E ele não descansou. Nem por um segundo Harry parou de pensar em Draco. Tentar descobrir o que ele quis dizer quando disse aquelas coisas para Myrtle se tornou a obsessão de Harry. O que poderia significar? Além, é claro, do significado óbvio. Mas não, não poderia ser isso... poderia? Não. Tinha que haver outra explicação.
Isso só piorou o fato de ele estar trancado dentro de casa. Impossivelmente, ele se sentiu ainda mais desesperado para deixar os Dursleys. Ele se imaginou saindo de casa de muitas maneiras diferentes. Ele imaginou Dumbledore chegando e dizendo que levaria Harry para outro lugar; ou Ron mais uma vez aparecendo no Ford Anglia do pai perto da janela do quarto para resgatá-lo; ou mesmo ele simplesmente saindo furtivamente e fugindo.
Suas imaginações eram muitas, mas em todas elas, antes que ele percebesse, Draco apareceu em algum momento.
Quando chegou o dia do resgate, ele mal conseguia esconder sua ânsia de ir embora. Claro, ele não precisava, já que não era segredo que ele não aguentaria mais um minuto na casa dos Dursley. O que era, no entanto, um segredo era que
subconscientemente do que conscientemente um dos motivos de sua ansiedade era saber que ele se sentia mais próximo do momento em que seria capaz de conhecer Draco, talvez confrontá-lo.Claro que ele sabia que deixar os Dursleys não significava nada quanto a isso, já que ele não estaria nem perto dos Malfoys e graças a Merlin a isso, ele ainda odiava todos eles mas era como estar um passo mais perto. Como se deixar a casa dos trouxas e entrar, mais uma vez, no mundo bruxo o fizesse estar no mesmo plano que Draco, pelo menos um pouco, mais perto dele.
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O coração de Harry pulou no peito ao vê-lo. Correndo pela rua sozinho. Ele sentiu seu batimento cardíaco acelerar ao perceber que o momento que ele esperava tão ansiosamente poderia ter chegado. Ele tentou acalmar seu coração, no entanto, e se convencer de que seu coração não estava batendo rápido por causa de Malfoy. Claro, Harry não estava feliz em ver Draco.
"Onde será que está a mamãe dele?" Harry perguntou a Rony e Hermione, que também o tinham visto.
Harry, conhecendo e odiando Malfoy, tinha certeza de que o motivo não poderia ser inocente.Eles prontamente decidiram seguir Draco para saber o que ele estava fazendo e enquanto escutava sua conversa com Borgin, houve momentos em que Harry teve que respirar fundo para se impedir de irromper na loja e dar um soco no rosto de Malfoy. Ele não entendeu exatamente de onde vinha a raiva, ele não conseguia entender exatamente qual motivo sólido Draco deu a ele para fazê-lo querer atacá-lo naquele momento, mas ele simplesmente sentiu que já tinha muitas razões. Ele só sabia que Malfoy estava se envolvendo cada vez mais com as Artes das Trevas e planos malignos, ele podia sentir Draco seguindo os passos de seu pai, e fazendo isso com prazer.
Por tudo isso, e muitas outras coisas que Malfoy tinha feito, Harry queria dar um soco nele. Como se ao fazer isso ele estivesse punindo Malfoy antecipadamente por todas as coisas horríveis das quais ele participaria, e quase como se ao fazer isso ele pudesse de alguma forma impedir Malfoy de participar dessas coisas.
Harry, no entanto, respirou fundo, controlou-se e continuou ouvindo.
A conversa que ele, Ron e Hermione ouviram entre Draco e Borgin foi o começo da prova de que Malfoy estava envolvido em Artes das Trevas, mas ainda não era bem isso, então ele precisava ter a confissão para que a raiva que ele estava nutrindo por Malfoy pudesse ser explicada. Ele precisava de uma confissão de Malfoy para explicar sua vontade de dar um soco na cara de Malfoy para deixar claro que essa era a única razão para ele sequer estar pensando em Malfoy em primeiro lugar, não em outra coisa.
Ele estava determinado a descobrir mais; é por isso que, no Expresso de Hogwarts, quando sentia uma oportunidade, ele não podia desperdiçá-la.
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Draco estava se sentindo bem com as notícias. Parecia uma pequena compensação no meio de tudo, de todo o desagrado que estava acontecendo em sua vida, com seu pai e tudo.
Se ao menos Potter soubesse. Draco adoraria ver a cara de Potter sabendo que Draco estava começando brilhantemente seu caminho para uma carreira de sucesso e admiração.
Quando ele notou algo estranho no compartimento do trem, pensou ter visto um pé, ele teve certeza de que era Potter. Ou um de seus amigos idiotas, o que serviria ao mesmo propósito, já que eles não conseguiam manter a boca fechada entre os três. Então Draco decidiu que se permitiria se gabar um pouco.
E lá estava ele, o grande Harry Potter, não parecendo nada bem. Esparramado no chão do trem, petrificado. À mercê de Draco. Ele queria enfiar isso na cara dele, enfiar tudo na cara dele, toda a glória que ele alcançaria, a validação, a admiração. Ele queria que Potter visse tudo isso. Que se sentisse tão impotente diante de Draco quanto ele estava agora, incapaz de se mover.
Ele empurrou os pés no rosto do garoto, sentiu o impacto com o nariz e ouviu o som do osso quebrando. Draco tentou se convencer de que Harry merecia, enquanto cobria o corpo de Harry com a capa da invisibilidade, fechava a porta do compartimento e saía do trem.
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SECTUMSEPRA( TRADUÇÃO)
FanfictionDurante as férias de verão após seu quinto ano em Hogwarts, Harry não consegue parar de pensar em algo que ouviu Draco dizer... que Draco tem uma queda por Harry... talvez até mais do que uma queda. Agora Harry está obcecado em dar sentido a tudo is...