Boato Do Teatro.

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       No topo do prédio abandonado daquela vila pacata e singela, a luz resplandecente das estrelas servindo perfeitamente como olofortes vibrantes iluminando a dança delicada e romântica que Hanako e Yashiro 'compartilhavam'

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       No topo do prédio abandonado daquela vila pacata e singela, a luz resplandecente das estrelas servindo perfeitamente como olofortes vibrantes iluminando a dança delicada e romântica que Hanako e Yashiro 'compartilhavam'.

         A linda saia do vestido de noiva outrora majestoso da platinada rodava seguindo os passos comandados por Hanako, o grande maestro dos espetáculos do teatro que trabalhava. Seu olhar vazio contrastava fortemente com o brilho amedrontador dos olhos do rapaz, que sorria maroto enquanto apertava sua cintura.

     Ele estava tão feliz, finalmente apenas sua amada e ele, sem plateia, sem os outros, apenas ambos sobre o universo que tanto amava. Sentia-se nas nuvens, mesmo com o grande fedor entrando por suas narinas, um lembrete que seu cérebro evita aceitar, e ignora totalmente.

  — Tão linda.. - ele murmura para si mesmo.

     Puxando a garota pela cintura e com a mão em sua bochecha Tão gélida mas ainda macia, o vento da noite fazia um pouco de seu cabelo voar para seu rosto coisa que quando Hanako se incomodou colocou uma mecha atrás da orelha da garota delicadamente, não gostaria de arrancar fios de cabelo de sua preciosa assistente.

  — você fica ainda mais perfeita a luz do luar, agora ninguém vai mais nos atrapalhar meu amor..você está segura comigo. - ele sussurra encostando sua testa na de Yashiro.

  Agora parece que os seus outros empregados não apagaram o fogo completamente, pois a alguns metros dali, as chamas esvoaçantes e ardidas balançavam contra o vento soltando fumaça até os olhos do povo do vilarejo arder.
 

    O anfi-teatro cai aos pedaços enquanto todos tentam fugir a tempo, ou bancar heróis e apagar as chamas, apenas para agonizarem até a morte naquelas chamas infernais.

  O rapaz olha para seu grande teatro em chamas a poucos metros de distância, pelo menos ele estava seguro, pelo menos Yashiro estava segura.

   Tidas as memórias ali compartilhadas queimavam com a brasa, todos os recitais de balé que Aoi apresentava graciosamente sobre os aplausos de Akane, ou o próprio Hanako em sua orquestra fantasmagórica que com muita elegância fazia com que as pessoas chorasse com suas lindas melodias, não tão lindas quando as de Yashiro, claro. Sua noiva fantasma, que cantava naqueles recitais como uma sereia para atrair piratas, e milhares de pessoas, adultos a crianças, mulheres até homens apaixonados apenas para admirar a voz angelical e a aparência bela que mais se assemelhava com uma ninfa grega.

       Todos amavam-a tanto, ela era tão gentil..recebia muitos presentes, mas claro que teria uma longa lista de pretendentes, oque incomodava fortemente Hanako. Já tentou conversar com ela várias vezes, mostrou-se ávido para ela, porém a dama não retribuía de forma alguma, desde um play boy, a um príncipe encantado, nem bodas de ouro, ou os diamantes da coroa da rainha conseguiam o coração daquela que ele tanto adora com toda sua alma, seu espírito angustiado não iria descansar em paz sem seu amor, ela tem tanta atenção.

— a vista não é bela, querida? - sua voz espanta o silêncio que outrora calmo, agora seria composto por um suspense e até..terror?

O peso em sua consciência não importava agora, nada mais importava agora. Não quando seus dedos podiam delicadamente apertar a cintura da garota com delicadeza, ficando internamente incomodado quando sente o tecido de seu vestido ficar úmido e aquele líquido viscoso melecando sua luva e provavelmente estragando mais ainda aquele vestido que ela usava.

— está totalmente arruinado.. - Ele murmura para si mesmo, observando como ela estava mole em seus braços.

