Asafe estava completamente ansioso para suas férias de fim de ano, pronto para descansar depois do último ano exaustivo que enfrentou. Ainda indeciso sobre seus próximos passos no mundo acadêmico, tudo que o Asafe queria era descansar tranquilamente...
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| Denver, Colorado 28 de Novembro, 2021 Às 06h59.
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O frio definitivamente tinha se instalado por Denver, enquanto toda neve espessa e branca tomava conta de tudo ao nosso redor. Assim que abri os olhos naquela manhã e encontrei vento frio passando pela janela, rapidamente reconheci aquela imensidão branca e bonita.
Eu costumo gostar da neve, principalmente quando se tem Aspen como atração principal. Nessa época de inverno congelante Aspen se enche de turistas, pronta para receber cada um deles com seus belos pontos turísticos. Esquiar na neve de tornou quase como um ritual para mim e para Ally, porque gostávamos disso desde crianças. Todos os meus irmãos, na verdade, menos uma. Ayla detesta altura e tudo que envolve ela, principalmente esquiar. Mas como mais velhos, Aruna e Arizona foram os responsáveis por nós apresentar aquela maravilha. Foi então que nós apaixonamos.
Sempre que o inverno chegava e a neve tomava conta de Aspen, não demoravamos a inventar qualquer passeio besta para esquiar. Qualquer. Depois de algum tempo se tornou uma tradição e, naquele ano, eu estava devidamente ansioso para aquele evento.
No entanto, eu não estava em Aspen, mas sim em Denver. Uma cidade que eu estava curioso para saber o que tinha para me oferecer com aquela neve toda.
Soltei o ar com força quando me afastei da janela e a fechei, notando o Raphael sentado na cama com uma careta.
ㅡ Já está nevando?
O encarei.
ㅡ Já? ㅡ Pendi minha cabeça pro lado. ㅡ Estava atrasada, na verdade.
Ele choramingou.
Ontem à noite depois do jantar, tive a certeza que o universo me odiava. Isso porque Raphael se juntou com a Ally para me importunar, soltando cada tipo de comentário em relação a troca de olhares "intensa" que Florence e eu trocamos em meio ao jantar. E eu sabia que isso iria acontecer, mas eu não tive culpa.
Era automático. Ter a Florence em minha frente inocentemente era um imã para meus olhos, porque eu não conseguiria desviá-los nem se eu quisesse. Florence tinha o vasto poder de me prender, me fazendo observá-la por horas, sem nem hesitar. E foi isso que aconteceu no jantar, de um jeito automático, enquanto ela pareceu sentir a mesma coisa.
Aquilo que estava acontecendo comigo era estranho e novo demais, porque eu não fazia ideia do que fazer. Florence pode estar em minha frente, mas eu não vou conseguir ter atitude alguma, apenas olhá-la. Observá-la. Porque meus olhos não me obedeciam.
Meus pensamentos foram interrompidos quando senti uma almofada atingindo meu rosto em cheio.
ㅡ Ei!! ㅡ Grunhi, ouvindo a risada exagerada do meu amigo.
ㅡ Já pensando na Florence tão cedo, Asafe?
ㅡ Por quê você não vai a merda, Raphael? ㅡ Joguei a almofada de volta, podendo ouvi-lo rir de novo.
