Contos Eróticos | Lesbian

Melhor amiga

Larissa e eu somos amigas desde que me conheço por gente, ou seja, amigas do maternal até a faculdade. Mas, como todos sempre falam amizades de longa data podem mudar, né?
   Na minha cabeça sempre seríamos inseparáveis mas agora parece que tem uma ponte enorme do meu lado impedindo de chegar até ela. Não sei dizer quando comecei à vê-la com outros olhos, ou a primeira crise de ciúmes abafando com a amizade, ou até os pensamentos inapropriados que eu já tive com ela..

Balancei a cabeça pela décima vez naquele dia tentando afastar os pensamentos eloquentes que pairavam no ar, me deixando angustiada. Era horrível ver ela saindo com outras pessoas e não poder falar, porquê somos apenas amigas entende? E esse com certeza era o meu fim. Tantas pessoas no mundo e eu tinha que me apaixonar logo pela minha melhor amiga.
  Pra minha sorte ou azar o sinal toca avisando o término das aulas e como hoje a Larissa não veio por motivos de ressaca, dei de ombros dando tchau para alguns amigos de sala, caminhando para fora da faculdade em direção à sua casa para lhe passar a matéria de hoje. Enquanto caminhava perdida em pensamentos e nervosa, por zeros motivos acabo esbarrando em uma garota de cabelos rosados pouco maior que eu, estilo despojado e com alguns piercings no rosto.

– Se apaixonou? — A pergunta me atingiu em cheio ao perceber que encarava descaradamente ela.
– Desculpa.. — Sentia o rosto vermelho ao ser pega de surpresa e mordo o lábio inferior nervosa, ouvindo a risada alheia.
– Você fica ainda mais fofa quando com vergonha. Mas agora eu realmente preciso ir, aliás, me chamo Raquel.
Espero que possamos nos esbarrar por aí mais vezes! — Disse a rosada antes de atravessar a rua correndo na contrária me deixando ali, estática.

Eu acabei de ganhar um flerte? De uma garota?!

Não que eu não fosse assumida, mas fazia tanto tempo que isso não acontecia que fiquei perdida. Cocei a nuca sem graça me esquecendo por uns minutos do meu motivo oculto até chegar frente à sua casa apertando a campainha. Pouco minutos depois a porta foi aberta por uma Larissa toda descabelada e com cara de sono. Felizmente moramos em um alojamento perto da facul e arrumamos trabalho de meio período assim que viemos para cá, mas sempre mantendo contato com nossas famílias. Dei um peteleco contra a testa alheia recebendo um resmungão mas apenas dei de ombros adentrando o local me jogando contra o sofá da sala, deixando um riso escapar ao lembrar da situação de minutos atrás.

L– O que é tão engraçado? — Levantei as sobrancelhas pensando se contava ou não.
– Não é nada, só foi um acontecimento engraçado que ocorreu no caminho pra cá. E aqui, eu trouxe a matéria para você. — Dei de ombros deixando o caderno sobre a mesinha.
L– Se não foi nada demais por que não pode me contar? — A outra perguntou curiosa sobre a forma que amiga mudou de assunto sobre a pergunta.

Às vezes eu esquecia como a Lari poderia ser insistente em um assunto. Suspirei me dando por vencida, afinal, porquê eu estava querendo esconder isso? Eu deveria aproveitar essa oportunidade pra esquecer esse amor platônico.

– Eu esbarrei em uma garota pouco diferente de cabelo rosa bebê no caminho pra cá e ela flertou comigo. Foi isso. — Dou de ombros sem demonstrar muito encarando a face alheia, sem perceber acabo descendo o olhar pelo corpo maior, ao finalmente perceber que ela usava uma camisola vermelha de renda.

L– Jes? Você tá me ouvindo? — Balancei a cabeça ao ser pega de surpresa torcendo para que está não tivesse percebido.

– Desculpa, pode repetir o que disse? — Tornei a encarar aqueles olhos.. aqueles malditos olhos felinos.

L– Eu disse que fiquei com ciúmes. Mas ao mesmo tempo feliz pois você finalmente pode desencalhar. — Disse a loira com um sorriso mínimo, quem visse de fora acharia que o que falou era mentira.