Capítulo 4

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Todos naquele baile estavam deslumbrantes com suas vestes elegantes. A dança ensaiada fazia com que os casais dessem piruetas ao mesmo tempo de modo elegante e sincronizado.

- Aceita dançar comigo, senhorita Michelle? - Indagou o Conde Levy.

Em um gesto cavalheiro, estendeu para a dama sua mão pálida. Ela passou o olhar da mão para o belo rosto daquele ser incrível. Como tinha o descaramento de dirigir-se a ela depois de tudo o que andava fazendo?

- O que o faz achar que dançarei com você? - Respondeu com desdém. Esse atrevimento de tratá-lo com descaso o irritava e só ela o fazia, pois qualquer outra mulher se rendia ao seu charme enigmático. No fundo, gostava de vê-la perder os bons modos. Escondia a sua grosseria de todos, exceto dele próprio.

- O fato de que você me deseja - Respondeu com aquele maldito sorriso. Como ela o odiava.

Michelle olhou para os lados buscando saber se alguém teria ouvido aquele comentário absurdo e constrangedor. Aliviou-se ao constatar que ninguém prestava atenção, mas logo ficou séria e fitou, irritada com o homem na sua frente.

- Como ousa dizer tal absurdo sobre mim? - Comprimiu a voz para não gritar em meio a todo salão. Em voz baixa, mas audível o suficiente para ele, respondeu. - Jamais amaria uma pessoa como você!

- Não me lembro de ter mencionado amor!

Voltou-se para traz na cadeira de forro aveludado na qual estava sentada. O conde tinha toda a razão, não havia mencionado nada do gênero. Não tinha como rebater e o viu sorrir satisfeito por sua ausência de palavras.

- E então? - Insistiu.

- Então... O quê? - Bradou sem muita paciência. Até quando ele a infernizaria?

- Ainda não falou se aceita ou não dançar. Sua pergunta irônica não me satisfez! - Respondeu, sem alterar a voz fria.

Ela estreitou os olhos, levantou-se da cadeira e parou frente a ele.

- Nem se eu estivesse morta!

Ah, não me tente a descobrir se é verdade.” - Pensou, William.

- Posso tomar isso como um sim? - Indagou o conde sarcástico, divertindo-se com o rosto delicado que se contraía em fúria.

Atreveu-se a segurá-la pela cintura e trazê-la junto ao seu corpo.

- O que pensa que está fazendo? Solte-me agora mesmo! - Michelle colocou as mãos sobre o peito dele, na intenção de empurrá-lo, mas o sentiu pegar uma delas e calmamente levar até os lábios. A mão livre do rapaz ainda permanecia firme sobre a sua cintura. Ela apenas o observou fechar os olhos e beijar-lhe a mão.

Seu rosto esquentou e seu coração disparou no momento em que sentiu a boca contra a sua pele. Paralisada pelo gesto suave, não encontrava forças para empurrá-lo. Por um instante admirou o rosto masculino e perfeito.

Ainda com os lábios grudados na pele macia, ele sorriu. Após alguns segundos soltou a mão delicada, ainda a mantendo presa pelo quadril.

- Eu estava certo!

Michelle piscou algumas vezes até se dar conta de que estava perdida entre as pérolas negras, tão profundas e misteriosas. Sentia-se hipnotizada, em transe. Mas despertara ao ouvi-lo afirmar algo que até então desconhecia.

- Do que você está falando? - Perguntou, encarando-o intrigada.

O conde apertou-a mais contra o próprio corpo, sentindo-a tremer, encostou o rosto na bochecha rosada e sussurrou contra o seu ouvido:
- Posso escutar o seu coração, Michelle! Está descontrolado...

O Beijo do VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora