Capítulo 1

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POV TOBIAS:

Desde a minha puberdade eu não tive paz, a razão é simples: tesão. Isso mesmo, tesão, eu me recuso a acreditar que eu consigo sentir isso e sinto ódio por ter nascido homem, a mas por que disso? Bom, eu estou com o garoto que mais odeio no mundo me beijando agora, ME BEIJANDO!!! E eu estou gostando, a mas o que o tesão tem com isso? Meu pau está endurecendo, e eu não quero isso. Eu estou de pau duro por esse filha da puta...

Ah, mas como chegando aqui? Vamos voltar alguns dias:

3 SEMANAS ATRÁS:

O som dos aplausos ainda ecoava nos meus ouvidos, mas tudo parecia um borrão. As arquibancadas vibravam, o time inteiro me abraçava, e a adrenalina percorria cada parte do meu corpo. O placar brilhava: 5 a 4. O home run no último inning fora importantíssimo. Eu estava nas nuvens, meus olhos seguiram para o lado oposto do campo.

Lá estava ele. Max Donovan, o capitão do time adversário, com aquele olhar sempre irritante, como se o mundo inteiro estivesse contra ele. O ódio entre nós já era bem conhecido - tanto no campo quanto fora dele. Se eu sou o "queridinho" do time, Max é a força bruta e selvagem. Também já saímos no soco algumas vezes - Não havia respeito entre nós. Desde a primeira vez que o vi, há dois anos, Max tinha o talento de transformar qualquer conversa em provocação e barraco.

Eu estava acostumado a vencê-lo, e dessa vez não era diferente, e o gosto era sempre doce. Talvez fosse a maneira como ele olhava para mim agora - frio, mas com algo a mais, algo que eu não conseguia identificar que fazia ser tão prazeroso. Quando nossos olhares se cruzaram, ele apertou o maxilar e virou de costas, saindo do campo sem sequer cumprimentar o time, dava de perceber que ele bufava.

- Vai ficar encarando o Maximiliano até quando, Tobias? - perguntou Danny, me dando um tapa amigável nas costas enquanto fazia uma piada com o nome do outro - Você ganhou! Aproveita o momento, criatura!

- Ele está irritado como sempre - respondi.

Era sempre assim. Havia algo mais, uma tensão que se estendia para fora do campo. Eu não sabia exatamente o que era, mas estava lá, sempre crescendo cada vez que nos cruzávamos. Max tinha essa habilidade de mexer comigo de uma forma que ninguém mais conseguia, e, por mais que eu tentasse, não conseguia afastar isso da minha mente.

Eu o odiava. Precisava odiá-lo. Afinal, nós éramos inimigos. Precisava odiar ele porque então tudo faria sentido.

E enquanto o time me erguia nos ombros e a multidão vibrava ao meu redor, eu não conseguia evitar pensar em como seria incrível poder esfregar na cara dele. E, pela primeira vez, o pensamento de enfrentar Max de novo não me parecia apenas uma questão de vitória ou derrota, era decisivo.

Eu fui pro vestiário.

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Eu saí do vestiário, já de banho tomado, quando o vi. Max, recostado na parede ao lado da saída, de braços cruzados e aquele sorriso debochado que eu reconheceria em qualquer lugar. Ele parecia desgostoso e eu não tinha paciência para isso hoje. Não agora.

- E aí, campeão? - ele começou, a voz grossa carregada de sarcasmo. - Deve estar se sentindo o herói, né? Um home run de sorte, só pra variar.

Revirei os olhos, fingindo não ouvir, não devia ouvir ele assim

- Sabe, Tobias, eu fico impressionado - ele disse, empurrando-se da parede e caminhando na minha direção com aquele ar de superioridade. - Como alguém pode ser tão bom em fingir. Fingir ser o líder, fingir que sabe jogar, um merdinha como você não deveria nem mesmo ser deixado chegar perto do campo!

Eu parei de andar e me virei, encarando-o de frente. Meu sangue fervilha.

