tomada 6: próximo ao fim estimulante

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Nos últimos dias fui tão mal acompanhado de incessantes pensamentos tagarelas, que torci para que a sexta-feira chegasse com um pontapé. Deitado na cama, refleti sobre tudo e mais um pouco a respeito dos meus três anos de relacionamento. Foi deprimente perceber como cai em conversas estranhas e não percebi atitudes claramente manipuladas de Jack. A sensação foi de que eu precisava estar em uma cabine de isolamento há muito tempo. Encontrei-me no passado e fiquei voltando a fita de cada minuto que passamos juntos ㅡ ouvi os ruídos das nossas canções mal produzidas, que um dia jurei serem as minhas favoritas.

As pessoas dizem que para ter um relacionamento bem sucedido, é necessário abrir mão de certas coisas, como gostar de ficar em casa, trocando pelas saídas noturnas; não assistir mais o seu filme favorito como antes, porque ele odeia o fato de não entender nada e no final ter que colocar mais um filme de ação com o Sylvester Stallone de protagonista; fingir que não fica chateado por ele esquecer de detalhes que fazem de você o que você é e sempre foi desde quando o conheceu, porque, afinal, ele trabalha todos os dias, fica cansado, e você... não.

Mas, aparentemente, tá tudo bem sofrer com tudo isso, no final, ele me faz rir. Ele traz o meu vinho favorito quando vem me ver. Me leva ao Marea's, meu restaurante favorito, só para me agradar. Diz que eu sou bonito, educado e dedicado em fazê-lo feliz. Quando estou triste, ele diz que ao menos tenho ele em sua vida. Quando penso na ausência dos meus pais no nosso casamento, ele me diz que ele é a minha família e me abraça para dormimos juntos. Comigo de lado e o meu amor me abraçando.

E daí, quando não estamos na cama, o meu amor me dá as costas e me trai com diferentes homens.

Dói pensar quantos sacrifícios fiz em nome do amor.

Pior é reparar que o que era sobre mim, vira só sobre ele; os momentos que passamos juntos, meus lugares favoritos onde o levei comigo. Eventos sociais com os amigos e os poucos parentes como o tio Leon, alguém tão importante para mim.

O meu tio gosta de Jack. Aos olhos dele, Jack é um homem íntegro e receptivo. Uma vez ele me perguntou se eu estava feliz no meu relacionamento. Lembro de concordar com a cabeça e dizer que sim. Fazia muito tempo que não sentia felicidade, achava que estava criando uma família com alguém.

Tio Leon, Taehyung, até mesmo Fred e George, pessoas gentis, cujo cumprem funções diferentes na minha vida, sempre souberam me fazer sentir bem.

Só que eu queria mais. Eu queria um amor romântico, queria me apaixonar. Queria beijar, estar ao lado de alguém que me amasse e só gostasse de estar comigo. Quis muito alguém para dividir suas risadas com as minhas, descobrir os defeitos dela junto com os meus e ao invés de julgar e aprender a viver com eles. Não sei se sou a pessoa mais ideal para julgar alguém. Também tenho sentimentos e pensamentos confusos.

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