Capítulo 3: Laços de Sangue e Sombra

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A ira de Agatha crescia como um fogo incontrolável, alimentada por anos de ressentimento e inveja. Regina, sua irmã, sempre esteve no caminho, bloqueando seus passos. Desde pequenas, a rivalidade entre as duas era palpável, e a ausência precoce de sua mãe, Morgana Pendragón, só acentuou essa sede de poder. Ambas cresceram sob a sombra da maior bruxa que Veridion já conhecera, e o desejo de superar esse legado as consumia.

Morgana, brilhante e temida, foi uma peça-chave no Conselho dos Seres Mágicos durante a Grande Guerra, mas seus últimos anos permaneceram um mistério. Seus segredos, guardados a sete chaves pelos líderes dos três reinos, ainda eram sussurrados por aqueles que se lembravam de seu poder inigualável.

Agatha encarou Regina, sua respiração pesada e os olhos brilhando em um roxo profundo, refletindo toda a fúria que borbulhava dentro de si.

— O que você está fazendo aqui? — rosnou, a voz carregada de desprezo.

Regina não respondeu com palavras, mas com um feixe de magia que cortou o ar, forçando Agatha a se mover rapidamente. A bruxa escorregou para o lado com uma velocidade que parecia sobrenatural. No entanto, seus olhos não se desviaram de sua irmã.

— Veio me matar na frente dos nossos inimigos? — gritou Agatha, os olhos agora iluminados de pura fúria. — Pensei que fosse mais inteligente, irmã.

Foi então que seu olhar captou um movimento atrás de si. Rio Vidal, a guerreira que tantos temiam, se erguia do chão, a imponente espada de Lady Death em sua mão, brilhando com uma força quase sobrenatural. A realização de Agatha veio como um golpe inesperado: Ela não era o verdadeiro alvo. Rio era.

Regina virou-se lentamente, os lábios curvados em um sorriso desdenhoso.

— Você já teve gostos melhores, Agatha — provocou, seu olhar de desdém cravado em Rio.

A tensão no campo de batalha era palpável. Agatha, forçada a se posicionar ao lado de sua irmã, não pôde deixar de sentir o rancor ferver em seu peito, mas os guardas do palácio cercando-as limitavam suas opções.

— O que você está tramando, Regina? — Agatha estreitou os olhos, desconfiada. Apesar de todo o ódio que sentia pela irmã, ambas compartilhavam um inimigo em comum: Billy Maximoff, o soberano do trono de Veridion.

Regina, sem perder a pose altiva, respondeu com um olhar que fez o coração de Agatha bater mais rápido.

— Só preciso que seja você — disse Regina com firmeza, um tom que só as duas compreendiam.

Agatha se virou para enfrentar o inimigo, seus poderes mágicos crescendo em intensidade, o brilho púrpura iluminando o campo de batalha ao seu redor. Seu poder era inquestionável, mas por um momento, seus olhos encontraram os de Rio Vidal, e a tensão entre elas era quase palpável. Havia algo entre elas, algo que nem a fúria podia apagar.

Rio levantou-se, o olhar feroz de Lady Death se manifestando com toda a sua força. Sua presença era devastadora, e ao seu lado, Emma Swan se aproximou com determinação. As duas eram inseparáveis, tanto nas batalhas quanto na confiança, mas havia algo que Rio não sabia: o passado de Emma com Regina, um segredo que as conectava de formas profundas e perigosas.

— Eu odeio essa bruxa — murmurou Emma, os olhos queimando de raiva ao encarar Regina.

— Hoje, você pode vingar a morte dos seus pais, Emma. — A voz de Rio era sombria, como a lâmina que ela segurava, pronta para qualquer batalha. — Esse será o dia.

Os guardas do palácio se prepararam para atacar as bruxas, mas com um gesto simples, Regina e Agatha os paralisaram, transformando o campo de batalha em uma arena particular. Apenas três guerreiras ainda estavam de pé: Rio, Emma e Alice, uma jovem promissora no exército, filha de um general que lutou na Grande Guerra e de uma feiticeira treinada por Wanda Maximoff.

