Liberdade

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Neste tema irei incluir a minha satisfação para com todos. Ao contrário do que faria em outros tempos, onde eu iria tentar dizer o pior sobre todo mundo, me darei a liberdade que todos têm me dado. Pouca gente fala comigo muitas coisas. Comigo é raro aparecer alguém que fale de mais. Não dou muitos motivos para muitos conflitos. A maior quantidade está registrada na minha casa e também no meu primeiro namoro além de algumas amizades raras. As discussões sempre foram muitas nestes casos, e ali percebi que o culpado sempre fui eu, pois todos eles, familiares, amigos e minha ex-namorada me deram todo o apoio possível para que eu fosse quem eu gostaria de ser, mas me deixei levar pelo desânimo diante da falta de respostas e acabei embolando o meu raciocínio de frente à grandiosidade da minha liberdade. Parece que a alegria por estar livre é tão grande, tão profunda e tão intensa que quando vamos comemorar, esquecemos que também existem as tristezas e quando as tristezas surgem e nos surpreendem, passamos a perceber que a liberdade precisa ter seus limites. Limitei a minha fala. Gostaria de dizer apenas o necessário. Dentro da liberdade fica a dúvida sobre o que realmente é necessário ou o que pode ser ignorado. Este tema vou usar da minha liberdade para agradecer com satisfação pela minha vida e principalmente pela vida do leitor e ao tratar das coisas necessárias vou resumir, as coisas desnecessárias ficarão implícitas e com certeza o leitor saberá entender minhas ironias e sarcasmos, ou não, talvez sempre tenha esta opção. Em síntese quero dizer que é magnífico poder usar um computador, ele ajuda muito a facilitar nosso raciocínio, também agradeço pela criação da televisão que nos informa muitas coisas e junto com o controle remoto eu posso monitorar o meu conhecimento. Agradeço também pela comodidade de ter um sofá "confortável" e isto tudo aprendi com a liberdade da preguiça. Quero dizer o quanto acho lindo observar o mar, pela televisão ele não é tão grande, mas como na TV ele costuma aparecer com algumas garotas bonitas (de brinde) usando fio-dental e sem varizes ou celulites, agradeço mais uma vez por ter tido meus desejos condicionados. A liberdade é maravilhosa, e não coloco um porém nisto, apenas dou os motivos. Observe o quanto é maravilhoso assistir futebol, você se sente como se fosse um jogador de futebol, fico observando meu pai assistindo uma partida e ele fica chutando o vento. Uma vez ele quase caiu da cadeira tentando chutar a mesa enquanto via uma partida da segunda divisão pela televisão. É bom sentir-se correndo no gramado verde, com o vento batendo no rosto, aquela emoção de sentir-se livre, mas para ter a melhor sensação necessitamos ter um bom emprego para comprar uma televisão de 40 polegadas, afinal de contas, não ganhamos o salário necessário para correr atrás de uma bola. Para ter um bom emprego precisamos estar inseridos na sociedade e esta é uma das partes que mais me emociona. Enquanto que na minha natureza eu só precisaria colher alguns frutos e comê-los, plantar outros e esperar nascer para comer novamente e assim admirar a naturalidade das coisas, tudo foi facilitado para mim quando aprendi a ter preguiça, por tanto, quanto mais raciocínio exigir e menos esforço físico, mais dinheiro posso ter (com exceção dos atletas – eu acho), vou explicar isto com o exemplo de modo a mostrar qual é a preguiça: Enquanto sou um publicitário, posso ter preguiça de ser um general do exército, enquanto sou um soldado militar, posso ter preguiça de ser um advogado, posso ser as duas coisas, mas sempre terei preguiça de ser alguma coisa diferente e essa preguiça, este acomodamento em não ser determinada coisa me permite ser quem eu quiser ser, ou seja, fazendo o que se tem prazer. Será feito com o amor necessário para o reconhecimento até mesmo financeiro. Às vezes, hoje em dia, tenho a impressão de ser super natural correr numa esteira, a sensação de liberdade está contida nos números que registram a quilometragem da corrida nossa de cada dia - dentro de casa ou na