consiga falar algo, a jovem moça foi se afastando em meio a uma dança angustiante, passos complexos que mesclados com a tristeza do ambiente se tornavam cada vez mais rápidos. Mantinha-se inexpressiva, até que ao final da dança olhou para mim e sorriu pela última vez pagando finalmente o preço de seus pecados e deixando este plano para a eternidade.

Fim!...