Elizabeth se levantou lentamente, seus movimentos eram lentos. A dor das feridas que Athena havia infligido estava evidente em seu rosto, mas o sorriso de satisfação ainda permanecia. Limpando o sangue que escorria de seus lábios, ela olhou para Athena com uma expressão de triunfo - Sabe, Athena... - começou Elizabeth - Enquanto eu estava na Terra, presa na minha existência miserável como humana, eu consumi tanto sangue que comecei a discernir suas diferenças. O gosto, a textura, os efeitos... Com o tempo, ficou claro que o sangue não era apenas uma substância, mas uma fonte de poder. Cada pessoa, cada ser, trazia consigo uma característica única, uma espécie de assinatura... e, se você souber como manipular isso, pode fazer coisas extraordinárias -
Ela deu alguns passos na direção de Athena, que ainda sentia a estranha sensação nas veias de sua perna, causada pelas agulhas de sangue
- O que você está sentindo agora, em sua perna? - Elizabeth perguntou, inclinando a cabeça com curiosidade - É algo que nunca poderia ter feito antes... mas com minha Volund, isso mudou. Agora, cada gota de sangue que eu consumo me concede algo mais, algo terrível e maravilhoso. Eu posso criar diferentes tipos de venenos, toxinas que se ajustam ao sangue que estou consumindo. E sabe o que é ainda mais delicioso? O sangue de uma deusa é a substância mais poderosa que já provei - Ela sorriu novamente, um brilho sinistro em seus olhos - E foi por isso que fui escolhida para lutar contra você. Eu fui preparada para isso... para manipular o sangue. Não se trata apenas de força física ou habilidades marciais. Trata-se de controle. Do controle que eu tenho sobre o que está fluindo em suas veias agora, Athena - o rosto de Athena permaneceu impassível, mas o desconforto em sua perna era real. Ela podia sentir o efeito do sangue de Elizabeth, a corrosão interna sutil, mas presente. Elizabeth, vendo que suas palavras estavam começando a surtir efeito, deu um passo para trás - Vamos ver quanto tempo você consegue resistir antes que isso comece a fazer efeito -
No camarim de Zeus
Zeus estava sentado em seu camarim VIP, com os olhos fixos na arena. Seus dedos tamborilavam no braço do sofá. Elizabeth tinha surpreendido, talvez até mais do que ele havia imaginado. Seu poder, sua habilidade em manipular o sangue, e a maneira como estava pressionando Athena... aquilo o intrigava
ele franziu a testa e, de repente, riu consigo mesmo, uma risada baixa e grave que ecoou pelo espaço silencioso - Então, até a poderosa Athena não é invulnerável - murmurou Zeus - Sangue de deusa ou não, a Condessa Bathory encontrou uma forma de atingi-la. Interessante... mas ainda há algo... - Zeus estreitou os olhos, refletindo - A Égida. Aquele escudo lendário. Que habilidade foi aquela? Intangível, invulnerável... mas desapareceu por um breve momento e depois voltou. Talvez seja o segredo da vitória de Athena? Aquele escudo sempre foi uma bênção, mas... nada é perfeito -
Ele inclinou-se para a frente, pensativo
- A questão é: há uma fraqueza? Algo que possa ser explorado? Talvez... - Ele esfregou o queixo - Aquele momento em que a Égida retorna. Algo parecia... vulnerável. Mas não posso ter certeza sem mais informações, vi Athena usando a sua arma divina poucas vezes, por isso nunca tive informações, mas vendo agora, ele é bem estranho... -
Antes que pudesse continuar, uma rajada de vento cortou o ar ao seu redor, e uma figura esbelta e ágil apareceu ao lado de Zeus em um piscar de olhos: Hermes. - Fraqueza? Você está pensando na fraqueza da Égida, não é? - Hermes, ainda coberto de faixas brancas, para ocultar seus ferimentos, mas ele estava animado e antes que Zeus reagisse, o Deus mensageiro continuou - O escudo, depois de desaparecer e voltar... tem uma brecha, uma pequena janela de oportunidade. Um instante, mas está lá. Quando ele volta para o braço de Athena, ela fica vulnerável. É o momento perfeito para atacar -
Zeus olhou para Hermes, surpreso e intrigado
- E como você sabe disso, Hermes? -
- Ah, bem... - Hermes deu de ombros, fingindo desinteresse - Eu sou rápido, vejo as coisas. E percebi isso enquanto observava a batalha. Mas é só um instante, e quem for tentar algo precisa ser rápido. Muito rápido. Ou... -
De volta para a arena
Athena, ainda de pé na arena, apertava a lança com força, os olhos fixos em Elizabeth com uma determinação inabalável. Mas, de repente, um desconforto crescente começou a se manifestar. Seu corpo ficou tenso, e uma sensação estranha percorreu suas veias, como se algo estivesse corroendo-a por dentro. Ela tentou ignorar, avançando contra Elizabeth com sua lança em punho. No entanto, enquanto se preparava para atacar, seu corpo tremeu involuntariamente. Athena parou no lugar, levando uma mão ao peito enquanto sentia um aperto sufocante. Uma tosse violenta
Um filete de sangue escorreu de seus lábios
Athena tentou conter a tosse, mas não conseguiu. Outro choque a forçou a curvar-se levemente para frente, mas o sangue começou a sair de sua boca. Ela se esforçou para manter a compostura, mas então sentiu uma umidade quente escorrendo de seus olhos. Athena levou a mão ao rosto, e seus dedos voltaram manchados de sangue
Seu corpo estava reagindo ao veneno de Elizabeth
Elizabeth, observando tudo isso, apenas sorriu sombriamente. Ela inclinou a cabeça levemente para o lado - Sente isso, deusa? - Elizabeth murmurou, com um brilho de satisfação nos olhos. Athena lutava para respirar, cada vez mais sangue escorrendo por seus lábios. Seus olhos, agora vermelhos, pareciam faiscar de dor e raiva
Fim do capítulo
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Crepúsculo dos Deuses: O Último Desafio
PertualanganApós mil anos de silêncio, os deuses se reúnem mais uma vez para decidir o destino da humanidade. Cansados dos erros e da destruição causados pelos humanos, eles planejam seu extermínio definitivo. No entanto, Brunilda, a líder das Valquírias, se op...