Gostava mais dela assim, quieta, aceitando qualquer carícia que ele quiser oferecer, sem reclamar, sem lutar, com esse sorriso costurado em seu rosto..

Amava isso.

Iniciando mais uma valsa, ao som do balanço do vento contra as folhas das árvores que nessa época do ano, estavam tão secas. Girando sobre aquele telhado, com a elegância que um maestro deve ter, na que ele sempre tem.

    Cantarolava a música que sempre cantará junto a Yashiro, contente e orgulhoso se si mesmo enquanto se aproximava inconscientemente da beira que devia direto para uma queda de mais de 150 metro do chão, não que se importasse, claro.

Ainda estava em sua cabeça, as palavras que ouvirá de sua amada a algumas horas atrás, que fazia ele sorrir como um monge que recebe a graça de Deus, mas de fora, aquilo era bizarro, macabro e até meio nojento.

"só serei sua na morte."

   Isso não seria problema, olha tudo oque ele fez hoje até aqui. Suas mãos já estão imundas de qualquer forma, de todo tipo de crime hediondo que qualquer homem poderá cometer.

Agora poderá ser agraciado de perto o quanto quiser, ele pensa enquanto sobre uma de suas mãos para o ombro da platinada antes quente agora frio como o gelo. Hanako deposita um beijo em seus lábios secos, que ficam úmidos pela água repentina. O Rapaz não reaje ao gosto ruim, não..não é ruim..nada em Yashiro é ruim, ela é uma santa, delicada e frágil que deve ser protegida do mundo e de tudo ao seu redor.

O beijo depositado em seus lábios mudam para suas bochechas e pescoço,  a cabeça da Senhorita tombaria para o lado se não fosse por sua mão coberta pela luva de cetim branca combinando com seu vestido a segurando com tanta delicadeza e amor, qualquer garota que estivesse em seu lugar se derreteria tanto, uma pena que todas essas garotas agora estão derretendo nas chamas escaldantes ao fundo, gritando pra sempre em agonia.

Todos deveriam ter um pra sempre, pelo menos era oque Yashiro sonhava, mas seu final feliz chegou, pelo menos por parte de Hanako.

  Depois de esfaqueada mais de 10 vezes no peitoral que por sorte não foi decepado, com o sangue manchando seu vestido enquanto seu cadáver atraia moscas ignoradas pelo rapaz enquanto estava preso num mundo imaginário onde tudo estava bem, provavelmente a alma dela está em agonia. Mas ele vai salva-la.

  Com um último e delicado beijo que Hanako deposita generosamente no corpo dela. Ele a abraça, o sangue mancha sua camisa enquanto ele joga suas luvas fora e abre as pálpebras mórbidas da garota, olhando em sua íris e beijando seus olhos, beijaria tudo..absolutamente tudo, com moscas e vermas ou não.

O rapaz abraça o corpo de Yashiro e acaba se jogando daquele alto prédio do governo, apenas quando percebe os guardas se aproximando.

Na queda, antes de atingir ao chão, seus sussurro são ouvidos pelo vento que ecoa em seus ouvidos, mas que seria patético escutar uma juria de amor tão romântica sendo direcionada a última cadáver.

Seu corpo estoura no chão junto do cadáver de Yashiro, com o sangue ficando empoçado no chão e seus glóbulos oculares voando para fora das órbitas enquanto seu crânio explodia contra o impacto daquele cimento duro, as pessoas ao redor ficam surpresas e aterrorizada, mal dá pra reconhecer suas características.

A alma de Yashiro pode estar em angústia, mas a de Hanako está tão feliz, pois, assim como em suas músicas escritas e direcionadas para exatamente a garota que tanto menciono nesse conto:

"Alguns garotos, gostam de garotas bonitas, e por isso, as escondem do resto do mundo."

Não que valha a pena ressaltar isso, mas eu tenho uma pergunta agora.

Já ouviu falar, do conto do anfi-teatro?

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⏰ Última atualização: Oct 17 ⏰

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