Todos naquele baile estavam deslumbrantes com suas vestes elegantes. A dança ensaiada fazia com que os casais dessem piruetas ao mesmo tempo de modo elegante e sincronizado.
- Aceita dançar comigo, senhorita Michelle? - Indagou o Conde Levy.
Em um gesto cavalheiro, estendeu para a dama sua mão pálida. Ela passou o olhar da mão para o belo rosto daquele ser incrível. Como tinha o descaramento de dirigir-se a ela depois de tudo o que andava fazendo?
- O que o faz achar que dançarei com você? - Respondeu com desdém. Esse atrevimento de tratá-lo com descaso o irritava e só ela o fazia, pois qualquer outra mulher se rendia ao seu charme enigmático. No fundo, gostava de vê-la perder os bons modos. Escondia a sua grosseria de todos, exceto dele próprio.
- O fato de que você me deseja - Respondeu com aquele maldito sorriso. Como ela o odiava.
Michelle olhou para os lados buscando saber se alguém teria ouvido aquele comentário absurdo e constrangedor. Aliviou-se ao constatar que ninguém prestava atenção, mas logo ficou séria e fitou, irritada com o homem na sua frente.
- Como ousa dizer tal absurdo sobre mim? - Comprimiu a voz para não gritar em meio a todo salão. Em voz baixa, mas audível o suficiente para ele, respondeu. - Jamais amaria uma pessoa como você!
- Não me lembro de ter mencionado amor!
Voltou-se para traz na cadeira de forro aveludado na qual estava sentada. O conde tinha toda a razão, não havia mencionado nada do gênero. Não tinha como rebater e o viu sorrir satisfeito por sua ausência de palavras.
- E então? - Insistiu.
- Então... O quê? - Bradou sem muita paciência. Até quando ele a infernizaria?
- Ainda não falou se aceita ou não dançar. Sua pergunta irônica não me satisfez! - Respondeu, sem alterar a voz fria.
Ela estreitou os olhos, levantou-se da cadeira e parou frente a ele.
- Nem se eu estivesse morta!
“Ah, não me tente a descobrir se é verdade.” - Pensou, William.
- Posso tomar isso como um sim? - Indagou o conde sarcástico, divertindo-se com o rosto delicado que se contraía em fúria.
Atreveu-se a segurá-la pela cintura e trazê-la junto ao seu corpo.
- O que pensa que está fazendo? Solte-me agora mesmo! - Michelle colocou as mãos sobre o peito dele, na intenção de empurrá-lo, mas o sentiu pegar uma delas e calmamente levar até os lábios. A mão livre do rapaz ainda permanecia firme sobre a sua cintura. Ela apenas o observou fechar os olhos e beijar-lhe a mão.
Seu rosto esquentou e seu coração disparou no momento em que sentiu a boca contra a sua pele. Paralisada pelo gesto suave, não encontrava forças para empurrá-lo. Por um instante admirou o rosto masculino e perfeito.
Ainda com os lábios grudados na pele macia, ele sorriu. Após alguns segundos soltou a mão delicada, ainda a mantendo presa pelo quadril.
- Eu estava certo!
Michelle piscou algumas vezes até se dar conta de que estava perdida entre as pérolas negras, tão profundas e misteriosas. Sentia-se hipnotizada, em transe. Mas despertara ao ouvi-lo afirmar algo que até então desconhecia.
- Do que você está falando? - Perguntou, encarando-o intrigada.
O conde apertou-a mais contra o próprio corpo, sentindo-a tremer, encostou o rosto na bochecha rosada e sussurrou contra o seu ouvido:
- Posso escutar o seu coração, Michelle! Está descontrolado...
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O Beijo do Vampiro
FanfictionTodas as noites Maite é beijada, mas por quem? E por quê? 🧛🏻 ⚠️ | Peço encarecidamente que leia a introdução antes de começar a leitura, para que seja evitado futuros desentendimentos.