Memórias de uma vida [Beta Lumity] -• ESPECIAL 3 ANOS! •-

─• PRÓLOGO •─

Lucia POV
「Quarta-feira ➜ 17:40」

— Ugh, zumbi idiota! — Resmungo enquanto coloco uma gase em volta do meu braço, criando um curativo improvisado.

Abaixo a manga de minha camiseta. Pego a mochila ao meu lado e a abro, olhando o conteúdo dentro da mesma. Eu havia conseguido uma boa quantidade de suprimentos e isso era uma boa notícia, significava que eu não teria que sair tão cedo de meu esconderijo.

Bem, eu mereci. Eu sei que eu não me preveni da devida maneira, mas quais eram as chances de cair em cima de uma viga de ferro?! E droga! Logo o meu braço bom! O que eu vou fazer?!

Olho pela janela do "meu" apartamento, notando que a noite chegava.

— É... O que quer que eu precise fazer, vou precisar fazer amanhã.

Aproximo o meu rosto da vela acesa no chão, a soprando, pego a minha jaqueta e a visto. Era inverno, estava muito frio, e o apartamento que escolhi ficar não era bom nem de longe. Pego uma coberta que achei no meio de destroços de uma casa e me cubro, me deitando logo em seguida no colchonete que já se encontrava na casa antes mesmo de eu chegar.

Fecho os olhos, tentando não pensar em nada, minha ansiedade costuma atacar.

— Ahh... Eu odeio essa merda.

Fico quieta por cinco, dez, quinze minutos. Até que eventualmente, perco a consciência, entrando em um sono leve.

「Quinta-feira ➜ Hora desconhecida」

Acordo em um susto no meio da noite. Um barulho alto e estranho ecoa pelo prédio, seguido por um tremor leve que faz o pó cair do antigo teto. Meu coração dispara, o que raios é isso?!

Me sento rapidamente e fico imóvel, escutando atentamente. Por alguns segundos, há apenas silêncio, mas então ouço passos pesados no andar de baixo.

Seguro a respiração, tentando acalmar meus nervos. O que poderia ser? Zumbis não fazem barulho de passos tão pesados assim. Talvez seja uma pessoa? Não, uma pessoa não faria o teto tremer.

Outro estrondo, mais perto desta vez, faz com que eu acorde para a realidade outra vez.

Merda, eu preciso ver o que é.

Me levanto com cuidado e pego a minha faca que mantenho ao lado da cama. Caminho até a porta do apartamento e coloco o ouvido contra ela, tentando ouvir melhor. O som dos passos continua, subindo lentamente as escadas.

Com a faca em mãos, abro a porta devagar, tentando não fazer barulho. Espio pelo corredor escuro, iluminado apenas pela luz fraca da lua entrando pelas janelas quebradas no final do corredor. Os passos estão mais próximos agora, e eu posso ver a sombra se aproximando das janelas.

De repente, a sombra aparece e vira na minha direção. Meu coração quase para quando vejo os olhos brilhantes de um zumbi mutante. Ele era grande, ocupava muito espaço do local. Seus braços eram largos e cheios de irregularidades, e suas costas eram imensamente altas, obrigando-o a ficar corcunda.

Ao encarar aquilo, sinto meu estômago revirar. A imensa vontade de vomitar me faz soltar um grunhido pelos dentes, o que faz com que o mutante me note. Ele rosna e começa a correr em minha direção.

— Merda! — Exclamo, fechando a porta com força e trancando-a. Corro para a janela da cozinha, abrindo-a com dificuldade. O vento frio da noite bate no meu rosto enquanto olho para baixo. É uma queda longa até o chão, mas não tenho escolha. Ou enfrento o zumbi mutante ou tento a sorte pulando. E, nesse cenário, a maior sorte está no lado de pular.

Corro até a sala, onde ouço batidas na porta, prestes a ceder. Com rapidez, pego a mochila e minha arma, que estava ao lado do travesseiro. Volto para a cozinha e olho pela janela. Era uma queda de três andares, mas eu precisava tentar.