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8 ᴀɴᴏs ᴀᴛʀᴀ́s
ᏴᏞᎪᏆᎡ

A brisa era leve, havia crianças correndo para lá e pra cá. Todos com um sorriso caloroso em seus rostos, era a melhor época do ano, o dia das crianças. Eles seguravam as mãos de seus pais enquanto conversavam sobre algo que parecia super interessante, riam como se não houvesse o amanhã. E realmente, amanhã já não será mais o nosso dia.

Estava sentada embaixo de uma árvore, Rafa havia ido brincar com seus amigos, me deixando com Rhea. Rhea é irmã de Christian. Ela é meio chatinha e metida, não sei como são irmãos, a cegonha provavelmente errou o endereço.

— Oh garota — chamou parecendo ter um certo nojo com a terra em seu bumbum.

— Eu tenho nome, oh garota — respondi revirando os olhos.

— Eu sei — alongou — Blair.

Ela suspirou após se levantar, caminhando até um grupo de garotas. Lívia, Wendy e Sophie são as “populares” da escola. Se dão bem com a maioria das pessoas e principalmente, são bem metidas. Iguais a Rhea.

Papai e mamãe estão ocupados e não tiveram tempo para passar este dia comigo e com Rafa. Queria brincar com alguém, não gosto de ficar sozinha. Sei que já sou grandinha, mas ainda preciso de amigos.

— Fique longe do Theo! — Lívia empurrou Rhea, a fazendo cair de bunda no chão.

— Eu não fiz nada, foi ele que veio me perguntar algumas coisas.

— Mas fique longe! — desta vez não foi Lívia quem gritou. Wendy, a cabeça do grupo, apontou para Rhea com uma cara feia e frouxa.

Apressadamente me levantei do meu lugar e corri até elas. Não pensei duas vezes antes de empurrar Wendy para o chão. A garota gemeu de dor enquanto massageava o seu quadril, provavelmente ela irá me odiar para sempre, mas eu não me importo com esse tipo de gente.

— Quem você pensa que é? — berrou a do lado direito — Wendy está bem? — ela se agachou até a cabeçuda, mas antes mesmo de segurar o seu braço, foi afastada pela mesma.

Continuei quieta. Meu maxilar já estava doendo de tanto forçá-lo. Não sabia o porquê de ter vindo defender Rhea, mas meu corpo agiu antes mesmo da minha cabeça raciocinar. 𝘔𝘦𝘴𝘮𝘰 𝘯𝘢̃𝘰 𝘨𝘰𝘴𝘵𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘥𝘦𝘭𝘢, 𝘦𝘶 𝘷𝘪𝘮 𝘢𝘫𝘶𝘥𝘢́-𝘭𝘢, 𝘱𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦?

— Você é a tal da D'Angelo né? — era notório o tom debochado em suas palavras, já sabia o que vinha pela frente — Como vai a vida roubando o lugar do seu irmão? — se levantou ainda com uma mão no quadril.

— E como vai a vida de puta da sua mãe? — uma voz facilmente reconhecida por mim, apareceu em meio a briga. Era Scarlett.

— Scarlett… — virei minha cabeça, olhando para trás, vendo a sua figura se aproximar.

— Não, Blair. Essa vadia vai ver só — ela entrou na minha frente, tampando a direção de Rhea com a mão esquerda.

Wendy e seu grupinho pareciam assustadas com a presença de Scarlett. Ela tinha uma fama de briguenta e que não levava desaforo para casa. Mas eu não sabia se era certo, não queria arrumar confusões justo no dia das crianças, no dia em que meu irmão estava feliz da vida brincando com seus amigos.

Me virei, agora meu olhar fixando-se em Rhea. Parecia abalada, não levantava o seu olhar, estava perdida em seus pensamentos. Mas ao mesmo tempo que parecia perdida e desorientada, seu rosto ainda havia um semblante de raiva.

Era difícil de acreditar que a menina amargurada, metida e afrontosa estava sendo afetada com as palavras espinhosas de Wendy. Repito, de Wendy.

— Lett… — chamou o nome quase como um sussurro inaudível — Vamos, não quero brigar — levantou-se

Behind The CurtainsOnde histórias criam vida. Descubra agora