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Helena

── O Helena, bem de verdade, que graça tem assistir um monte de mulher desfilando com essas asas enquanto toca kpop de fundo? — Gabriel resmungou do meu lado e eu virei o rosto lentamente, o encarando. ── Não, não lança esse olhar de mil jardas, é só uma dúvida.

── Que graça tem você ficar arriscando sua própria vida de graça, hein? — rebati. ── E você tá falando da Gigi Hadid, sabe quem é Gigi Hadid, Gabriel?

── É essa loira com cabelo do beiçola?

── É a mãe da Khai, sabe quem é Khai? Filha do Zayn Malik, um dos meus maiores ídolos de infância. — Falei voltando a atenção para o desfile. ── Cara, tô triste agora. — falei soltando o chocolate com a voz embargada e meu namorado me olhou, confuso.

── Tá triste por que eu não conheço esse mundo feminino, Helena? Amor, eu só falei porque é... Sei lá, talvez a décima vez que você assiste isso hoje.

── Não, tô triste porque eu falei do Zayn e lembrei do Liam, ele morreu! — falei enxugando uma lágrima que escorreu no canto do meu olho e Gabriel riu baixinho. ── para, é sério, eu sou fã da banda desde criança.

── Tá bom, tá bom, vem cá. — me puxou para os seus braços e beijou minha testa. ── O que podemos fazer hoje?

── Dormir?

── Com você? Não, sabe o que você fez noite passada, amor? Você estava dando ordens enquanto dormia, acho que para algum bicho. Deita, senta, rola. — Imitou uma voz feminina de forma agressiva e eu ri, afundando meu rosto na curva do pescoço dele enquanto sentia a vibração da sua voz. ── Eu até achei que era comigo, né? Eu soltei o celular e fiquei te encarando, aí vi que tava dormindo.

── Cala boca, você parece um trator roncando e eu não reclamo.

── Eu não ronco. — apertou minha cintura.

── Claro que não, só sonha que é uma moto.

Senti seus braços envolverem meu corpo e seu calor me aquecer cada vez mais. Momento de ternura, sem malícia nem nada semelhante, só nós e a nossa conexão.

── Eu quero ficar mais perto. — resmunguei, contra o pescoço dele. ── não é suficiente.

── Você tá literalmente em cima de mim.

── E daí?

── Então você quer se fundir comigo, não é possível. — falou com o tom de voz suave enquanto acariciava minhas costas e eu ri leve, fechando os olhos.

── Gabriel, que isso?

── Isso duro? É minha... — Cortei ele.

── Cala boca, idiota. — falei levantando a cabeça para ouvir, e abri um sorrisinho. ── Tá chovendo!

── É, faz uma meia hora, não viu não?

── Não. — Falei animada levantando.

── Helena, é só chuva.

lentes no horizonte, gabriel medina. Onde histórias criam vida. Descubra agora