ENCONTROS DO DESTINO: O que é seu, te acha! (FINALIZADA)

Capítulo 77: O Laudo médico

Assim que o avião pousou, Hobi e os meninos se apressaram para sair do aeroporto. A tensão era palpável, com cada segundo parecendo se arrastar. Eles entraram no carro que os esperava e foram direto para o Hospital Samsung Medical Center, conhecido por ser um dos mais procurados por celebridades e figuras públicas em Seul. O silêncio no carro era sufocante. Hobi estava inquieto, com os olhos fixos na estrada, mal piscando, enquanto os outros meninos tentavam encontrar alguma forma de consolar o amigo, mas nenhum deles sabia o que dizer. As mãos de Hobi tremiam, o coração batia rápido demais para que ele pudesse pensar direito.

Enquanto isso, Suga, que havia ficado para trás, foi ao encontro de Lu no In the Soop. Ele havia inventado uma desculpa sobre Ami dizendo que o carro tinha dado problema, tentando não alarmá-la. Antes, ele disse que Ami tentou ligar para Lu para avisar que iria demorar, mas ela não atendeu. Suga teve que improvisar. Seu coração, no entanto, estava no hospital, preocupado com Ami e com a reação de Lu quando soubesse a verdade.

Cena no Hospital:

Chegando ao hospital, Hobi saltou do carro antes mesmo que ele parasse completamente. Desesperado, ele correu para a recepção.

— Ami! Onde está Ami? Por favor, onde ela está? — Hobi mal conseguia falar, o pânico evidente em sua voz. Seus olhos se encheram de lágrimas antes mesmo de saber qualquer coisa, e ele quase se jogou sobre o balcão de informações.

Os funcionários, acostumados a situações delicadas com celebridades, perceberam a gravidade e tentaram manter a calma. Um enfermeiro se aproximou.

— Senhor, por favor, acompanhe-nos. Vamos levá-lo para uma sala reservada para que o médico possa falar com vocês. — a voz do enfermeiro era baixa e serena, mas isso não acalmou Hobi.

— Não, eu preciso saber! Eu preciso ver como ela está! — Hobi insistiu, mas Jimin se aproximou e o abraçou com firmeza, tentando acalmá-lo. Todos sabiam que Jimin tinha o abraço mais reconfortante, e nesse momento, Hobi precisava disso mais do que qualquer coisa.

— Vai ficar tudo bem, hyung. Vamos ouvir o que o médico tem a dizer primeiro — Jimin sussurrou no ouvido dele, tentando tranquilizá-lo, embora ele próprio estivesse com o coração apertado.

Eles seguiram para uma sala reservada, onde o silêncio voltou a reinar. Hobi se sentou com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça baixa, os pensamentos correndo descontroladamente. Jin se sentou ao lado dele, sem saber o que dizer. Tae e Jungkook ficaram de pé, encostados na parede, trocando olhares ansiosos com Namjoon, que tentava manter a calma, mas seus olhos também traíam a preocupação.

De repente, o telefone de Namjoon vibrou. Ele se levantou discretamente e saiu da sala para atender. Era Sr. Lee, o segurança do grupo. Namjoon havia instruído Sr. Lee a investigar o que realmente havia acontecido com Ami, pois ele sempre soube que algo estava errado. Os últimos meses haviam sido tensos para ela, com as ameaças constantes que recebia.

— Namjoon, verificamos as câmeras de segurança da estrada. Havia um carro seguindo Ami em alta velocidade, e o motorista claramente tentou tirá-la da pista — a voz de Sr. Lee era grave.

Namjoon parou por um momento, absorvendo as palavras.

— Conseguimos identificar o carro. Foi alugado, então a pessoa sabia o que estava fazendo... mas as câmeras capturaram uma imagem nítida da motorista. É a mesma garota que puxou o cabelo da Ami, a mesma que a ameaçou, a mesma obsessiva que estava rondando a casa dela.

Namjoon apertou o punho, a raiva misturada com preocupação. — Eu sabia que isso não era um acidente. Tome todas as providências. Ela precisa ser parada — ele disse em um tom firme, antes de desligar o telefone.

Quando Namjoon voltou para a sala, ele fez uma expressão que só os meninos entenderiam. Tae percebeu e se aproximou discretamente.

— O que foi, Nam? — sussurrou Tae, preocupado.

Namjoon contou tudo em voz baixa. — Foi a mesma garota. Isso foi proposital, Tae. Ela provocou o acidente de Ami.

Tae ficou perplexo, segurando o braço de Namjoon com força por um segundo. Ambos respiraram fundo, onde os outros meninos os olhavam, esperando por respostas. Todos compreenderam pelo olhar de Namjoon que o acidente não tinha sido um simples erro de trânsito, mas Hobi, com a cabeça baixa, ainda não havia percebido. Ele estava perdido em seus próprios pensamentos, dominado pela angústia.

Foi então que o médico entrou na sala. Ele carregava uma pasta nas mãos e olhava para eles com uma expressão sombria. Ele se aproximou, perguntando:

— Quem é o namorado de Ami?

Hobi levantou-se imediatamente, sua voz tremendo ao perguntar:

— Sou eu... como ela está? Por favor, me diga que ela vai ficar bem.

O médico suspirou, passando a mão pelos cabelos antes de responder.

— Senhor, Ami está em uma condição crítica. Ela sofreu um grave traumatismo craniano e várias fraturas internas. Estamos fazendo tudo o que podemos, mas... — ele hesitou por um momento, como se pesasse suas palavras. — O quadro dela é muito grave. Ela entrou em um estado de coma profundo, e, no momento, não temos como saber se ela vai conseguir sair dele.

Hobi sentiu o chão desaparecer sob seus pés. Ele cambaleou para trás, e Jimin o segurou antes que ele caísse.

— O que... o que você quer dizer? — Hobi mal conseguia falar, sua voz entrecortada pela dor. — Ela vai acordar, certo?

O médico o encarou com pesar, mas falou com seriedade.

— A verdade é que o corpo dela está lutando, mas as lesões são extensas. Estamos monitorando, mas não podemos garantir que ela vai despertar. Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance... mas precisamos que você se prepare para qualquer eventualidade.

A sala ficou em um silêncio sepulcral. Hobi apertou os olhos, as lágrimas finalmente escorrendo por suas bochechas. Ele não queria acreditar no que estava ouvindo. Jin, Jungkook e Jimin olhavam para o chão, visivelmente abalados, enquanto Namjoon e Tae trocavam olhares de desespero. O peso da situação caiu sobre eles como uma tonelada de concreto.

O médico então se virou para Hobi e, com a voz baixa, acrescentou:

— Nós vamos continuar observando o progresso dela, mas... é importante que você saiba que, em casos como esse, decisões difíceis podem ter que ser tomadas. Se houver qualquer mudança, você será o primeiro a saber.

Hobi, ainda atordoado, apenas assentiu, incapaz de dizer qualquer coisa. Ele mal conseguia acreditar que a mulher que ele amava estava à beira de uma tragédia tão terrível, e o medo de perdê-la o consumia. O futuro que ele havia imaginado para eles parecia escorrer por entre seus dedos como areia, enquanto o peso da realidade o esmagava.