Alice, com suas habilidades mágicas, lançou um feitiço de proteção sobre Rio e Emma, criando uma barreira que lhes deu a chance de se aproximarem das bruxas. Com precisão calculada, Alice conjurou cordas de magia vermelha que prenderam Agatha e Regina, imobilizando-as.

Agatha olhou incrédula para sua irmã, os punhos cerrados.

— Você... — começou, mas foi interrompida quando Rio se aproximou, com a espada pronta para arrancar seus corações.

Emma, no entanto, interveio, bloqueando Rio.

— Swan! — A voz de Rio estava cheia de frustração. — Esperamos por isso a vida inteira! O coração dessas bruxas será nosso!

Emma a olhou com firmeza, o passado compartilhado com Regina pesando sobre ela.

— Elas não têm coração, Rio.

O silêncio caiu sobre o campo de batalha. Regina e Agatha permaneciam imóveis, observando cada movimento. Havia algo mais por trás dos olhos de Regina, algo sombrio e indecifrável.



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— Regina — Agatha sussurrou, a raiva ainda queimando dentro dela. — Até quando vamos fingir que essa magia fraca está nos mantendo presas? O que você está tramando?

Regina respondeu calmamente, quase com desdém.

— Meia-noite.

— O que acontece à meia-noite? — Agatha pressionou, a impaciência evidente em sua voz. — Vamos sair desse lugar fedorento e matar todos no castelo?

— Não seja impaciente — respondeu Regina, com um sorriso perverso. — Depois da meia-noite, você poderá ver sua namoradinha... e matá-la.

A mente de Agatha girava, lutando para entender o que estava acontecendo. Quando de repente, a cela onde estavam se abriu, e a figura imponente de Lilia, a conselheira do reino, e amiga de Morgana, apareceu na porta.

— Eu sabia que conseguiriam — disse Lilia, com um brilho nos olhos.

Regina correu até ela, abraçando-a com força, enquanto Agatha as observava com suspeita.

— Conseguimos? — Regina perguntou.

Lilia entregou um pergaminho à bruxa mais velha.

— Sim, eu previ que o pergaminho seria entregue às Sombras esta noite. Agora, a jornada em busca da Pentacoroa de Veridion começa. Mas lembrem-se, dois corações tomados pelas trevas não poderão completar essa missão sozinhos. Vocês precisarão de companhia.

— Nós não precisamos de ninguém! — gritou Agatha, furiosa.

Antes que pudessem discutir mais, Rio e Emma chegaram, interrompendo a cena. Rio encarou Lilia, uma mistura de dor e traição em seu olhar.

— Lilia... você nos traiu? — sussurrou, a voz quebrada.

Emma se aproximou de Lilia, a mulher que representava a figura materna que nunca conhecera de verdade.

— Chegou a hora? São elas? — perguntou Emma, sem qualquer expressão.

Lilia apenas assentiu. O caminho estava claro: seguiriam juntas. A luz azul do poder de Billy Maximoff começava a envolver o castelo, sinalizando o início do Hex do Rei. Regina, Agatha, Rio e Emma sabiam que não havia mais tempo a perder.

— Sempre juntas — gritou Lilia, enquanto fugia na direção oposta.

Ao olhar para trás, elas viram a luz azul tomando conta do castelo. O poder de Billy se manifestava, e sua presença ameaçava tudo o que conheciam.

— Ótimo — Regina resmungou com sarcasmo. — Agora teremos que levar dois "pets" conosco. Já não bastava ter que te aturar.

— Um patinho covarde, minha irmã patética e sua namoradinha — continuou Regina, sua voz cheia de arrogância.

— Ela não é minha namorada! — Rio e Agatha exclamaram em uníssono, os olhares entre elas carregados de uma intensidade quase sufocante.

Emma ignorou as provocações, determinada.

— Vamos. Não temos tempo para essas palhaçadas.

As quatro seguiram em frente, unidas, mas cheias de segredos e desejos conturbados. A jornada para encontrar a Pentacoroa de Veridion havia começado, e nada seria como antes.

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