Lᥙᥒᥲ, neta da famosa Tia das Bebidas, era uma jovem conhecida no meio dos MCs de batalha, graças ao legado de sua avó, uma mulher admirada por muitos. Desde que ela começoua frequentar as batalhas de rima com sua vó, Luna sonhava em rimar na Batalha...
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LUNA LOPES
Barueri, SP | 20h21min, 10 de maio de 2024
Hoje, graças ao Senhor Deus, tive uma folga na lanchonete, e não só isso: consegui uma folga em um sábado! Tem coisa melhor do que isso? A resposta é um retumbante "não"! O melhor de tudo é que hoje tem a batalha da Ana Rosa, e eu estou radiante com a expectativa. Estou tão animada que mal consigo conter a ansiedade. Nas últimas segundas, acabei não conseguindo ir à batalha da Aldeia, e a saudade da adrenalina que essas batalhas transmitem é imensa. A sensação de estar ali, cercada por amigos, ouvindo os rimas e vibrando com a energia da competição, é algo que eu realmente sinto falta. É como se a batalha fosse um combustível para minha alma, trazendo uma mistura única de emoção e euforia.
Portanto, aqui estou eu, no meio da multidão. Para muitos, essa agitação pode parecer um pouco opressiva ou até mesmo desconfortável, mas, para mim, é exatamente o contrário. Estou cercada por pessoas que, embora possam ser desconhecidas, compartilham o mesmo amor e paixão pela cultura do rap e pelas batalhas. É incrível como esse sentimento coletivo cria uma conexão instantânea, uma energia que nos une, independentemente de nossas histórias individuais.
Enquanto caminho mais um pouco entre a galera, aproveitando a vibe do evento, avisto alguns rostos familiares ao longe: Alva, Kakau, Natt, Maria e Sofia. Um sorriso involuntário se forma no meu rosto ao vê-los, e logo me dirijo até eles, ansiosa para compartilhar esse momento.
- Tá de sacanagem, né? Na batalha da Aldeia tu não quer ir, mas aqui na batalha da Ana Rosa tu tá toda empolgada? Já entendi! - Alva fala, com um sorriso brincalhão no rosto, fazendo um joinha exagerado com a mão. Eu não consigo conter o riso e me esqueço, por um breve momento, de que ele é um dos apresentadores da batalha da Aldeia.
- Ah, não fui na batalha da Aldeia porque eu estava muito acumulada de serviço! É diferente! - explico, tentando justificar minha ausência enquanto ainda rio da situação. - Eu juro que, na segunda-feira que vem, eu vou tentar ir na batalha da Aldeia, tá?
A verdade é que sinto falta daquela adrenalina, da energia das batalhas e das amizades que se formam ali. O ritmo frenético do meu trabalho na lanchonete me deixa exausta, mas momentos como este, aqui na Ana Rosa, me reenergizam. Alva me observa com um sorriso que diz "eu te entendo", e isso me faz sentir um pouco mais leve.
Não demora muito, e o evento finalmente ganha vida: as batalhas da Ana Rosa começam com toda a energia. A multidão se agita, ansiosa pelo primeiro confronto da noite. No palco improvisado, os dois primeiros MCs se posicionam, e o clima muda no mesmo instante - todo mundo sabe que a noite promete. A primeira batalha da primeira fase é ninguém menos que Kroy contra Big Mike. Essa é pesada, daqueles duelos que já começam tirando o fôlego da galera.
