Entre destinos

𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟏- 𝐋á𝐠𝐫𝐢𝐦𝐚𝐬 𝐞 𝐬𝐢𝐥ê𝐧𝐜𝐢𝐨𝐬

𝐸𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑛ã𝑜 𝑑𝑖𝑡𝑜 𝑒 𝑜 𝑠𝑖𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑜𝑚𝑒, ℎá 𝑢𝑚 𝑐𝑜𝑟𝑎çã𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑐ℎ𝑜𝑟𝑎 𝑠𝑜𝑧𝑖𝑛ℎ𝑜.

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Os três saíram do carro e caminharam em direção à casa. Ethan decidiu dormir na casa dos Miller naquela noite para comemorar a grande vitória no jogo e ficar com Sophie.  Sophie se afastou assim que cruzaram a porta. Ela estava exausta. Suas emoções estavam à flor da pele desde o confronto com Josh, e tudo o que ela queria naquele momento era um pouco de paz.

Ela correu para o quarto, pegou uma roupa confortável e seguiu para o banheiro principal, onde havia uma banheira. Queria algo que a fizesse relaxar, e um banho quente parecia a única coisa capaz de fazer isso naquele momento.

Quando Sophie entrou no banheiro, ligou o chuveiro e deixou a água quente encher a banheira até a metade. Sentou-se lentamente na água, abraçando seus joelhos enquanto a temperatura aliviava a tensão física, mas não conseguia tocar na dor emocional que ela sentia. As lágrimas logo vieram, silenciosas no início, mas logo transformadas em soluços incontroláveis. Cada gota que escorria pelo seu rosto parecia levar embora um pouco da tensão que se acumulava desde o confronto com Josh.

Ela ficou ali por um tempo, perdida em pensamentos, revivendo cada palavra cruel que Josh proferiu, as ameaças veladas e os momentos em que ela se sentia mais uma prisioneira do que uma namorada. Não havia mais como negar: ela tinha sido usada, humilhada e mantida sob controle pelo medo.

Quando a água começou a transbordar pela lateral da banheira, Sophie se deu conta de que precisava sair. Desligou o chuveiro, abriu o ralo e envolveu-se numa toalha. Limpou o vidro embaçado do espelho e, ao se olhar, observou as marcas no braço, os hematomas que Josh havia deixado. Ela tocou a pele sensível com cuidado, sentindo uma mistura de dor e raiva.

Sophie tentou pentear o cabelo, mas a tarefa simples se mostrou impossível. A cada movimento, mais lágrimas vinham. Ela estava tão exausta, tão emocionalmente drenada, que tudo o que ela queria era fugir daquele pesadelo.

Depois de alguns minutos, ela se vestiu com uma regata e um short confortável. Quando abriu a porta do banheiro, encontrou Ethan parado no corredor, a observando com um olhar preocupado. Ele sorriu para ela, um sorriso fraco, sem mostrar os dentes.

— Oi — ele disse suavemente.

Sophie o olhou por um segundo antes de abaixar a cabeça, incapaz de sustentar o contato visual. A dor ainda estava crua demais. Ela suspirou, e o som solitário parecia carregar o peso de tudo o que ela queria dizer, mas não conseguia.

Ethan deu um passo à frente, colocando a mão de leve no ombro dela, o toque delicado e cheio de compreensão.

— Como você tá? — perguntou, a voz carregada de preocupação.

Sophie tentou responder, mas o nó em sua garganta parecia sufocá-la. A única coisa que saiu foi outro suspiro, mais profundo dessa vez. Ethan observou, entendendo sem que ela precisasse dizer uma palavra. Sua mão desceu pelo braço dela, parando exatamente onde estavam as marcas de Josh. Ele olhou para os hematomas e franziu o cenho, a raiva pulsando por baixo de sua pele.

— Luke tá no banho... — ele disse, tentando aliviar o silêncio pesado, mas logo voltou ao ponto principal. — Você quer companhia?

Sophie olhou para ele, seu coração acelerado, e por um momento, ela quis dizer o que estava realmente pensando: Claro que eu quero. Eu quero você aqui. Eu preciso de você agora. Mas, em vez disso, ela apenas assentiu, quase incapaz de formar as palavras.