Meu Desejo

CAPÍTULO 16

                       Kyo Adans

É Natal, uma madrugada de natal, são 2 da manhã. Estou no quarto de Hellena, a mesma se trancou no quarto e eu pulei a janela, já que era a única forma de passarmos o natal juntos. Estamos deitados e abraçados em sua cama, assistindo a “Era do Gelo 2” .

- Parasita, eu irei voltar para o Rio amanhã, tenho assuntos para resolver lá e uma reunião importante, eu já lhe disse isso né?

- Eu sei meu amor... Queria poder ir com você.

- É sobre isso que eu quero falar – Faço uma pausa soltando um arfar longo, o que a deixa curiosa, me olhando nos olhos esperando uma continuação. – Você virá comigo.

- Mas amor, como? Você sabe que...

- Diga a ele que você vai fazer um curso superior para PF e venha comigo.

- Kyo, eu sou uma marionete para eles, talvez eu esteja destinada a isso.

- Não! Eu serei aquele que cortará os fios dessa marionete.

Os olhos dela brilham enquanto me olha e um sorriso de esperança ilumina seu rosto.

- Eu me recuso a sair daqui sem você! – Afirmo. – Já chega disso tudo, minha Deusa merece ser feliz e eu quero ser o causador dessa felicidade.

Hellena se vira para mim encostando sua testa na minha.

- Eu vou falar com ele, agora. Irei juntar minhas coisas e você vai me esperar lá fora, certo?

Ela me beija suavemente. Nos levantamos e eu a ajudo a arrumar as coisas. Assim que terminamos, pego algumas de suas bolsa para levar comigo e pulo a janela para espera-la do lado de fora.

               .             .            .

         
                 Hellena Sophie

Saio do quarto decidida e encorajada, meus pais estão sentados assistindo tv, caminho lentamente até eles.

- Vou entrar em uma faculdade e não importa se você não me apoia pai, eu vou mesmo assim esse é meu sonho.

- Lá vem essa garota tirar nossa paz com esse assunto logo agora. Vai Dormir! – Diz minha mãe me pegando pelo braço a fim de me tirar de lá.

Puxo meu braço no mesmo instante.

- Não mãe! Eu estou falando sério!

- Hellena se você é grande o suficiente, então se vire e saia desta casa! – Afirma meu pai, ele está gritando. Como sempre.

- Aposto que há dedo daquele fotógrafo- retruca minha mãe.

- Maldito foi o dia que você nasceu... – acrescenta meu pai – Agora vai lá correr atrás daquele vagabundo que te influenciou, mais cedo ou mais tarde você se arrepende, no começo é um mar de rosas, quero ver quando ele te agredir. Você vai voltar correndo de volta para nós.

- Ele não é assim! Ele fez e faz tudo o que nunca fizeram por mim desde o dia que nasci, Kyo jamais levantaria 1 dedo para mim, ele não é igual a você pai!

Ele se levanta rapidamente com os punhos cerrados, eu tenho certeza que ele irá me bater, minha única reação foi me encolher e fechar os olhos esperando o ataque. Mas isso não aconteceu, ao invés disso ouço o rangido da porta da sala.

- Abençoado foi o dia que Hellena nasceu, esse ser incrível que faz da minha vida perfeita – Kyo estava atrás de meu pai, segurando o braço que ele iria usar para me agredir. Ele diz em um tom calmo, o que me deixa impressionada.

Kyo vem em direção a mim, entrelaçando seu braço em meu ombro. Nunca me senti tão segura...

- Que atrevimento! Eu sabia que tinha dedo desse homem. – afirma minha mãe.

Kyo permanece em silêncio, me guiando para a saída, mas antes de fechar a porta, ele se vira.

- Eu só não quebro a sua cara agora, por respeito a sua filha, mas da próxima vez que você levantar a voz, ou 1 dedo para a minha mulher, eu esqueço esse respeito e mato você.

Esse lado de Kyo eu nunca havia visto, sua voz saiu firme e tenebrosa, deixando claro que suas palavras eram uma ordem, que deveriam ser obedecidas. Meu pai não ousou interferir, Kyo e eu saímos felizes de lá, minha felicidade é ainda maior só de pensar que eu não irei passar mais por aquilo, e ainda por cima Kyo estará comigo sempre.
   Antes de irmos para o hotel que ele estava hospedado, Kyo me levou até a casa de meus avós, eu preciso me despedir deles, das únicas pessoas que realmente se importaram comigo durante todo esse tempo.
  Depois de andarmos pelas ruas cheias de enfeites natalinos, finalmente chegamos ao hotel. O quarto de Kyo fica no 10° andar. Era um lugarzinho aconchegante.

- Só há uma cama chocolatinho, o que vai fazer? – Indaga Kyo com um sorrisinho de canto.

O encaro por um instante e pulo em seu colo.

- Vou dormir agarrada com você! – respondo. – Seremos muito felizes a partir de agora, e não importa se haverão barreiras ou que alguém tente nos impedir de ficar juntos.

- Se houverem barreiras eu as destruo e mato quem tentar nos impedir.
Ele me abraça ainda mais apertado depois me beija acariciando minha nuca.

- Amanhã vamos estar bem longe daqui. -ele sussurra.
Eu estou feliz, mas tenho que admitir.. Eu vou sentir saudades da Nina e consequentemente ela de mim, Nina passava muito tempo comigo, o que a fez ser muito apegada a mim.

- Amor... A nina..- digo.
Talvez ele tenha notado minha angústia, Kyo me olha nos olhos acariciando minha bochecha.

- Vai ficar tudo bem, eu vou ver o que posso fazer, também não quero deixar ela lá.

Ele novamente me puxa para seus braços, para que eu pudesse me reconfortar, ouvir as batidas de seu coração me acalma.

- Brevemente ela vai estar junto a nós – Ele acaricia meus cabelos.

Ele é incrível, ninguém nunca fez tanto por mim como ele, ninguém nunca me abraçou como ele, eu realmente fiz a escolha certa, tenho certeza de que ele nunca se tornará “aquele marido”. Estou tão apaixonada por ele, pela forma como ele me trata. O melhor de tudo, é que ele não usava a boca para dizer que me amava, ele demonstrava que me amava, isso é algo surreal.

- Sabe Kyo... De todos os presentes que você me deu de natal hoje, sabe qual foi o que eu mais gostei?

- Qual meu bem?

- Esse momento, saber que vamos estar juntos de agora em diante, saber que vou acordar do seu lado. O melhor presente de Natal foi você ter vindo e me libertado.

O ritmo do coração de Kyo mudou, não é mais suave como a brisa matinal, é intenso como uma grande tempestade. Minhas palavras o impactaram de uma certa forma, meu novo hobby favorito agora é mudar os batimentos cardíacos dele.
Ele me abraça sem dizer uma só palavra, e nem precisava, seu coração já falou por si. Kyo me beija e me leva até a cama, me sento em seu colo, de frente para ele, Ele me olha enquanto agarra firmemente minha cintura. Em instantes a tranquilidade que ele transmitia foi consumida pela agitação, o silêncio do quarto foi  substituído pelos estalos de tapas e meus gemidos, Kyo parece ser insaciável, e essa sua mudança repentina me atraí.