academia. Agradeço à internet que nos une, namorei à distância durante 2 anos com uma garota de Fortaleza/CE e agradeço muito por ter tido esta experiência. Vi ela apenas três vezes, fiquei uma semana cada uma dessas vezes e foi uma experiência que me ensinou muita coisa, a principal foi ficar calado. Esta união por tempo limitado me educou na valorização de uma pessoa sem que ela estivesse perto, esta educação foi tão boa que minha ex-namorada quis prolongar esta distância para o resto de nossas vidas. Com isto percebi a interligação que minha vida tinha com a tecnologia, eu não sabia que eu era tão envolvido neste mundo quando parei para analisar que existem pessoas muito mais presas na cadeia tecnológica. Também percebi quando olhei para pessoas que nem se quer têm televisão em casa, e outras que nem se quer têm casa para ter uma televisão. Veja quanta utilidade podemos encontrar nestas coisas, tem pessoas que não precisam e vivem. Para os "grandes" senhores, realmente isto é tão preocupante quanto a espinha no rosto de uma adolescente de 15 anos. O problema não está no fato de ter, o problema está na maneira como tratamos o que temos em comparação com quem não tem ou quem tem mais. Não estou tratando da igualdade ou da desigualdade, mas assim como na bandeira francesa, estes temas estão unidos de alguma maneira. A liberdade deveria ser um ato fraternal que tratada com igualdade cada um de nós, mas criamos frases como por exemplo "maldita inclusão digital". Por tanto, quero agradecer profundamente à liberdade que me permite sentir que posso denegrir a imagem de outra pessoa por qualquer motivo, afinal de contas ela é do jeito que é, porque sabe que a liberdade dela termina onde começa a minha. Meu agradecimento é sarcástico, pois minha vontade é de que não houvessem estas distinções para negativar alguém. Quanta hipocrisia ainda preciso aceitar? A minha liberdade vai parar em algum lugar, e espero que este lugar seja um lugar de paz e tranquilidade, não quero me obrigar a ser melhor, quero apenas ser quem já sou diante Daquele que me criou, a natureza, não a tecnologia. Não sou um robô, dentro da tecnologia a minha liberdade é limitada, dentro da minha mente eu posso fazer tudo. Saio da minha mente para viver dentro do mundo cibernético e deixo de ser humano para me tornar um android. Programado para votar segundo as intenções sociais diante das coisas que mais escuto. Imagina se, ao invés de a mídia geral ficar dizendo o que é certo ou errado, eles falassem apenas o necessário! Primeiro lutariam para entender o que é necessário e excluiriam as futilidades, porém as pessoas ainda não entenderam a beleza de sentir a sua própria existência, de fato elas são um android e não possuem livre arbítrio, possuem livre condicionamento. A televisão é a nossa estrela guia, por isto agradeço à boa educação sobre o natal que todo ano temos em relação ao consumo, por isto sou apaixonado com Papai Noé - preferi trocar o Noel, porque tudo isto "não é" (sei que foi sem graça, apesar de ter minha própria graça, não sou comediante, ou sim). Livre para sorrir, livre para viver, livre para aceitar o sofrimento sem deixar de viver, livre para deixar de viver e desagradecer pela liberdade de viver. Livre para mentir, livre para ser verdadeiro, livre para contradizer. Serei livre até o dia da minha morte, mas até o dia da minha morte quero ser livre para limitar a minha liberdade de achar que sou meu próprio deus. Sei que Ele me deu esta liberdade de pensar desta maneira, mas sou livre para recusar esta liberdade. Posso todas as coisas, mas nem todas me convêm. Minha liberdade me permite escrever este livro, a falta de dinheiro pode me limitar de publicá-lo, mas nunca deixarei de aprender com tudo o que escrevi. Quem negar que sou livre, nada mais fará do que embolar nas próprias palavras, pode ter certeza, sei muito bem como embolar nas minhas próprias palavras, o que tem me ajudado a equilibrar este baião de palavras, este mexidão de ideias, foi a liberdade de ter ficado em silêncio.

Vomitando Gritos de SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora