Em nome do amor

CAPÍTULO 6- FOTOS

Olhando para o teto branco do quarto que transpirava laços, tons de rosa e adereços femininos, Jina suspirava sem acreditar nas palavras que Yejun havia lhe falado antes de entrar no próprio quarto e bater a porta com força no seu rosto.

Desista de mim ou tente me conquistar, Jina, a mente da garota a torturava com cada silaba verbalizada. Jina apertou o lençol rendado que cobria a cama o puxando para sua boca na tentativa de abafar o grito fino que escapou da sua boca, ela precisava espairecer os sentimentos confusos que borbulhavam em seu peito e o fez da forma mais infantil e condizente com sua personalidade.

— Aconteceu alguma coisa, pequena Jina? — a senhora Kim questionou com voz suave, fazendo Jina saltar da cama e quase cair no chão. Ela olhou para a mulher de cima a baixo se perguntando internamente em que momento a senhora Kim havia entrado no cômodo.

— Estou bem, senhora. Agradeço a sua atenção, mas não precisava ter deslocado seu filho para me acomodar — Jina juntou o lençol em suas mãos formando uma bola em que apoiou para do seu corpo.

A senhora Kim elevou uma das sobrancelhas deixando o lanche que havia preparado para a garota em cima da mesa de estudos.

— Estou vendo que Yejun já fez fofoca. Não ligue para o jeito carrancudo do meu filho, ele tem os motivos dele para ser assim e eu até o compreendo — a senhora Kim suspirou antes de disparar as palavras que fizeram Jina franzir uma das sobrancelhas.

Que motivos teria Yejun para ser uma pedra de gelo? O que teria o magoado a esse ponto?. Jina mordeu os lábios tentando conter os questionamentos que rondavam sua mente, não era seu direito saber do passado dele ainda mais sabendo que o garoto não a suporta e apenas se diverte com sua estupidez.

— Nada que não já esteja acostumada, senhora. Seu filho deixou as coisas bem claras — Jina falou pausadamente, temendo pelo jeito animado da mulher que ela entendesse errado se deixasse escapar o desafio que Yejun a fez a pouco tempo.

— Peço perdão pelo meu filho, espero que ele não tenha sido muito grosseiro. Mas sabe Jina, você gostaria de conhecer um pouco do passado do Yejun? Agora que vai morar conosco por um tempo, seria essencial que fossem pelo menos amigos — a senhora Kim questionou pegando nas mãos de Jina que estava com o rosto escondido na bola que tinha feito com o lençol rendado.

— Não quero ser invasiva, senhora. Talvez Yejun não goste disso — Jina tentou alerta a mulher, sabendo exatamente que Yejun ficaria furioso ao saber que sua mãe estava contando seus segredos justamente a ela e tudo que Jina queria era lidar com a raiva do garoto que estava dividindo o mesmo teto.

— Yejun geralmente reclama de tudo, mas ele não é mal desse jeito que você pensa. Por isso quero que você o conheça melhor. E outra coisa, não me chame de senhora estou me sentindo uma velha, apenas de Yejin está otimo — Yejin anunciou passando a mão pelos cabelos de Jina que ainda estava com o uniforme da escola.

Jina balançou a cabeça, encurralada pela gentileza da senhora Kim. Não teria porque se sentir culpada por está bisbilhotando a vida alheia, afinal não tinha pedido por isso simplesmente foi a própria mãe de Yejun que o estava fazendo.

— Espere aqui, irei buscar algo para que veja — Yejin saiu dando pulos do quarto permitindo que Jina soltasse o ar que prendia. Ao mesmo tempo que gostava da presença contagiante da mulher, também não sabia como reagir com tamanha demonstração de carinho feminino. Em poucos minutos, Yejin retornou ao quarto com um álbum de fotos antigo nas mãos. Ela sentou ao lado de Jina e rapidamente começou a folear as paginas com um sorriso surgindo nos lábios.