- Cuidado, Donovan. Tá soando como inveja, e isso não combina com você. Mas, pensando bem, talvez seja difícil aceitar que eu acabei com o seu joguinho de macho alfa de novo. Incrível como você acha que está no topo mas continua lá embaixo.

Os olhos de Max brilharam com raiva. Ele deu um passo à frente, encurtando a distância entre nós. Eu quase arfei, quase.

- Eu? Inveja de você? - Ele riu, mas não tinha humor. - Você só tem sorte, Betterson. Na próxima vez, eu vou te esmagar. E aí quero ver como você vai fingir ser esse 'grande jogador' que todo mundo acha que você é.

Eu dei um passo à frente também, ficando cara a cara com ele, eu iria acabar com ele.

- Sabe, Donovan, por que você não desiste de tentar me superar? Isso só mostra o quão frustrado você é. Talvez você devesse focar em melhorar seu jogo em vez de tentar me derrubar.

Seu rosto endureceu, e por um segundo, pensei que ele ia me empurrar. Eu estava pronto para qualquer coisa naquele momento.

- Cale a boca, filho da puta - ele rosnou, empurrando-me com força o suficiente para me fazer dar um passo para trás.

Aquilo foi o bastante para me fazer perder o controle. Antes que eu pudesse pensar, já estava revidando, empurrando-o de volta.

- Me faz calar a boca então! - gritei.

Max não hesitou. Ele partiu pra cima de mim, me acertando um soco no peito. A dor não foi tão forte, mas a raiva... essa era o que me motivou a revidar. Sem pensar duas vezes, reagi, acertando um soco no queixo dele, o suficiente para fazê-lo cambalear para trás.

O caos se instalou, era nítido.

Nós dois estávamos no chão em segundos, socando e esmurrando um ao outro, a raiva palpável. Cada golpe que eu dava parecia liberar semanas, talvez meses, de frustração acumulada. Max também não segurava nada, seus punhos atingindo minhas costelas e ombros enquanto eu tentava me livrar dele. Talvez eu tenha perdido um dente também, mas só talvez...

Tá, eu realmente perdi um dente com um soco que ele me deu.

- Qual é o seu problema?! - gritei, entre um soco e outro, sentindo o gosto metálico de sangue na boca.

- Meu problema é você, babaca! - ele rosnou de volta, com o rosto a centímetros do meu, olhos faiscando. - Sempre foi!

Antes que eu pudesse responder, uma mão forte me puxou para trás, separando-nos. Danny, seguido por mais alguns colegas de time, separou a briga.

- Chega, porra! Vocês estão loucos?! - Danny gritou, me segurando enquanto eu tentava avançar novamente.

Max também foi afastado, seus companheiros o segurando firme. Mesmo separado, ele continuou me encarando, o peito subindo e descendo.

E com aquele olhar sangrento dele ele sibilou sem som pra mim: "Eu vou foder com a sua vida, filho da puta!"

Bom, ele já ferrou com ela, mas eu não iria dizer isso pra ele...

Ele soltou uma risada curta, fria, e se virou, começando a andar em direção ao outro lado do estacionamento. Mas antes de sair completamente de vista, ele parou, lançando um último olhar por cima do ombro mas então foi sem dizer mais nada. O seu Maserati vermelho esperando por ele.

Eu continuei parado, respirando fundo, tentando acalmar o coração acelerado. Mesmo depois que ele sumiu de vista, a sensação não se foi, ela continuou e fazia a sua crepitação na minha pele.

- Cara, você precisa parar de cair nas provocações dele, - Danny disse, se aproximando mais uma vez. - Todo mundo já sabe que o Max é um babaca. Não deixa ele mexer com você assim.

Eu assenti, mas não conseguia responder. Algo sobre aquela troca, sobre a forma como Max me olhou antes de ir embora, mexia comigo de um jeito que eu não entendia.

Eu simplesmente fui pro estacionamento com o meu amigo, ele iria nos levar pra casa.

Oi, essa obra será um romance da minha autoria.
As pessoas que me inspiraram a escrever isso foram: Camsszinha
jiislovelyx e FelipeU106.



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