Antes de tudo...

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HOGWARTS - QUINTO ANO - ANTES DA GUERRA

POV - SNAPE

"Malditos cabeças-ocas!" Eu praguejava os alunos mentalmente enquanto saia da minha sala na última aula do dia. "Parece que andam com a cabeça na lua. Onde já se viu misturar Pó de chifre de Unicórnio com o sumo de urtiga? Lógico que uma explosão que o deixasse cheio de urticária seria o minimo. Nem eu que ajo como um espião tenho tanta distração assim, pelos deuses! não sei o que é pior nesta situação: o aluno ir parar na enfermaria ou ele ser um... Um Sonserino!"

Severus Snape, o agente duplo, espião de Dumbleodore, farfalhava sua capa preta pelos corredores de Hogwarts indgnado pelo erro cometido por um de seus alunos. De fato, a situação não parecia ser tão ruim tendo em vista o que lhes aguardava mais a frente. O Sol já estava se pondo enquanto burburinhos dos alunos que saiam das salas de aula preenchiam os corredores da escola bruxa.

Em um banco, quase que imperceptível, estava sentada uma adolescente de 16 anos. Seu corpo rechonchudo, encolhida no canto do banco, cabelos platinados presos em duas tranças, óculos de correção que escondiam seus belos olhos... Olhos de um violeta tão profundo quanto a ametista.

Madeleine Freya Mackenzie. Filha de uma renomada familia escocesa e de uma linhagem excepcionalmente de sangue puro. Desde pequena se sentira sozinha por ser filha única. Ler tornou-se a vida e as coisas mais agradáveis (ou suportáveis) já que vivia a maior parte do tempo sozinha ou pela biblioteca com o rosto afundado em antigos pergaminhos ou em algum lugar dos jardins de Hogwarts respirando o mesmo ar de preocupação que muitos alunos compartilhavam - Um suposto boato de que Você-Sabe-Quem teria retornado. Madeleine sempre via o trio de ouro andando pelos corredores da escola, os admirava, porém sua timidez e complexo de inferioridade sempre a impediram de se aproximar deles. Sonserina nata, esperta, astuta porém nada ambiciosa... Bom, talvez um pouco. Além do trio de Ouro nutria secretamente uma admiração pelo diretor da sua casa o professor Severo Snape. Sua presença imponente que impunha respeito (e medo) em qualquer um e sua inteligencia sagaz maquiavam, segundo a intuição de Madeleine, algo mais profundo que não sabia explicar.

Sentada naquele banco, com o livro de romance trouxa aberto em seu colo e a mente vagueando, logo foi despertada por um cheiro inebriante de limão e menta e ao levantar os olhos encara duas esferas ônix que passam tão rapidamente na sua frente quanto o cheiro que sentira outrora. Segundos de olhares fixos se dissipam rapidamente.

"O que será que eles escondem?" pensou Freya enquanto via a luz fraca do Sol refletir na parede a sua frente, não tendo consciencia de que por puro hábito, o diretor de sua casa estaria ouvindo seu pensamento e se perguntando "Eles quem?"

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