Não mente 'pra mim!

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Notas do autor

A ideia para essa história é antiga, só agora, mais recente, eu consegui dar continuidade, ela estava em andamento a tempos.

Votem e comentem, meus queridos, por favor.









Os pingos de água gotejavam na calha, e os vidros das janelas jaziam fechados, embaçados, as cortinas fechadas.

A torrente nas ruas antes alagadas escoavam, caindo nas redes de esgoto, e - ou - em um riacho que se desfazia na reserva florestal da cidade.

No andar de baixo, Noah ouvia o filho maldizer a chuva passageira, pela enésima vez aquela tarde.

O homem folheou o catálogo sobre a mesa, e massageou a têmpora, cansado de ouvi-lo.

Stilinski — Stiles, quer parar com isso? É falta de respeito com os deuses, sabia? - murmurou num tom alto, audível para o garoto no andar de cima. O quarto dele não era longe o bastante, ou perto o suficiente do início do corredor, um intermédio entre ouvir bem ou só ouvir.

Logo, passos afoitos nas escadas soaram pela casa. Quase que cronometrado, em sequência às suas reclamações.

Stiles — você não é religioso - retrucou, a mão deslizando pelo corrimão durante as passadas ligeiras.

O garoto desceu até a sala, emburrado, e se jogou no sofá de três lugares, largando o celular no estofado sem qualquer cuidado, como se o motivo para sua chateação estivesse relacionado ao aparelho, Noah julgaria como o fatídico e suposto drama adolescente do dia.

Stilinski — ainda assim.

Stiles — na verdade a chuva não é a culpada - comentou num ritmo acelerado, esse que Stilinski nunca conseguia acompanhar totalmente. Largou a perna aberta sobre o braço do sofá, e balançou o pé.

Stilinski — finalmente resolveu ter algum respeito pelos feitos divinos? - molhou a ponta do dedo com saliva e passou a página.

Stiles — é culpa dessa internet de padaria, não pode ver uma nuvem de chuva que fica frescando desse jeito! - completou, insatisfeito com a qualidade do serviço. Muito questionável por sinal.

Stilinski — é você quem paga a internet?

O menino batucou erroneamente os dedos na coxa pendurada, o tronco meio inclinado como se pendendo para o lado no móvel. Persuadido a calar a boca. Fez um movimento engraçado com o pescoço, para frente, de fato, sem argumentos para dispor contra ele.

Stiles — ..não.

Stilinski — então cala a boca.

Stiles — qual é pai, eu garanto que se mudarmos de plano vai ser melhor. Ninguém merece pagar por algo que não funciona direito.

Stilinski — talvez eu deixe ficar como está, como parte de um castigo por ser tão intrometido e desbocado.

O menino levou uma mão ao peito, fazendo a sua melhor cara de ofendido. Teatralmente indignado.

Stiles — assim você me ofende.

Stilinski — Stiles, você não tem nada melhor para fazer do que ficar enchendo o meu saco?

Stiles — até teria. Mas cansei de ficar jogando paciência. E não tenho internet para mandar uma mensagem sequer!

Stilinski — você não tem créditos?

Stiles — acabaram, e eu não recarreguei, achei que não iria precisar - deu de ombros, bicudo.

Essa nova geração, cada vez mais dependentes da tecnologia - o sheriff rolou os olhos.

Complô - SterekOnde histórias criam vida. Descubra agora