Meu Camisa 7 - Cris Jr.

capítulo 26

Ponto de vista de Marina Becker.

Ter o Cristiano na minha vida é como se todos os meus problemas tivessem solução e não me preocupassem mais. O seu olhar me transmite paz. Na verdade, muito além disso. Esse garoto me transmite as melhores sensações ja vividas nesse mundo. É como se desde o início, sabíamos que eramos feitos um para o outro.

Chegar de surpresa com a minha notícia nada esperada ao garoto, foi realmente difícil.

Com ele aprendi a melhor forma de viver a vida. Ao lado do mesmo, e para sempre.

É tão louco tudo isso, derrepente, eu estou me relacionando com um garoto famoso, e claro, tem seus altos e baixos, mas é algo que estou finalmente conseguindo me acostumar e a lidar da forma certa. Foram pouquíssimas as vezes, mas já escultei coisas horriveis de pessoas que se dizem "fãs" e sei a proporção do cuidado que precisamos tomar.

Eu nunca esperei por ele. Eu nunca pensei em alguém como eu penso tanto nele. Eu nunca me imaginei aqui, da forma que estou agora. Para ser mais específica, deitada em minha cama, travesseiros tampando o meu rosto inchado, soluçando devido às tantas lágrimas e com o relógio marcando por volta das duas da madrugada. Eu nunca me vi chorando por um motivo que achava impossível quando mais nova.

Chorar por garotos já foi algo bem presente em minha vida, mas também muito crítico. Nunca gostei da ideia e para mim, isso era inaceitável. Até conhecer o meu garoto. Digo "chorar por alguém", não de uma forma negativa, bom, talvez, mas um medo me contorna no meio disso tudo. Medo de perdê-lo. Medo de nos perder. Perder a conexão, o amor, ou até todas as memórias que criamos juntos em um tempo consideravelmente bem pequeno.

Minha cabeça ainda latejava de dor e lembro da minha visão totalmente embaçada ao contar a minha decisão para Cris. Mas o que me surpreendeu, foi que mesmo sem detalhe algum ou esforço, ele me abraçou. Cristiano me apertou como se quisesse tirar toda a dor e tristeza que eu guardava para mim. Ele parecia entender, e respeitar completamente o meu tempo para lhe contar e explicar da melhor forma.

Naquela hora, as minhas palavras pareciam todas ensaiadas e soavam como um texto decorado. E independente de qualquer imperfeição, o meu garoto fez questão de me compreender em cada pausa que eu dava.

Agora, com todas as luzes do apartamento desligadas e me esforçando para não fazer nenhum barulho, me levantei para lavar os meus olhos inchados e tomar uma água devido a minha garganta seca. Minha passagem já está em mãos e preciso me acalmar de alguma forma. Meu voo é logo pela manhã.

Assim que entrei no banheiro, me dei conta de ter ficado cerca de cinco minutos me encarando naquele espelho. Estou tão estranha. Os meus olhos estão avermelhados, minhas olheiras super fundas e meu cabelo bagunçado. Estou me sentindo péssima. Me sentindo feia. E isso é algo que nunca me imaginei pensar. Não me reconheço dessa forma.

Joguei uma água gelada no meu rosto por completo e escultei em meio o silêncio uma notificação chegando em meu celular, que havia deixado em cima da cama. Continuei secando as minhas bochechas e logo esculto mais duas mensagens aparecendo. Que saco.

Ainda me esforçando para ignorar aquilo, caminhei até a cozinha e peguei rápido a minha água. Colocando o meu cabelo atrás das orelhas enquanto enchia o copo, escultei de longe mais uma notificação. Chequei o relógio que marcava quase três da madrugada e bufei um tanto cansada desse dia intenso.
Quem seria essas horas? Meu Deus.

Milla já havia adormecido em seu quarto faz um tempo, mas sei que a garota tem um sono muito leve e poderia acordar a qualquer momento. Desde que a minha amiga ficou sabendo da minha volta ao Brasil, não se desgrudou mais de mim e implorava a cada minuto para eu mudar de ideia. Assim que a mesma dormiu, consegui respirar um pouco.